A cultura das ilhas mistura elementos japoneses, da Micronésia e da Melanésia. A maioria dos habitantes são micronésios, melanésios e austronésios, com grupos significativos de descendentes de colonos japoneses e filipinos. O palauano e o inglês são as línguas oficiais do país, com o japonês, sonsorolense e tobiano reconhecidos como línguas regionais.
O Japão ocupou as ilhas em 1914 e administrou-as por mandato da Liga das Nações a partir de 1920,[5] mas depois da sua derrota na Segunda Guerra Mundial, as ilhas passaram a ser administradas pelos Estados Unidos, como parte do Protectorado das Ilhas do Pacífico das Nações Unidas. Em 1979, os palauanos votaram não se juntar aos Estados Federados da Micronésia e preferiram a independência. Depois de longo período de transição, que incluiu a morte violenta de dois dos seus presidentes (o assassinato de Haruo Remeliik, em 1985 e o suicídio de Lazarus Salii, em 1988), Palau votou em 1994 a favor de um Tratado de Livre Associação com os Estados Unidos. No entanto, esta "Livre Associação" tinha sido rejeitada pelos palauanos mais de 10 vezes, tendo em conta que os termos do tratado permitem aos Estados Unidos controlar 51% das ilhas em caso de “emergência nacional”.
As ilhas mais importantes são Angaur, Babeldaob, Koror e Peleliu, perto da extremidade norte, todas rodeadas por uma barreira de corais. Cerca de dois terços da população de cerca de 20 000 habitantes vive em Koror (7°30′ N 134°30′ E).
A norte desse grupo, encontra-se o atol de Kayangel, enquanto as desabitadas “Rock Islands” estão situadas a oeste do grupo principal, e as Ilhas do Sudoeste, a cerca de 600 km das ilhas principais e a cerca de 200 km da extremidade norte da Nova Guiné.
Palau tem climatropical com temperatura média anual de 27 °C. As chuvas ocorrem durante todo o ano, com média anual de 3 800 mm. A humidade média é de 82%. Os tufões são raros em Palau.
Demografia
A população de Palau é de aproximadamente 18 000 habitantes, dos quais 70% são nativos da Melanésia, Micronésia e Austronésia. Muitos palauanos também têm alguma ascendência asiática, advindas de colonos japoneses e filipinos. Os palauanos com ascendência japonesa representaram o maior grupo de minorias étnicas, com os de ascendência filipina formando o segundo maior grupo étnico.
As línguas oficiais em Palau são o palauano e o inglês, com exceção de dois estados (Sonsorol e Hatohobei) onde a língua local, juntamente com palauano, é oficial. O japonês é falado por parte da população e é uma língua oficial na ilha de Angaur.[6][7]
Tratando sobre a religião, a maioria dos palauanos são cristãos, sendo que os católicos são a maioria neste, com 49,4% da população religiosa adepta, seguido pelos protestantes, com 30,9% de adeptos. Outras religiões incluem as crenças indígenas nativas de Palau, tais como o Modekngei (8,7%), budistas (0,6%) e outras religiões (8,8%). Os ateus e pessoas sem religião constituem 7% da população.[8]
Palau é uma repúblicademocrática em que os poderes executivo e legislativo são escolhidos por eleições diretas. O presidente, que é ao mesmo tempo chefe de estado e de governo, e o vice-presidente são eleitos separadamente para mandatos de 4 anos. O Congresso Nacional de Palau (Olbiil era Kelulau) consiste em duas câmaras, o Senado e a Câmara dos Delegados. O Senado é composto por nove membros eleitos por todos os eleitores, enquanto a Câmara dos Delegados tem 16 membros, um para cada estado. Os deputados são eleitos para mandatos de 4 anos. Cada estado elege ainda o seu governador e a sua legislatura.
O Conselho dos Chefes, formado pelos mais altos chefes tradicionais de cada estado, apoia o presidente em aspectos das leis e costumes tradicionais.
O sistema judicial consiste no Tribunal Supremo, Tribunal Nacional, Tribunal Ordinário (Common Pleas Court) e Tribunal de Terras. O Supremo tem divisões de primeira instância e de apelação e é presidido pelo Chefe da Justiça (Chief Justice).
A Constituição de Palau foi adotada pela Convenção Constitucional de Palau, realizada de 28 de janeiro a 2 de abril de 1979, ratificada no Terceiro Referendo Constitucional de 9 de julho de 1980 e entrou em vigor em 1º de janeiro de 1981. A Segunda Convenção Constitucional, realizada em 2005, certifica as alterações propostas à Constituição da República de Palau que foram devidamente aprovadas por maioria de votos dos Delegados em 15 de julho de 2005.[9]
Os pilares básicos da economia são o turismo, a agricultura de subsistência e a pesca. O estado é um grande empregador e recebe assistência financeira dos Estados Unidos, através do Compact of Free Association (Compact), que entrou em vigor após o término do mandato da ONU em 1º de outubro de 1994. Os EUA forneceram a Palau cerca de US$ 700 milhões em ajuda nos primeiros 15 anos após o início do Pacto em 1994, em troca de acesso irrestrito a suas terras e hidrovias para fins estratégicos. Os recursos naturais mais importantes são a madeira, peixe e minerais como o ouro. Os principais produtos de exportação são frutos do mar, atum e copra.[10]
O Produto Interno Bruto (PIB) ajustado pelo Poder de Compra per capita em 2017 foi de US$ 16 200, sendo um dos maiores PIBs per capita nesta região.[11] A população desfruta de uma renda per capita de aproximadamente o dobro da das Filipinas e maior do que aquela registrada na Micronésia, seus países vizinhos.[10]
Em 2017, seus maiores parceiros comerciais eram o Japão, Estados Unidos, Índia e Guam. Cerca de 51,3% de suas exportações foram destinadas ao Japão, enquanto 15,8% tiveram como destino os Estados Unidos. Além disto, 13,8% das exportações foram para a Índia, enquanto o Guam recebeu em torno de 8% das exportações palauenses naquele período. Por outro lado, as maiores importações registradas no país são oriundas dos Estados Unidos (33,4%), Guam (15,8%), Japão (15,7%), China (13,5%) e Coreia do Sul (5,3%).[10]
O país possui três aeroportos. Koror é o único porto real do país. Não há transporte público nas ilhas, mas o caminhante costuma pegar uma carona. Lanchas particulares movem-se entre as ilhas. O estado organiza passeios de barco de outras ilhas para Koror.[10]
Navios de carga, militares e de cruzeiros costumam fazer escala no porto de Malakal, na ilha de Malakal, fora de Koror. O país não possui ferrovias e, dos 61 km de rodovias, apenas 36 são pavimentados. A direção é à direita e o limite de velocidade é de 40 km/h. Os táxis estão disponíveis em Koror. Eles não são medidos e as tarifas são negociáveis. O transporte entre as ilhas depende principalmente de barcos particulares e serviços aéreos domésticos. No entanto, existem alguns barcos administrados pelo estado, como uma alternativa mais barata.[12]
Em um estudo divulgado pela ONU em 2012, o país apareceu na 1ª posição entre os países que mais usam maconha no mundo, tendo 24,2% da população usuária. O estudo levou em consideração 140 países.[13]
↑«palauano». Vocabulário Ortográfico Português. Instituto de Linguística Teórica e Computacional – Portal da Língua Portuguesa. Consultado em 22 de março de 2012
↑«palauense». Vocabulário Ortográfico Português. Instituto de Linguística Teórica e Computacional – Portal da Língua Portuguesa. Consultado em 22 de março de 2012