Xegundo Xou da Xuxa é o terceiro álbum de estúdio da artista musical e apresentadora brasileira Xuxa. O seu lançamento ocorreu em 23 de junho de 1987, pela gravadora Som Livre. Este álbum é o segundo de uma série de sete dedicados ao programa Xou da Xuxa.
Inicialmente, o repertório foi selecionado por Guto Graça Mello, mas precisava da aprovação da própria intérprete. Devido a atrasos e à insatisfação dela com algumas faixas, ele foi substituído por Michael Sullivan e Paulo Massadas na produção. Com um investimento de cerca de Cz$ 3,5 milhões, o presidente da gravadora, João Araújo, declarou que a expectativa era que Xuxa superasse seu próprio recorde de vendas, algo que nem mesmo Roberto Carlos havia conseguido.
Após o sucesso do álbum Xou da Xuxa, que vendeu 2.179.618 cópias apenas em 1986 e recebeu o Prêmio Vila-Lobos da Associação Brasileira dos Produtores de Discos como Melhor Disco Infantil de 1986,[1] a gravadora Som Livre levou apenas alguns meses para iniciar a produção do segundo álbum da artista sob o selo. O objetivo era utilizar a mesma fórmula do disco anterior e aproveitar o crescente sucesso de Xuxa no programa da Rede Globo.[2][3]
Produção e composição
A exigência agora é muita, mas vai ser bom, farei igual ou melhor que o primeiro. Mas não estou preocupada com o resultado das vendas, não sou uma cantora. Fico muito mais gratificada por ser uma apresentadora que, nos shows em ginásios e estádios do Brasil, canta com 25 a 30 mil crianças em coro total. Elas decoram as letras para me mostrar. É um carinho e é muito bom. Quem escolhe o repertório do disco é o Guto, eu dou palpites na escolha de cinco ou seis faixas porque acredito no meu “taco” com as crianças."
—Xuxa, sobre a produção do álbum Xegundo Xou da Xuxa.[4]
Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente da gravadora, João Araújo, anunciou um investimento de cerca de Cz$ 3,5 milhões na produção do álbum, afirmando que Xuxa já era "a rainha do mercado fonográfico brasileiro e latino-americano". Ele expressou a expectativa de que ela superasse seu próprio recorde de 2,6 milhões de cópias, algo que Roberto Carlos jamais conseguiu.[5] Inicialmente, o repertório do disco foi selecionado por Guto Graça Mello, com aprovação da própria artista.[2] Cada faixa incluída representava um adiantamento de cerca de CZ$ 800 mil em direitos autorais para os compositores.[2] A produção também estave a cargo de Mello,[3] mas, devido a atrasos relacionados aos compromissos da intérprete e ao desagrado deela com algumas canções, ele foi demitido e a produção passou para Michael Sullivan e Paulo Massadas.[3][3]
Para garantir que o repertório agradaria ao público, as músicas selecionadas tinham sua base instrumental tocada durante o programa Xou da Xuxa, observando a reação das crianças; se elas ficassem indiferentes, a música era reprovada. O álbum contou com participações do Trem da Alegria e de Os Abelhudos.[6] Outros destaques incluem o primeiro single "Festa do Estica e Puxa", do grupo baiano Chiclete com Banana, e a versão de "Mickey", da estadunidense Toni Basil, feita por Xuxa.[7][6] A música "Banda da Xuxa" gerou controvérsia pelo uso da palavra "bundão" em um dos versos. Após ser ouvida pelo Conselho Superior de Censura, foi marcada uma reunião para decidir se a canção poderia ser veiculada em rádios e na televisão. Apesar do veto, isso não impactou as vendas do disco, e o processo foi encerrado em 21 de agosto de 1987.[8]
Divulgação
Xuxa realizou um show promovendo o disco em 4 de julho de 1987, no Scala, Rio de Janeiro.[9] A turnê promocional, chamada Xou da Xuxa 87, começou em 27 de agosto de 1987, no Palace São Paulo, e os últimos concertos ocorreram em dezembro de 1987, durante a Chegada do Papai Noel.[10]
Todo o processo de elaboração de Xegundo Xou da Xuxa atribui os seguintes créditos:[11]
Produzido por: Michael Sullivan e Paulo Massadas
Coordenação Artística: Max Pierre
Engenheiros da sala de teclados: Carlos Ronconi e Felipe Nery
Assistentes de Estúdio e Mixagem: Sergio Rocha, Marcos Andre, Marquinhos, Ivan Carvalho, Chambinho, Beto Vaz, Billy e Marcelo Ser
Engenheiros de Gravação: Jorge 'Gordo' Guimarães
Recepção comercial
As lojas brasileiras encomendaram mais de 1 milhão e 200 mil unidades de Xegundo Xou da Xuxa antecipadamente.[14] Após dez dias de lançamento, 1,5 milhões de cópias foram vendidas.[15] Em 23 de julho de 1987, o projeto atingiu a primeira posição na lista dos álbuns mais vendidos da semana publicada pelo Jornal do Brasil, com dados fornecidos pelo instituto Nelson Oliveira Pesquisa e Estudo de Mercado (Nopem).[16] Com mais de 2 milhões e 639 mil cópias comercializadas, tornou-se o disco mais vendido do ano.[17] Atualmente ultrapassa 3 milhões e 200 mil vendas, o que o converte no segundo álbum de estúdio mais vendido de todos os tempos por uma artista solo feminina no Brasil, apenas atrás de Xou da Xuxa 3 (1988).[18][19][20]
↑As músicas "Estrela Guia" e "Beijinho, Beijinho" foi lançada originalmente no LP Karaokê da Xuxa, em 1987.[12] E para que as músicas deste álbum não ficassem sem relançar em CD, colocaram 2 faixas como bônus no álbum Xegundo Xou da Xuxa. Na capa desta versão está escrito "Incluindo os sucessos Estrela Guia e Beijinho, Beijinho".[13]