Vários cruzadores pesados de diferentes marinhas do mundo afundaram entre as décadas de 1920 e 1940, seja em batalha, por ação deliberada ou por algum outro meio, como alvos de tiro ou testes. Cruzadores pesados foram definidos pelo Tratado Naval de Washington de 1922 e pelo Tratado Naval de Londres de 1930 como cruzadores armados com canhões principais maiores que 155 milímetros e de até 203 milímetros. O primeiro cruzador pesado naufragado na história foi o HMS Raleigh da Marinha Real Britânica, que encalhou no litoral da Terra Nova em agosto de 1922 e foi destruído alguns anos depois porque não pode ser libertado. O primeiro cruzador pesado naufragado em combate foi o Baleares da Armada Espanhola, que foi torpedeado e afundado na Batalha do Cabo de Palos em março de 1938 durante a Guerra Civil Espanhola.
Mais alguns outros cruzadores pesados foram perdidos nos anos imediatamente após o fim da guerra. Dois navios da Marinha Imperial Japonesa foram capturados pela Marinha Real Britânica e foram deliberadamente afundados em julho e outubro de 1946 nos Estreito de Malaca. Por fim, outros quatro foram afundados como alvos de tiro em testes de armamentos, dois da Kriegsmarine e dois da Marinha dos Estados Unidos. O estadunidense USS Pensacola foi o último cruzador pesado da história a naufragar, tendo sido afundado durante testes em novembro de 1948 no Oceano Pacífico. A maioria dos navios perdidos permanecem naufragados em diferentes estados de preservação, porém um bom número daqueles que afundaram em águas rasas tiveram seus destroços desmontados nos anos que se seguiram ao final da Segunda Guerra Mundial.
Um número muito maior de cruzadores pesados foram perdidos durante operações do Teatro do Pacífico. Os primeiros foram o USS Houston da Marinha dos Estados Unidos e o HMS Exeter da Marinha Real Britânica em 1º de março de 1942, o primeiro na Batalha do Estreito de Sunda e o segundo na Batalha do Mar de Java, ambos por forças de superfície japonesas.[11][12] Em 5 de abril o HMS Cornwall e o HMS Dorsetshire da Marinha Real Britânica foram afundados por ataques aéreos japoneses no Oceano Índico,[13] enquanto em 6 de junho o Mikuma da Marinha Imperial Japonesa foi afundado por ataques aéreos estadunidenses durante a Batalha de Midway.[14] O USS Astoria, USS Quincy e USS Vincennes foram afundados em 9 de agosto na Batalha da Ilha Savo,[15] enquanto o HMAS Canberra da Marinha Real Australiana foi seriamente danificado e precisou ser afundado.[16] No dia seguinte, o Kako da Marinha Imperial Japonesa, que participou desta última batalha, foi torpedeado por um submarino estadunidense, já seu irmão Furutaka foi perdido na Batalha do Cabo Esperança em 12 de outubro depois de ser alvejado várias vezes.[17] O Kinugasa também da Marinha Imperial Japonesa foi afundado um mês depois em 13 de novembro por ataques aéreos na Batalha Naval de Guadalcanal.[18] Depois disso o USS Northampton da Marinha dos Estados Unidos foi torpedeado por contratorpedeiros japoneses na Batalha de Tassafaronga em 1º de dezembro,[19] com seu irmão USS Chicago sendo afundado em 30 de janeiro de 1943 na Batalha da Ilha Rennell por aeronaves japonesas.[20] A Marinha Imperial Japonesa perdeu seis cruzadores pesados na Batalha do Golfo de Leyte em outubro de 1944: no dia 23, o Atago e o Maya foram torpedeados por submarinos estadunidenses e o Mogami danificado por aeronaves e navios a ponto de precisar ser afundado; dois dias depois, ataques aéreos afundaram o Suzuya e o Chikuma e danificaram o Chōkai o suficiente para que fosse deliberadamente afundado.[21] Mais perdas para a Marinha Imperial Japonesa ocorreram no mês seguinte, quando o Nachi e o Kumano foram afundados por ataques aéreos, o primeiro no dia 5 e o segundo no dia 25.[22] O Haguro da Marinha Imperial Japonesa foi emboscado por forças britânicas em 16 de maio de 1945 na Batalha do Estreito de Malaca e afundado, sendo seguido por seu irmão Ashigara em 6 de junho depois de ser torpedeado por um submarino britânico.[23] As últimas perdas da Marinha Imperial Japonesa ocorreram em 24 de julho, quando o Aoba e o Tone foram afundados por ataques aéreos estadunidenses.[24] O último cruzador pesado naufragado na guerra foi o USS Indianapolis da Marinha dos Estados Unidos, que foi torpedeado por um submarino japonês em 30 de julho enquanto navegava fora de combate.[25]
Alguns outros cruzadores pesados naufragaram apenas alguns anos depois do fim da guerra. O Myōkō e o Takao da Marinha Imperial Japonesa foram capturados pela Marinha Real Britânica ao final da guerra e deliberadamente afundados no Estreito de Malaca em 8 de julho e 29 de outubro de 1946, respectivamente.[26] O Prinz Eugen da Kriegsmarine foi tomado pela Marinha dos Estados Unidos como prêmio de guerra e afundou em 22 de dezembro depois de ser danificado pelas explosões dos testes nucleares da Operação Crossroads.[3] Já o Lützow também da Kriegsmarine foi recuperado pela Frota Naval Militar da União Soviética e afundado em testes de armamentos em 22 de julho de 1947.[27] Por fim, o USS Salt Lake City e o USS Pensacola foram afundados como alvos de tiro em 25 de maio e 10 de novembro de 1948, respectivamente.[28]
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↑ Hackett, Bob; Kingsepp, Sander (1 de dezembro de 2018). «IJN Haguro: Tabular Record of Movement». Combined Fleet. Consultado em 23 de maio de 2021 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ Hackett, Bob; Kingsepp, Sander (6 de abril de 2019). «IJN Aoba: Tabular Record of Movement». Combined Fleet. Consultado em 4 de novembro de 2021 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ Hackett, Bob; Kingsepp, Sander (1 de maio de 2019). «IJN Tone: Tabular Record of Movement». Combined Fleet. Consultado em 25 de maio de 2021 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ Hackett, Bob; Kingsepp, Sander (1 de outubro de 2019). «IJN Mogami: Tabular Record of Movement». Combined Fleet. Consultado em 4 de novembro de 2021 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑ Hackett, Bob; Kingsepp, Sander (1 de maio de 2018). «IJN Chokai: Tabular Record of Movement». Combined Fleet. Consultado em 4 de novembro de 2021 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
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