O ex-governador Geraldo Alckmin, filiado ao PSDB, elegeu-se governador após receber mais da metade dos votos válidos, derrotando o senador petista Aloizio Mercadante. O empresário Afif Domingos (DEM) foi eleito vice-governador. Aloysio Nunes (PSDB) foi eleito para o Senado Federal com um recorde de votos, enquanto a segunda vaga foi preenchida por Marta Suplicy (PT), a primeira mulher eleita pelo voto popular para representar São Paulo na Câmara Alta do Parlamento.
Para a Câmara dos Deputados, o PT elegeu quinze deputados, o PSDB elegeu treze, o PSB elegeu sete, o PV elegeu cinco, PP e PR elegeram quatro cada, e os outros partidos ficaram com as demais vagas. Na Assembleia Legislativa, o PT também elegeu o maior número de deputados (24), seguindo por PSDB (22), PV (nove), DEM (oito), PMDB (cinco), PTB (quatro), PDT (quatro), PSC (quatro), PPS (quatro), PSB (três), PRB (dois) e PCdoB (dois).
Eleição para o governo estadual
Governador eleito
Sob o comando de Iris Rezende, o PMDB goiano esteve à frente do Executivo por quatro mandatos consecutivos, marca idêntica à do PFL baiano nos tempos de Antônio Carlos Magalhães. Entretanto a vitória de Geraldo Alckmin para o governo paulista em 2010 assegurou ao PSDB o comando do estado mais rico do país pela quinta vez consecutiva. Político com origem no MDB, foi eleito vereador em Pindamonhangaba em 1972 e prefeito em 1976. Nascido na cidade em questão, formou-se médico na Universidade de Taubaté, chefiou o Departamento de Anestesiologia da Santa Casa de Misericórdia em Pindamonhangaba e em Lorena foi professor tanto no Centro Universitário Salesiano de São Paulo quanto no Instituto Santa Teresa. Após o fim do bipartidarismo ingressou no PMDB elegendo-se deputado estadual em 1982 e deputado federal em 1986.[4] Membro do grupo responsável pela fundação do PSDB, assinou a Constituição de 1988, foi reeleito em 1990 e votou a favor do impeachment de Fernando Collor em 1992.[5][6] Eleito e reeleito vice-governador na chapa de Mário Covas em 1994 e 1998, perdeu a eleição à prefeitura de São Paulo no ano 2000, mas assumiu o executivo estadual em 2001 após a morte do titular. Reeleito governador em 2002, renunciou ao cargo em 2006 quando foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição presidencial. Novamente malsucedido ao disputar a prefeitura paulistana em 2008, foi nomeado secretário de Desenvolvimento pelo governador José Serra no início do ano seguinte e em 2010 venceu a eleição e voltou a governar São Paulo.[7][8]
Vice-governador eleito
Natural de São Paulo, o empresário e administrador de empresas Afif Domingos formou-se pela Faculdade de Economia do Colégio São Luís e sua família detinha o controle da Indiana Seguros. No governo Paulo Maluf presidiu o Banco de Desenvolvimento de São Paulo e foi secretário de Agricultura. Duas vezes presidente da Associação Comercial de São Paulo e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo por cinco anos a partir de 1982, mesmo ano em que foi candidato a vice-governador pelo PDS na chapa de Reinaldo de Barros, num pleito vencido pelos candidatos do PMDB. Filiado ao PL, elegeu-se deputado federal em 1986.[9] Candidato a presidente da República em 1989 e a senador em 1990, não teve sucesso em nenhuma empreitada. Após algum tempo dedicado à iniciativa privada ingressou no PFL e foi secretário municipal de Planejamento na administração Celso Pitta. Em seu novo partido perdeu a eleição para senador em 2006, mas foi eleito vice-governador em 2010 quando já pertencia ao DEM.[10] A partir de 2013, também acumulou a função de ministro-chefe da secretaria de Micro e Pequena Empresa do Brasil no governo de Dilma Rousseff.[11]
Aloysio Nunes, eleito senador em 2010 com um recorde de votos.
Marta Suplicy, eleita em 2010 a primeira mulher senadora por São Paulo.
Advogado natural de São José do Rio Preto e formado na Universidade de São Paulo, Aloysio Nunes fez política desde os tempos do movimento estudantil. Filiado ao PCB, pregou a luta armada contra a Ditadura Militar de 1964. Exilado em Paris, formou-se em Economia Política na Universidade de Paris e obteve o mestrado Ciência Política na primeira metade dos anos 1970.[12] Por conta da Lei da Anistia voltou ao Brasil em 1979 e reingressou no MDB.[13] Procurador da Secretaria de Justiça do estado de São Paulo e professor da USP, foi eleito deputado estadual pelo PMDB em 1982 e 1986, além de vice-governador na chapa de Luiz Antônio Fleury Filho em 1990. Secretário de Transportes no novo governo, deixou a pasta em 1992 quando concorreu, sem sucesso, à prefeitura de São Paulo. Eleito deputado federal em 1994, migrou para o PSDB e foi reeleito em 1998. No início do Século XXI foi secretário-geral da Presidência e ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso. Após renovar o mandato parlamentar em 2002, foi secretário municipal de Governo da prefeitura de São Paulo nas administrações José Serra e Gilberto Kassab e chefe da Casa Civil quando Serra foi governador. Em 2010, elegeu-se senador por São Paulo com a maior votação nominal obtida até então por um candidato ao Senado em todo o país.[14][15][16]
Nascida em São Paulo, a psicóloga Marta Suplicy graduou-se em 1975 pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com pós-graduação em Stanford e Mestrado na Universidade de Michigan. Afeita à sua profissão tornou-se conhecida como terapeuta sexual ao participar do TV Mulher, programa exibido pela Rede Globo no curso dos anos 1980. Casada com Eduardo Suplicy por 37 anos a partir de 1964, ingressou no PT em 1981, porém sua estreia política aconteceu ao eleger-se deputada federal em 1994.[17] Derrotada em primeiro turno ao disputar o governo paulista em 1998, elegeu-se prefeita de São Paulo no ano 2000. Derrotada ao buscar a reeleição em 2004, foi ministra do Turismo no governo Lula.[18] Em 2008 perdeu nova eleição à prefeitura paulistana. Sua eleição em 2010 tornou-a a primeira mulher eleita pelo voto popular senadora por São Paulo. Licenciou-se do mandato para assumir o ministério da Cultura no governo Dilma Rousseff e posteriormente ingressou no PMDB.[19][20]
Resultados
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral houve 36.778.771 votos nominais.[1][nota 2][nota 4]
↑A posse dos parlamentares eleitos ocorreria em 1º de fevereiro de 2011 para os deputados federais e em 15 de março de 2011 para os estaduais.
↑ abSalvo indicação em contrário, os candidatos assinalados com a expressão "zero" tiveram o registro indeferido (negado) pelo juiz e recorreram à instância superior, mas esta confirmou a sentença antes proferida.
↑Conhecido pelo epíteto de "Mancha", é homônimo do jornalista Luiz Carlos Prates.
↑Há poucos dias da eleição Orestes Quércia renunciou por motivos de saúde e obrigou a coligação "Unidos por São Paulo" a concorrer com apenas um candidato a senador.
↑ abSancionada em 2010, a Lei da Ficha Limpa foi considerada inaplicável às eleições havidas no ano em questão por ferir o princípio da anualidade eleitoral conforme decisão do Supremo Tribunal Federal em 2011, assim alguns parlamentares barrados em São Paulo assumiram o mandato ante a redistribuição das vagas. Foram proclamados eleitos os deputados federais Paulo Maluf e Beto Mansur e os deputados estaduais Vanessa Damo, Itamar Borges e José Roberto Tricoli, respectivamente.
↑Eleito vice-governador de São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin em 2014, renunciou ao mandato parlamentar no último mês da legislatura em prol de Marcelinho Carioca.
↑Eleito prefeito de Campinas em 2012, renunciou ao mandato parlamentar em prol de Marco Aurélio Ubiali.
↑Novo partido faz encontro e formaliza hoje sua criação (online). Folha de S. Paulo, São Paulo (SP), 25/06/1988. Política, p. A-5. Página visitada em 5 de novembro de 2017.
↑De olho em 2010, Serra dá a Alckmin secretaria em SP (online). Folha de S. Paulo, São Paulo (SP), 20/01/2009. Brasil, p. A-4. Página visitada em 5 de novembro de 2017.