Eduardo Navarro graduou-se em Geografia pela Universidade Estadual Paulista e concluiu seu mestrado em Geografia Física pela mesma instituição. Seu doutorado, iniciado aos 29 anos, foi inicialmente em Linguística, mas depois passou a ser Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo. Possui outra graduação, também em Letras Clássicas.[11][12][3]
Iniciou uma graduação em Filosofia na Faculdade São Bento, de São Paulo, mas interrompeu o curso. Mesmo assim, manteve o apreço por aquela área do conhecimento. Seu primeiro livro, publicado quando tinha 25 anos, intitulava-se O Pensamento Vivo de Sócrates.[11]
Em 1995, doutorou-se com uma tese sobre a questão das línguas no Renascimento.[3][8] Ele publicou, em 1997, Anchieta: vida e pensamentos, livro a respeito do padre jesuíta espanhol José de Anchieta, autor da primeira gramática da língua tupi antiga e um dos primeiros autores da literatura brasileira.[13]
Eduardo Navarro foi o organizador e principal tradutor dos livros Poemas: lírica portuguesa e tupi, de 1997, e Teatro, de 1999, nos quais redigiu notas explicativas e modernizou a ortografia original dos textos, cujo conteúdo havia sido majoritariamente escrito em tupi antigo por José de Anchieta.[3][17][18][19]
Ele também foi o responsável por redigir o prefácio e as notas de rodapé da reedição do livro Uma festa brasileira, de Ferdinand Denis, além de ter traduzido parte de tal obra diretamente do tupi antigo. A primeira edição desse livro havia sido publicada em 1850 na cidade de Paris. A reedição foi lançada em outubro de 2007, com versão bilíngue em francês e em português. O trecho traduzido por Navarro foram os Poemas brasílicos, do padre Cristóvão Valente.[20]
Em 2021, Eduardo Navarro anunciou ter traduzido as seis cartas dos índios Camarões, descobertas há mais de 130 anos nos Países Baixos, onde lá estão guardadas há quase 400 anos. As cartas, todas em tupi, são o único registro de indígenas alfabetizados que escreveram no Período Colonial. Ele planeja publicá-las em livro.[5][21][22][23][24]
Resgate da língua tupi
Desde o ano 2000, Eduardo Navarro tem formado professores de tupi antigo para escolas indígenas da Paraíba, em uma iniciativa chamada Projeto Poti.[25] O primeiro curso de tupi clássico, ocorrido no município de Baía da Traição,[5] teve duração de dois anos e formou 17 monitores para atuarem como professores nas escolas potiguaras, objetivando multiplicar o conhecimento a respeito dessa língua, a fim de recuperá-la.[26][27]
Houve, ainda, a institucionalização da língua tupi no currículo das escolas indígenas. Com efeito, a disciplina é ministrada desde os anos iniciais até o ensino médio.[28]
2013 — Los Destacados de ALIJA, prêmio atribuído pela Asociación de Literatura Infantil y Juvenil Argentina, pela tradução de Cabeza hueca, cabeza seca.[32]
NAVARRO, Eduardo de Almeida (2005). Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos 3.ª ed. São Paulo: Global. 464 páginas. ISBN9788526010581
NAVARRO, Eduardo de Almeida (2013). Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil 1.ª ed. São Paulo: Global. 624 páginas. ISBN9788526019331
Histórias em língua geral da Amazônia. Organizado por NAVARRO, Eduardo de Almeida; AVILA, Marcel Twardowsky 1.ª ed. São Paulo: Centro Angel Rama. 2017. 112 páginas. ISBN9788591262038[33]