Christian Lundgaard é filho de Henrik Lundgaard, campeão europeu de rali em 2000, e de Lotte Lundgaard, que correu de motocross.[4] Seu irmão mais velho, Daniel Lundgaard, correu com ele na Fórmula 4 Dinamarquesa, e atualmente, desenha seus capacetes.[5]
Carreira
Kart
Lundgaard começou a correr profissionalmente no kart em 2012, participando de diversos campeonatos regionais e sendo campeão europeu em 2015.[6]
Fórmula 4
Em 2017, Lundgaard fez sua estreia em monopostos aos 15 anos, nos campeonatos SMP F4 e na Fórmula 4 Espanhola com a MP Motorsport, além de ter feito uma rodada da Fórmula 4 Dinamarquesa na equipe de seu pai Henrik, a Lundgaard Racing. Nesse campeonato local, Christian foi companheiro de seu irmão Daniel, e os dois compartilharam o pódio na corrida 3 em Djursland, com Christian em segundo e Daniel, que viria a ser campeão da temporada, em primeiro.[7]
No SMP F4, Christian Lundgaard obteve dez vitórias, sete pole positions, dez voltas mais rápidas e 14 pódios em 21 provas, conquistando o campeonato com uma rodada de antecedência, somando 292 pontos e superando o vice-campeão Bent Viscaal por 74 pontos. No Campeonato Espanhol de Fórmula 4, Lundgaard fez dezessete pódios em vinte provas e venceu seis corridas, incluindo todas as corridas em Aragón, para se tornar campeão na última rodada em Estoril, somando 330 pontos e novamente superando Viscaal, agora por 64 pontos de diferença.[8][9]
Fórmula Renault
Em 2018, Lundgaard continuou seu relacionamento com a MP Motorsport e participou com a equipe na Copa da Europa do Norte de Fórmula Renault 2.0 e na Eurocopa de Fórmula Renault. Neste último, Lundgaard conquistou quatro pole positions, três voltas mais rápidas e 10 pódios, entre os quais conquistou quatro vitórias. Lundgaard terminou em segundo no campeonato, atrás de seu companheiro de equipe na Renault Sport Academy, Max Fewtrell.[10]
Em janeiro de 2019, Lundgaard foi contratado pela equipe ART Grand Prix para a disputa da temporada inaugural do Campeonato de Fórmula 3 da FIA, sendo companheiro de Max Fewtrell e David Beckmann.[15] Lundgaard teve dois pódios: o primeiro foi na corrida de abertura da temporada em Barcelona, que teria sido uma vitória, mas o dinamarquês foi punido e acabou em segundo lugar,[16] e o outro foi uma vitória na corrida 1 de Hungaroring, prova na qual ele também fez a melhor volta.[17] Ao todo, ele pontuou em oito etapas, fechando sua única temporada na F3 como o sexto colocado e com 97 pontos, um a menos do que Pedro Piquet, o quinto. Os resultados de Lundgaard o colocaram como o melhor piloto da ART no ano.[18]
Fórmula 2
Em novembro de de 2019, foi anunciado que Lundgaard participaria da final do Campeonato de Fórmula 2 da FIA, realizada em Yas Marina, com a equipe Trident.[19] Ele continuou com sua colaboração com a ART Grand Prix para a disputa da temporada de 2020, sendo companheiro de Marcus Armstrong.[20] Lundgaard teve sua primeira vitória na corrida 2 da segunda rodada no Red Bull Ring,[21] vencendo novamente na corrida 2 em Mugello,[22] tendo feito a sua primeira pole nesse mesmo circuito.[23] Fez mais quatro pódios e encerrou sua temporada de estreia na F2 em sexto, com 149 pontos, 5,5 a mais do que Guanyu Zhou. Lundgaard mais uma vez superou seu companheiro de equipe, que ficou sete posições abaixo dele e fez quase um terço de seus pontos.[24]
Lundgaard seguiu com a ART para 2021,[25] agora ao lado do estreante francês Théo Pourchaire, que tinha brigado pelo título da F3 no ano anterior. O dinamarquês não teve nenhuma vitória nessa temporada, seu melhor resultado foi um segundo lugar na corrida 2 em Sakhir, e ele ainda teve mais dois terceiros lugares na corrida 1 de Silverstone e na corrida 1 de Monza. Foi apenas o 12º colocado, com 50 pontos, apenas um de vantagem sobre Armstrong. No duelo interno com Pourchaire, o dinamarquês foi derrotado, tendo ficado sete posições abaixo do francês e somado quase um terço de seus pontos.[26]
Lundgaard não seguiu na F2 para 2022, tendo afirmado anteriormente que ele precisaria "de um pai rico" para ter uma terceira chance, e que se ele não entregasse bons resultados, estaria fora.[27]
Fórmula 1
Em março de 2017, Lundgaard foi confirmado para participar da Renault Sport Academy, o programa de jovens pilotos da equipe Renault de Fórmula 1.[28][29] Sua primeira experiência em um carro de Fórmula 1 foi durante um teste privado em 2019, no qual ele pilotou o Renault R.S.17 em Hungaroring.[30] O dinamarquês voltou a conduzir esse carro durante os testes de Jerez em novembro.[31]
Em outubro de 2020, Lundgaard e seu colega da academia Guanyu Zhou testaram o Renault R.S.18 no Circuito Internacional do Barém, com o dinamarquês declarando que se sentiu "confortável imediatamente em sua primeira corrida". Nesse ano, Christian viveu a expectativa de ser escolhido para estrear na F1, com a imprensa especulando que ele seria o substituto de Daniel Ricciardo. Sobre essa situação, Lundgaard declarou que a decisão não estava nas mãos dele, e que tudo dependeria do que o australiano viria a decidir.[32] Ricciardo assinou com a McLaren ao final daquele ano, mas a Renault optou por repatriar Fernando Alonso, em vez de promover Lundgaard ou outro membro de seu programa de jovens pilotos.[33]
Lundgaard seguiu na academia quando a Renault foi renomeada para Alpine, e consequentemente, a Renault Sport Academy se tornou a Alpine Academy. Ele se tornou piloto de simulador para a equipe francesa em 2021, e em junho, testou o R.S.18 em Silverstone, completando mais de cem voltas.[34] Lundgaard deixou a Alpine Academy em 2022, para se concentrar em sua carreira na IndyCar, e posteriormente, afirmou que os carros da F1 eram mais fáceis de guiar que os da Indy.[35]
IndyCar Series
Rahal Letterman Lanigan
Após testar no Barber Motorsports Park com a Rahal Letterman Lanigan Racing em julho de 2021, Lundgaard foi chamado por esta equipe para correr na prova de Indianápolis da IndyCar Series, pilotando o carro de nº 45,[36] e terminando em décimo segundo.[37] Seu resultado causou boa impressão na equipe, e o próprio piloto teceu elogios à categoria, afirmando que a IndyCar atual era o que a Fórmula 1 tinha sido antes dele nascer.[38]
Assim, em 1 de dezembro de 2021, foi anunciado que Lundgaard havia sido contratado pela Rahal Letterman Lanigan para competir na IndyCar Series em 2022.[2] Dessa vez, ele pilotou o carro nº 30 e correu ao lado de Graham Rahal e de Jack Harvey. O dinamarquês se destacou na 13ª rodada em Indianápolis, na qual obteve seu primeiro pódio, um segundo lugar.[39] Além dessa, Lundgaard teve outras seis aparições no Top-10, chegando a liderar nas corridas de Road America e Portland.[40] Com 323 pontos, Lundgaard foi o décimo quarto colocado e o melhor estreante de 2022. No duelo interno da RLL, Lundgaard ficou três posições abaixo de Rahal, que somou vinte e dois pontos a mais, no entanto, o dinamarquês ficou oito posições acima de Harvey, que fez 114 pontos a menos.[41]
Lundgaard seguiu na RLL em 2023, voltando a pilotar o carro nº 45, e nessa temporada, ele teve sua primeira pole na quinta rodada em Indianápolis,[42] na qual terminou em quarto lugar.[43] Sua primeira vitória viria cinco provas depois, em Toronto, na qual Lundgaard dominou, fazendo a pole, a volta mais rápida e liderando o maior número de voltas,[44] se tornando também o primeiro e até agora único dinamarquês a triunfar na IndyCar Series.[45] Ao todo, Lundgaard teve três aparições no Top-5 e nove aparições no Top-10, fechando o ano em oitavo, com 390 pontos, e sendo o melhor piloto da RLL no ano.[46]
Em 2024, Lundgaard e Rahal tiveram a companhia de Pietro Fittipaldi, novo condutor do carro nº 30. O dinamarquês voltou a se destacar em Indianápolis, prova na qual ele fez uma brilhante estratégia com os pneus e anotou seu único pódio do ano, um terceiro lugar.[47] Ele também teve bons momentos nas 500 Milhas de Indianápolis, onde liderou quatro voltas e fez a volta mais rápida, terminando em 13º. Com seis corridas entre os dez primeiros,[48] Lundgaard foi o décimo primeiro colocado, com 312 pontos, sendo novamente o melhor piloto da RLL no ano.[49]
Lundgaard anunciou sua saída da Rahal Letterman Lanigan antes do final da temporada, e Bobby Rahal, sócio da equipe, afirmou que os empresários do piloto dinamarquês tinham simplesmente ignorado suas propostas de renovação.[50] Com isso, o estreante Louis Foster foi escolhido para substituir Lundgaard no carro 45.[51]
‡ Lundgaard não tinha direito a pontos a partir da terceira rodada. † Como Lundgaard era um piloto convidado, ele não tinha direito a pontos.
Resultados completos na IndyCar Series
(Legenda) (Corridas em negrito indicam pole position) (Corridas em itálicovolta mais rápida) (Corridas com asterisco (*) indicam que o piloto liderou por mais voltas)