A fusão com os ritmos nordestinos, principalmente o maracatu, veio em 1991, quando Science entrou em contato com o bloco afro Lamento Negro, de Peixinhos, subúrbio de Olinda. Misturou o ritmo da percussão com o som de sua antiga banda e formou o Nação Zumbi. A partir daí o grupo começou a se apresentar no Recife e em Olinda e iniciou o "movimento" mangue beat, com direito a manifesto ("Caranguejos com Cérebro", de Fred 04, do Mundo Livre S/A).
A Nação Zumbi lançou um CD duplo em 1998, depois da morte do líder Chico Science, com músicas novas e versões ao vivo remixadas por DJs.
A sua versão da canção "Maracatu Atômico" foi o clipe que encerrou as atividades da MTV Brasil, do grupo Abril, em 30 de setembro de 2013. A Ex-VJ Cuca Lazzarotto, que assim como no primeiro clipe da emissora em 1990, foi quem apresentou o videoclipe.[28]
Imagem pública
Gilberto Gil considerava Chico Science (juntamente com o grupo baiano Olodum) como "o que surgiu de mais importante na música brasileira nos últimos vinte anos".[27]
Influências
Podem ser citadas como bandas relacionadas a Chico Science, as conterrâneas Mundo Livre S/A, Bonsucesso Samba Clube, as mais recentes Cordel do Fogo Encantado, Mombojó e Otto (o qual é ex-integrante do Mundo Livre S/A). Outras bandas influenciadas por Chico: Sepultura (mais especificamente o álbum Roots[29]), Soulfly (que gravou "Sangue de Bairro" no seu disco 3 e contou com Lúcio Maia, Jorge Du Peixe e Gilmar no seu primeiro disco Soulfly,[30]Cássia Eller (intérprete de músicas como "Corpo de Lama" e "Quando a Maré Encher"), Fernanda Abreu (álbum Raio X) e Arnaldo Antunes (álbum O Silêncio), além da antiga parceira e ainda em atividade, a Nação Zumbi. O Charlie Brown Jr. gravou "Samba Makossa" em seu disco acústico e seu vocalista Chorão se declarava fã de Chico.[31][32][33]
A banda filipina de nu metal Chicosci, originalmente chamava Chico Science, inspirada pelo artista brasileiro.[34] O músico de drum and bass inglês Goldie, conhecido nos anos 90 como "o rei do jungle", compôs uma música em homenagem ao cantor brasileiro chamada "Chico - Death of a rockstar".[35]
Morte
Chico Science morreu no final da tarde de um domingo do dia 2 de fevereiro de 1997,[37] em um acidente de automóvel quando dirigia o carro de sua irmã de Recife a Olinda. Às 18h30, ele estava sozinho ao volante na estrada quando seu Fiat Uno se chocou com um poste depois que um outro veículo teria fechado a sua passagem.[38]
Science ainda foi socorrido por um policial que estava passando num ônibus e o levou ao Hospital da Restauração, mas não resistiu e chegou ao hospital morto com múltiplas lesões. O enterro aconteceu na segunda-feira do dia 3 de fevereiro de 1997, no Cemitério de Santo Amaro, localizado no Recife. A família de Chico Science recebeu indenização de cerca de 10 milhões de reais da montadora Fiat, responsabilizada pela morte do cantor e compositor no acidente, devido a falhas no cinto de segurança do carro que dirigia e que poderia ter lhe poupado a vida.[39] Seu túmulo é visitado por fãs e admiradores da sua obra e de seu legado.[40]
Discografia
Com Chico Science & Nação Zumbi
Da Lama ao Caos (1994) — disco de ouro, mais de 100.000 cópias vendidas.
Afrociberdelia (1996) — disco de ouro, mais de 100.000 cópias vendidas.
Coletâneas
Maxximum: Chico Science & Nação Zumbi (2005) — Sony BMG
Grandes Sucessos: Chico Science & Nação Zumbi (2001) — Sony Music
Telenovela Viver a Vida (2009) — Science não fez parte da trilha sonora oficial, mas em diversos momentos uma versão instrumental de "Sangue de Bairro" foi executada na trama
↑«Memorial Chico Science». Governo de Pernambuco. S/data. Consultado em 20 de março de 2014. Domingo, 2 de fevereiro: por volta das 19h, o Fiat que Chico dirigia se choca contra um poste no Complexo de Salgadinho, a caminho de Olinda.
↑«Chico Science». Os 100 Maiores Artistas da Música Brasileira. Rolling Stone. Consultado em 31 de maio de 2017. Arquivado do original em 13 de maio de 2017