Em 1935, a Vultee Aircraft produziu um bombardeiro leve derivado de seu avião comercialmonomotorVultee V-1, que, apesar de ter demonstrado um bom desempenho, foi vendido em pequena quantidade devido a restrições impostas pelo uso de aeronaves monomotoras em operações de transporte de passageiros regular.[5]
A aeronave resultante, o Vultee V-11, manteve o formato monomotor asa-baixa e estrutura toda de metal do V-1. Combinou uma nova fuselagem com acomodação para três tripulantes sob um longo canopy envidraçado, mantendo ainda a asa e superfícies de cauda do Vultee V-1.[6]
Histórico operacional
China
Um pedido inicial de 30 V-11G com dois assentos foi feito pela China antes do fim de 1935. Este pedido foi seguido de outros em 1939, para duas versões (a V-12-C e V-12D) da variante mais potente, V-12. A maioria dessas aeronaves seriam montadas a partir de kits em uma fábrica chinesa em Loiwing, próximo da fronteira entre Chine e Myanmar,[7] e apesar do primeiro pedido de 25 V-12-C ter sido montado com sucesso, a fábrica foi fortemente bombardeada logo após o início da montagem dos primeiros V-12-D. Isto resultou em algumas estruturas parcialmente prontas serem evacuadas para a Índia, onde planejava-se concluir a montagem da aeronave na fábrica da Hindustan Aeronautics em Bangalore. Entretanto, após alguns terem sido montados, a produção foi suspensa devido à outras prioridades estabelecidas pela fábrica.[8]
Os V-11 e V-12 foram usados como bombardeiros leves, tendo alcançado algum sucesso, incluindo em uma missão de bombardear um aeródromo japonês, realizado por 4 aeronaves em Yuncheng, no dia 5 de fevereiro de 1939, pelo 10º Esquadrão da Força Aérea da República da China, antes de serem retiradas de missões de bombardeio para missões de treinamento e ligação em 1940.[9]
Brasil
Em fevereiro de 1939, a Força Aérea Brasileira adquiriu 10 Vultee V-11–GB2 para bombardeios de longo alcance. 26 aeronaves foram eventualmente pela Força Aérea.
Um voo sem escalas de 3 250 km (1 750 m.n.) foi realizado em solo brasileiro, com uma duração de 11 horas e 45 minutos, no dia 8 de novembro de 1939.
Em 26 de agosto de 1942, um U-boat foi atacado a 50 milhas da cidade de Araranguá, na costa sul do Brasil. Apesar de ser inadequado para operações anti-submarino, a aeronave voou baixo e soltou três bombas de 250 lb (113 kg), com algumas explodindo ao redor do submarino, danificando também a aeronave.[10]
União Soviética
Em 1936, a União Soviética comprou quatro V-11-GB de três assentos, junto com uma licença para produção. A aeronave entrou em produção soviética em 1937 como BSh-1 (Bronirovanny Shturmovik), mas a blindagem utilizada para a missão de ataque ao solo reduzia de forma inaceitável o desempenho, com a produção tendo sido encerrada após 31 aeronaves produzidas. Estas foram então transferidas para a Aeroflot e redesignadas PS-43 para uso como aeronaves de transporte de alta velocidade até a invasão alemã em 1941, quando retornaram para a Força Aérea Soviética para missões de ligação.[11]
Estados Unidos
No final da década de 1930, o Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos favoreceu aeronaves de ataque leve bimotoras, mas sete YA-19 foram pedidos no verão de 1938 para propósitos de comparação. Os YA-19 eram armados com seis metralhadoras de 7.62 mm e 1 080 lb (490 kg) de bombas em uma baia interna, motorizado com um motor radialPratt & Whitney R-1830 Twin Wasp de 1.200 hp, com três tripulantes, incluindo um piloto, um observador/atirador e um bombardeiro/fotógrafo.
Uma característica distinta do desenho do YA-19 era seu estabilizador horizontal, localizado à frente do estabilizador vertical. O pequeno tamanho deste último causava uma instabilidade direcional, de fomra que os últimos YA-19 foram equipados com estabilizadores verticais maiores.
Os testes em serviço mostraram que as aeronaves bimotoras eram mais rápidas, podiam ser melhor armadas e carregar mais bombas, de forma que os YA-19 não fossem mais pedidos. Após os testes de comparação, cinco YA-19 foram redesignados A-19 e colocados no 17º Grupo de Ataque em March Field, Califórnia, por um breve período, antes de serem transportados para a Zona do Canal do Panamá para tarefas de transporte e ligação. O A-19 nunca foi utilizado em combate, sendo rapidamente aposentado no início da década de 1940.
Versão de produção do V-12 para a China. Motorizado com um R1820-G105B Cyclone. 26 construídos, um pela Vultee e os 25 remanescentes pela China.
V-12-D
Versão revisada com uma nova fuselagem e equipada com um motor Wright R-2600 Cyclone 14 de 1600 hp. 52 pedidos pela China, dois de modelo construídos pela Vultee e 50 em produção local.
V-52
Versão de observação não construída, baseada no YA-19.
Designações do USAAC
YA-19
Variante do V-11-GB para o Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos. Sete aeronaves construídas.
YA-19A
O último YA-19 foi redesignado e concluído para ser utilizado como teste de motores. Equipado com um maior estabilizador vertical (para uma melhor estabilidade direcional) e motorizado com um Lycoming O-1230.
Os cinco YA-19 remanescentes foram redesignados A-19.
Designações soviéticas
BSh-1
Versão de ataque ao solo blindada produzida sob licença. Motorizado com um M-62 de 920 hp. A produção foi suspensa após terem sido produzidas 31 aeronaves.[13]
PS-43
Designação do BSh-1 quando utilizado pela Aeroflot como avião de transporte.[13]
14º Esquadrão – Vultee V-11G (30)[3], V-12C (25 entregues de um pedido de 26, que foi construído mas nunca entregue)[14] & Vultee V-12D (52 entregues)[14]
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Notas
↑mais no mínimo 4 na Rússia e outros 45 estruturas que foram entregues como partes sobressalentes, mas provavelmente não foram montados na China, com um máximo de 224 aeronaves.
Norton, William (2008). U.S. Experimental & Prototype Aircraft Projects: Fighters 1939-1945 (em inglês). North Branch, MN: Specialty Press. p. 182. ISBN978-1580071093