Águas de Lindóia é um dos onze municípios paulistas considerados estâncias hidrominerais pelo estado de São Paulo, por cumprirem determinados requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar, junto a seu nome, o título de estância hidromineral, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
História
A região de Águas de Lindóia teve como primeiros habitantes os indígenascaiapós e teriam sido eles os descobridores das propriedades curativas das águas termais locais.[6]
Em 9 de agosto de 1728, Manoel de Castro, residente em Santos, recebeu uma sesmaria que abrangia os territórios dos atuais municípios de Lindóia e Águas de Lindóia, incluindo o local denominado “Águas Quentes”, onde se formaria a cidade de Águas de Lindóia. Já nessa época, os bandeirantes e tropeiros já sabiam das propriedades curativas das águas termais da região, na qual se fixaram, por causa delas, moradores de outras vilas, como Santos, Atibaia e Bragança.[7][8][9]
Em 1900, a convite do padre italiano Carmelo d’Angelo, pároco de Socorro, vieram para o Brasil dois amigos e conterrâneos dele: o padre Henrique Tozzi, que assumiu o cargo de vigário de Lindóia, e o seu sobrinho, o médico Francisco Tozzi, que passou a clinicar na região.[6][8]
Em 1909, o Padre Henrique Tozzi contou ao seu sobrinho médico sobre a cura de um eczema nas águas termais do local chamado “Águas Quentes” e Francisco constatou que essas águas tinham poderes curativos. No mesmo ano, o Dr. Tozzi adquiriu o sítio em que estava Águas Quentes, em cuja propriedade começou a construção, sob ordens do médico, das Termas de Lindóia (atual Águas de Lindóia), com balneários e toda a infraestrutura necessária para os operários.[6][8][10]
As propriedades curativas das águas das Termas de Lindóia trouxeram para lá cada vez mais pessoas e propiciaram, a partir de 1916, o engarrafamento da água mineral.[10]
O Decreto nº 9.731 de 16 de novembro de 1938, criou o distrito de Termas de Lindóia, subordinado ao município de Lindóia. Posteriormente, em 1953, a sede do município de Lindóia foi transferida para as Termas de Lindóia e o município recebeu o nome de Águas de Lindóia, tendo Lindóia restaurando sua autonomia em 1965.[7][9]
Em 1954, se iniciou a construção de um novo balneário em Águas de Lindóia, concluído em 1959, e, simultaneamente, foi feito um plano urbanístico para o município, com ruas asfaltadas, praças e jardins. Na década de 1960, o trabalho paisagístico de Burle Marx originou a Praça Adhemar de Barros.[8]
Madame Curie veio ao Brasil em 1926 e visitou as Termas de Lindóia. A radioatividade foi o tema das conversas, porque anos mais tarde descobriu-se que a água mineral de Águas de Lindóia atingia 3.179 maches na escala radioativa, contra 185 maches das famosas fontes de Jáchymov na República Tcheca e 155 maches das fontes de Bad Gastein, na Áustria.[8][11]
A radioatividade natural da água é extremamente benéfica para o organismo, e Águas de Lindóia possui, comprovadamente, a água mineral de maior radioatividade em todo o planeta.[12]
Águas de Lindóia e a Missão Apolo 11
O Balneário Municipal exibe uma nota fiscal muito interessante, de número 20.218, emitida em 2 de abril de 1969, três meses e meio antes do homem chegar à Lua pela primeira vez a bordo da Apolo 11. Segundo este documento, foram embarcadas para o Cabo Canaveral, a pedido da NASA, 100 dúzias de garrafas com 500 ml contendo água mineral de Águas de Lindóia.[11]
Algumas pessoas que trabalharam na empresa engarrafadora naquela época confirmam a história e acrescentam que a água enviada foi retirada da Fonte Santa Filomena, que ainda jorra no Balneário.[11]
O site da NASA comprova que a cápsula Eagle, onde os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins fizeram a viagem, possuía dois reservatórios para água, mas não especifica com qual água eles foram abastecidos. Os motivos que teriam levado a NASA a escolher a água mineral de Águas de Lindóia são a baixa acidez e rápida absorção pelo organismo.[11]
Águas de Lindóia possui 5 Centros Espíritas.[14] Dentre eles, podemos citar a Fraternidade Espiritualista de Libertação Interior, encabeçada pela conselheira espiritual Lígia Campos Palazzini há mais de 25 anos.
Igreja Evangélica
O município possui diversas comunidades evangélicas, entre elas destacamos: Igreja do Evangelho Quadrangular; Igreja Batista; Igreja Assembleia de Deus (Belém e Madureira); Igreja de Cristo Pentecostal Internacional; Igreja do Nazareno; Igreja Presbiteriana do Brasil; Igreja Amor e vida; Igreja Assembleia de Deus Vida Nova, que compõe o COMLEAL (Conselho de Ministros e Líderes Evangélicos de Águas de Lindoia, sob a Presidência do Pastor Nárcio Cavalieri (2021/2023).
Geografia
A altitude média do município é de 945 metros, atingindo seu ponto mais alto no Morro Pelado, aos 1.400 metros de altura. Por estas características, goza de um clima agradável, classificado como transição entre subtropical e tropical de altitude.
Sua população auferida no censo 2022 é de 17.930 habitantes.[5]
Apresenta 92,9% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 82,1% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 73,3% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 212 de 645, 474 de 645 e 9 de 645, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 293 de 5570, 2241 de 5570 e 60 de 5570, respectivamente.(FONTE:IBGE)[15]
A cidade foi atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) até 1973,[16] quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que construiu a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica,[17] sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[18] para suas operações de telefonia fixa.
Notas
↑Pelas normas ortográficas vigentes, este topônimo deveria ser grafado Águas de Lindoia (sem acento em Lindóia), pois não são mais acentuados os ditongos abertos oi em palavras paroxítonas