O atol de Funafuti, principal centro do arquipélago, é formado por mais de 30 ilhas. 92% da população é tuvaluana, já 8% é formada por outros grupos polinésios, principalmente os que vêm de Quiribáti.
Tuvalu divide-se administrativamente em nove ilhas.
O nome "Tuvalu" significa "grupo de oito", na língua tuvaluana, e simboliza suas oito ilhas que originalmente eram habitadas.
Os primeiros habitantes chegam provavelmente no século XIV, provenientes de Samoa. Os atóis de coral que compõem Tuvalu eram inicialmente uma colônia espanhola, denominada Ilhas de Laguna. Com o nome de Ilhas Ellice, tornam-se protetorado britânico em 1892. A possessão é unida a outro arquipélago, em 1915, ao formar a Colônia das Ilhas Gilbert e Ellice (atual Quiribáti). Em 1978 tornam-se independentes, com o nome de Tuvalu. A nação adota uma nova bandeira em 1995 e elimina dela o símbolo da Comunidade Britânica. A medida provoca insatisfação popular contra o primeiro-ministro Kamuta Latasi. Em 1996, um voto de desconfiança no Parlamento derruba Latasi, e Bikenibeu Paeniu é eleito para o cargo, restaurando a bandeira anterior. Paeniu renuncia em 1999 e é substituído por Ionatana Ionatana. Ionatana morre em dezembro de 2000.
Em 2003, o primeiro-ministro Saufatu Sopoanga é acusado pela oposição de protelar a convocação do Parlamento, a fim de evitar uma votação de uma moção de desconfiança contra seu governo, suspeito de má utilização do dinheiro público. No ano seguinte, é aprovada a moção de desconfiança que põe fim no governo de Soaponga. O chefe de governo passa a ser Maatia Toafa. Em 2005, Filoimeia Telito assume o cargo de governador-geral. Após as eleições gerais de 2006, Apisai Ielemia é escolhido novo primeiro-ministro.
Em setembro de 2007, Tavau Teii, o vice-primeiro-ministro, declara que os grandes poluidores mundiais devem indenizar Tuvalu, em virtude dos impactos das mudanças climáticas no arquipélago. Teii sugere, em encontro da ONU sobre o aquecimento global, que o auxílio a países vulneráveis da região venha de impostos sobre viagens aéreas e fretes de cargas marítimas.
A Segunda Guerra Mundial em Tuvalu
A Segunda Guerra Mundial atingiu o Oceano Pacífico em dezembro de 1941, quando os japoneses atacaram a base militar de Pearl Harbor no Havaí. Com potente armamento militar, o objetivo do Império Japonês era conquistar todo o sudeste asiático e invadiram também as Ilhas Salomão. Quiribáti também foi conquistado pelos japoneses, que não encontraram resistência no local. Todos os movimentos dos japoneses eram observados pelos coastwatchers, ou observadores costeiros, que enviavam relatórios aos americanos permitindo aos mesmos a confecção de estratégias militares.
De Quiribáti, os japoneses partiram para o sul em Tuvalu, mas as perdas na Batalha de Midway atrasaram os seus planos, o que permitiu aos americanos de tomarem a ilha pelo norte, uma ação tão bem guardada que os japoneses só foram saber da ocupação em março de 1943, quase 5 meses depois do início das ocupações. Num período de quase seis meses (27 de março a 17 de novembro de 1943) os japoneses atacaram o arquipélago nove vezes, sendo que na primeira mataram um civil e seis americanos, não causando assim danos consideráveis.
Alguns americanos não morreram em batalhas mas por infortúnios, como testes com aviões e por uma tempestade que fez desaparecer um esquadrão inteiro com quatro aviões em janeiro de 1944.
Em meados de 1944 a guerra mudou de localização mais para o norte e os soldados começaram a desocupar a ilha, que chegou a hospedar 6 mil militares, que partiram levando todos os equipamentos que trouxeram consigo.
Após a desocupação da ilha a população sofreu com a falta de produtos básicos, como tabaco, querosene, pano e farinha devido a dificuldade no acesso às ilhas.
A Segunda Guerra Mundial foi um breve e dramático episódio na história de Tuvalu, impactando diretamente no cotidiano das pessoas. Pôs fim ao regime colonial e foi fundamental para que fosse declarada a independência de Tuvalu.
Ameaça de desaparecimento
Como ilhas baixas sem uma plataforma rasa ao redor, Tuvalu é especialmente suscetível a mudanças no nível do mar e tempestades não dissipáveis.[5][6][7] No seu ponto mais alto, o país está apenas 4,6 metros acima do nível do mar. Os líderes tuvaluanos se preocupam com os efeitos do aumento do nível do mar.[8] Estima-se que um aumento de 20–40 centímetros nos próximos 100 anos pode tornar Tuvalu inabitável.[9][10] Um estudo publicado em 2018 estimou a mudança na área terrestre dos nove atóis de Tuvalu e 101 ilhas de recife entre 1971 e 2014, indicando que 75% das ilhas cresceram em área, com um aumento geral de mais de 2%.[11]Enele Sopoaga, o Primeiro-Ministro na altura, respondeu à investigação afirmando que Tuvalu não estava a expandir-se e não ganhou nenhuma terra habitável adicional.[12][13] Sopoaga disse também que a evacuação das ilhas seria um último recurso.[14]
A existência de mudanças mensuráveis no nível do mar em relação às ilhas de Tuvalu é uma questão controversa.[15][16] Houve problemas associados aos registros do nível do mar de Funafuti anteriores a 1993, o que resultou em melhorias na tecnologia de registro para fornecer dados mais confiáveis para análise.[10] O grau de incerteza quanto às estimativas da mudança do nível do mar em relação às ilhas de Tuvalu foi refletido nas conclusões feitas em 2002 a partir dos dados disponíveis.[10] A incerteza quanto à precisão dos dados deste marégrafo resultou na instalação de um moderno medidor acústico Aquatrak em 1993 pelo Australian National Tidal Facility (NTF) como parte do Projeto de Monitoramento do Nível do Mar e do Clima do Pacífico Sul patrocinado pela AusAID.[17] O relatório de 2011 do Programa de Ciência das Alterações Climáticas do Pacífico, publicado pelo Governo australiano,[18] concluiu: "A subida do nível do mar perto de Tuvalu, medida por altímetros de satélite desde 1993, é de cerca de 5 mm por ano".[19]
Tuvalu adotou um plano de ação nacional, uma vez que as transformações observáveis entre os últimos dez a quinze anos mostraram que houve mudanças nos níveis do mar.[20] Estas incluem a água do mar borbulhando através da rocha coralina porosa para formar poças na maré alta e a inundação de áreas baixas, incluindo o aeroporto, durante as marés vivas e as marés altas.[21][22][23][24][25]
Em novembro de 2022, Simon Kofe, Ministro da Justiça, Comunicação e Relações Exteriores, anunciou planos de tornar Tuvalu no primeiro país do mundo a construir uma réplica autodigital no metaverso, a fim de preservar sua herança cultural.[26][27][28]
Tuvalu é um grupo de nove atóis coralinos que se estendem ao longo de 560 km, de noroeste a sudeste, situadas na Polinésia, numa área marítima de 1 060 000 km². Ligeiramente ao sul do equador, o arquipélago está situado a cerca de 4 mil km a nordeste da Austrália, a sul das Ilhas Gilbert, localizado aproximadamente a 8º S, 178º E.
O clima de Tuvalu é tropical, com solos muito afetados pela erosão. O relevo é totalmente plano. As praias tuvaluanas são cobertas de areias finas e palmeiras.
Demografia
A pequena população de Tuvalu é quase exclusivamente de origem polinésia, falantes da língua tuvaluana (que é uma das línguas oficiais e unicamente falada por esta população); o inglês também é a língua oficial de Tuvalu.
Religião
Atualmente, 97% da população professam o Cristianismo, que é compartilhado pelas denominações do protestantismo e do catolicismo romano. Enquanto os outros 3% professam outras religiões.
Tuvalu é uma monarquia constitucional, com sendo o chefe de estado o monarca do Reino Unido, presentemente Carlos III. O monarca é representado por um Governador-Geral, que é nomeado por sugestão do primeiro-ministro.
O parlamento, denominado "Fale I Fono", tem 15 membros eleitos para mandatos de quatro anos. Os deputados elegem um primeiro-ministro. Embora não haja partidos políticos e as campanhas eleitorais sejam feitas com base em relações pessoais ou familiares, os tuvaluanos levam tudo a sério.
A pequena população tuvaluana está distribuída por 9 ilhas, (5 são atóis). A menor ilha, Niulakita, ficou inabitada até ser recolonizada por povos da ilha de Niutao, em 1949.
Os principais produtos exportados por Tuvalu são copra, pândano e têxteis. A pesca e o cultivo de palmeiras são atividades tradicionais.
Tuvalu é conhecido por suas atividades econômicas curiosas. Em 1998, Tuvalu começou a receber receitas resultantes da venda dos seus direitos ao código internacional de telefone "900" e, em 1999, a start-up DotTV pagou a Tuvalu US$ 50 milhões em 12 anos pelo direito de vender .tv para outras empresas, o que deve fazer o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescer mais de 50% no período.[29]
Tuvalu também recebe receitas com a venda de sua bandeira para barcos internacionais e com as emissões de selos para colecionadores.
O turismo é muito precário, pois existe apenas um hotel no país, localizado em Funafuti. Destacam-se também os serviços financeiros
Há alguns anos descobriu-se uma montanha marítima rica em corais rosas e outros diversos tipos de minerais, mas a exploração por enquanto ainda não começou. Há grandes perspectivas quanto ao começo dessa exploração, pois arrecadaria mais receitas para este minúsculo país da Oceania. O dólar de Tuvalu tem paridade com o dólar australiano.
Comunicações
Não há estações de TV em Tuvalu. As principais notícias chegam através de um jornal quinzenal, ou através de estações de rádio do governo. Tuvalu também tem receitas na emissão de moedas em metais como ouro e prata, para colecionadores, cunhadas na Austrália sob autorização do governo de Tuvalu.
Transportes
Quase não existem veículos no país, onde os principais meios de transporte são as motos e as bicicletas por via terrestre, e os barcos por via marítima.
Existe somente um aeroporto na capital do país para pequenos aviões que é o Funafuti International Airport.
Cultura
Não há museus no país, mas as próprias ilhas são o melhor museu, pois arte e cultura ancestral e a sua impressionante beleza e natureza podem ser apreciadas.
A arquitetura tradicional utiliza telhado de palha e elementos naturais. No artesanato local sobressaem os cestos e os enfeites para o cabelo feitos a base de flores, assim como bijuteria manufaturada. Tuvalu também possuí três parques, que tem a ideia e preservar zonas florestadas no pequeno país. Os plásticos e as latas de Tuvalu são colocados num sítio determinado, para serem retirados e não sujarem as ilhas. Também estão a procurar obter assistência do Fundo Mundial para o Ambiente (FMA) para os ajudarem a tentar resolver o problema da erosão em Tuvalu.
Foi divulgado que Tuvalu é o país que menos polui, apesar de ser o primeiro que vai sofrer com os danos causados pelo aquecimento global, causado principalmente pela emissão de gases como o dióxido de carbono - emitido principalmente na queima de combustíveis fósseis e florestas -, o metano - emitido principalmente pela decomposição de dejetos orgânicos que aumenta com a superpopulação e a pecuária, a rizicultura, o apodrecimento de florestas causados por inundações - e o óxido nitroso - emitido principalmente pelo uso de certos fertilizantes químicos e pesticidas na agricultura.
Esporte
Um tradicional esporte jogado em Tuvalu é o kilikiti, semelhante ao críquete. É jogado com 2 bolas de 12 centímetros de diâmetro.
Esportes mais comuns, como futebol, ciclismo e rugby também são praticados no país, como atividades recreativas. Tuvalu tem uma equipe nacional de futebol e compete oficialmente, apesar de não ser um membro da FIFA. No entanto, não existem registros de uma equipe de rugby, que continua subdesenvolvido no país.
Tuvalu entrou nos Jogos Olímpicos de Verão pela primeira vez em 2008, na China. O arquipélago enviou três atletas em dois eventos.
↑«tuvaluano». Vocabulário Ortográfico Português. Instituto de Linguística Teórica e Computacional &ndashPortal da Língua Portuguesa. Consultado em 22 de março de 2012
↑«Ch.15 Tuvalu». Climate Change in the Pacific: Volume 2: Country Reports. Australia Government: Pacific Climate Change Science Program. 2011. Consultado em 14 de março de 2015. Cópia arquivada em 29 de junho de 2023
↑Anne Fauvre Chambers; Keith Stanley Chambers (2007). «Five Takes on Climate and Cultural Change in Tuvalu». The Contemporary Pacific. 19 (1): 294–306. doi:10.1353/cp.2007.0004
Watling, Dick, (2003) A Guide to the Birds of Fiji and Western Polynesia: Including American Samoa, Niue, Samoa, Tokelau, Tonga, Tuvalu and Wallis and Futuna, Environmental Consultants (Fiji) Ltd; 2nd edition. ISBN9829030040ISBN9789829030047
Randy Thaman, Feagaiga Penivao, Faoliu Teakau, Semese Alefaio, Lamese Saamu, Moe Saitala, Mataio Tekinene and Mile Fonua (2017). «Report on the 2016 Funafuti Community-Based Ridge-To-Reef (R2R)»(PDF). Rapid Biodiversity Assessment of the Conservation Status of Biodiversity and Ecosystem Services (BES) In Tuvalu. Consultado em 25 de maio de 2019 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
Brady, Ivan, (1972) Kinship Reciprocity in the Ellice Islands, Journal of the Polynesian Society 81:3, 290–316
Brady, Ivan, (1974) Land Tenure in the Ellice Islands, in Henry P. Lundsaarde (ed). Land Tenure in Oceania, Honolulu, University Press of Hawaii. ISBN0824803213ISBN9780824803216
Chambers, Keith & Anne Chambers, (January 2001) Unity of Heart: Culture and Change in a Polynesian Atoll Society, Waveland Pr Inc. ISBN1577661664ISBN978-1577661665
Kennedy, Donald Gilbert, Field Notes on the Culture of Vaitupu, Ellice Islands (1931): Thomas Avery & Sons, New Plymouth, N.Z.
Kennedy, Donald Gilbert, Land tenure in the Ellice Islands, Journal of the Polynesian Society., Vol. 64, no. 4 (Dec. 1953):348–358.
Koch, Gerd, (1961) Die Materielle Kulture der Ellice-Inseln, Berlin: Museum fur Volkerkunde; a tradução para o inglês de Guy Slatter foi publicada como The Material Culture of Tuvalu, University of the South Pacific in Suva (1981) ASIN B0000EE805.
Tuvalu: A History (1983) Isala, Tito and Larcy, Hugh (eds.), Institute of Pacific Studies, University of the South Pacific and Government of Tuvalu.
Bedford, R., Macdonald, B., & Munro, D., (1980) Population Estimates for Kiribati and Tuvalu, 1850–1900: Review and Speculation, Journal of the Polynesian Society, 89, 199–246.
Bollard, AE., (1981) The financial adventures of J. C. Godeffroy and Son in the Pacific, Journal of Pacific History, 16: 3–19.
Firth, S., (1973) German Firms in the Western Pacific Islands, 1857–1914, Journal of Pacific History, 8: 10–28.
Geddes, W. H., Chambers, A., Sewell, B., Lawrence, R., & Watters, R. (1982) Islands on the Line, team report. Atoll economy: Social change in Kiribati and Tuvalu, No. 1, Canberra: Australian National University, Development Studies Centre.
Goodall, N. (1954) A history of the London Missionary Society 1895–1945, London: Oxford University Press.
Macdonald, Barrie, (1971) Local Government in the Gilbert and Ellice Islands 1892–1969 – part 1, Journal of Administration Overseas, 10, 280–293.
Macdonald, Barrie, (1972) Local Government in the Gilbert and Ellice Islands 1892–1969 – part 2, Journal of Administration Overseas, 11, 11–27.
Munro, D, Firth, S., (1986) Towards Colonial Protectorates: The Case of the Gilbert and Ellice Islands, Australian Journal of Politics and History, 32: 63–71.
Maude, H. E., (1949) The Co-operative Movement in the Gilbert and Ellice Islands (Technical Paper No. 1), South Pacific Commission, Sydney.
Suamalie N.T. Iosefa, Doug Munro, Niko Besnier, (1991) Tala O Niuoku, Te: The German Plantation on Nukulaelae Atoll 1865–1890, Published by the Institute of Pacific Studies. ISBN9820200733.
Pulekai A. Sogivalu, (1992) A Brief History of Niutao, Published by the Institute of Pacific Studies. ISBN982020058X.
Besnier, Niko, (1995) Literacy, Emotion and Authority: Reading and Writing on a Polynesian Atoll, Cambridge University Press. ISBN0521485398ISBN978-0521485395
Besnier, Niko, (2000) Tuvaluan: A Polynesian Language of the Central Pacific. (Descriptive Grammars) Routledge ISBN0415024560ISBN978-0415024563.
Jackson, Geoff W., (1994) Te Tikisionale O Te Gana Tuvalu, A Tuvaluan-English Dictionary, Suva, Fiji, Oceania Printers. ASIN: B0006F7FNY
Kennedy, Donald Gilbert, Te ngangana a te Tuvalu – Handbook on the language of the Ellice Islands (1946) Websdale, Shoosmith, Sydney N.S.W.
Música e dança
Christensen, Dieter, (1964) Old Musical Styles in the Ellice Islands, Western Polynesia, Ethnomusicology, 8:1, 34–40.
Christensen, Dieter & Gerd Koch, (1964) Die Musik der Ellice-Inseln, Berlin: Museum fur Volkerkunde.
Koch, Gerd, (2000) Songs of Tuvalu (translated by Guy Slatter), Institute of Pacific Studies, University of the South Pacific. ISBN9820203147ISBN978-9820203143
«Tuvalu-News». , canal de notícias locais de Tuvalu mantido pela Tuvalu Media Corporation, empresa patrocinada pela ONG japonesa Tuvalu-Overview. (em inglês)
«Tuvalu Islands». , website independente mantido por Brian Cannon. Contém muitas informações a respeito de Tuvalu. (em inglês)
Notas (C) Nos 15 membros da Commonwealth, o monarca, à excepção do Reino Unido, é representado por um Governador Geral. (J) Monarca discutível como sendo o verdadeiro Chefe de Estado. (Q) Tecnicamente uma monarquia constitucional mas mostra eficazes propriedades de uma monarquia absoluta. (U) O monarca utiliza o título não-monárquico de "Presidente".