O sémen é constituído pelo conjunto de dois líquidos, sendo estes o líquido seminal ou plasma seminal, rico em nutrientes e líquido prostático onde se encontram os espermatozoides vindos dos testículos durante o ato sexual.
Características do sémen humano
O sémen humano é cremoso, espumoso (quando agitado), esbranquiçado e opalino, de brilho quase florescente. Períodos de abstinência sexual podem deixar o esperma com tom amarelado e aumentar seu odor peculiar(possivelmente pelo processo de morte e reciclagem de células haploides mais antigas acumuladas).[1] Através da Ejaculação fica composto por uma mistura de secreções testiculares misturadas ao líquido prostático, plasma seminal da vesícula seminal e Fluido pré-ejaculatório das glândulas bulbouretrais. Tem odores que lembram substâncias vegetais alcalinas ou como sanitizantes, como por exemplo o hipoclorito de sódio (água-sanitária), ou a seiva de cajueiro e flor-de-castanheiro. Depois de 10 a 30 minutos fora do organismo humano, a mistura líquida espessa se funde e torna-se extremamente fluido (curiosamente exposto ao ar em baixas latitudes, a parte mais líquida evapora e ele se resseca tornando-se menos fluido e mais pegajoso).[2] Diz-se ter o sabor "acentuado" alcalino (geralmente adstringente), no entanto fala-se que estas variações estão diretamente relacionados com a presença de condimentos na alimentação de cada indivíduo, habitos saudáveis, consumo de vegetais e sua abstinência sexual (quanto mais tempo na demora entre as ejaculações, mais uso de temperos, como pimenta, tabagismo e menos vegetais, maior a tendência ao forte sabor alcalino e menos adocicado).
Em volume, a ejaculação de um homem sadio varia entre 3,5 e 5 ml. Alguns relatam 14ml em ejaculações de homens jovens em abstinência. Em um adulto descansado por 24h, apresentar volumes em torno de 0,5 ml ou menor que 1ml (uma colher de chá) são, em sua maioria, considerados casos patológicos ou motivo de alguma desnutrição ou desidratação severa. Seu pH anti-ácido encontra-se na faixa de 7,2 a 7,8. Possuem enzimas alcalinas que causam alta absorção podendo irritar os olhos imediatamente ou a pele se exposta por mais de 20minutos. São considerados normais 200 a 600 milhões de espermatozoides por ejaculação.[2] Um único ml de esperma contém de 60 a 120 milhões de espermatozoides.[1]
Composição do sémen humano
Os componentes do sémen derivam de duas fontes: líquido prostático e plasma seminal. O plasma seminal, por sua vez, é um líquido nutritivo produzido pela função da vesícula seminal uma glândula em forma e do tamanho de duas pimentas grudadas, o líquido da próstata e gotas de um líquido lubrificante das glândulas bulbouretrais, porém este ultimo é expelido antes da ejaculação e tecnicamente não faz parte do sémen.
O plasma seminal dos humanos contém um complexo de componentes orgânicos e inorgânicos. Ele fornece um meio nutritivo e protegido para os espermatozoides durante as suas jornadas desde o canal vaginal até o útero no trato reprodutivo feminino. O ambiente normal da vagina é hostil para os espermatozóides, já que ele é muito ácido (devido à produção de ácido lático pela microbiota vaginal), viscoso, e controlado também por células imunes da mulher que poderiam matar os espermatozóides. Os componentes do plasma seminal tentam compensar este ambiente hostil ácido com sua característica alcalina. Aminas básicas (alcalinas) como a putrescina, Espermina, Espermidina e cadaverina são responsáveis pelo cheiro e sabor alcalino do sémen. Essas bases neutralizam o ambiente ácido do canal vaginal (que é muito nocivo a sobrevivência do espermatozóides), e protegem o ADN dentro do espermatozóides da desnaturação ácida.
Os componentes e contribuições do sémen são os seguintes:
Aproximadamente 200- a 500- milhões de espermatozoides, produzidos nos testículos, maturados no epidídimo são carregados pelo líquido prostático e drenados pelos canais deferentes para o canal da próstata durante o clímax.
Aminoácidos, Ácido cítrico, enzimas bioativas, flavinas, colesterol, cadaverina, putrescina(enzima de reciclagem do esperma não utilizado), fosfocolina(um bioregulador lipídico), ácido siálico um regular genético, Espermina e também a Espermidina (duas aminas também encontradas no leite materno e alguns alimentos, são poliamidas antioxidantes, que promovem o aspecto viscoso, objeto de diversos estudos inclusive da industria cosmética por seu efeito antioxidante para a pele e supostamente na síntese de colageno, e também efeito benéfico para desenvolvimento da memória e anticarcinógeno. Também contém frutose (a principal fonte de alimento dos espermatozóides, que dependem exclusivamente de açúcares do plasma seminal para energia) prostaglandinas (um dos principais nutrientes que enriquece o sémen e também mantém os espermatozóides vivos durante algumas horas — substância em fase de pesquisa e tentativa de produção para comercialização, pois rejuvenesce algumas células do organismo (função anti-oxidante), mais de 100 proteínas diferentes, vitamina B1, vitamina B5, vitamina B9, vitamina B12, vitamina C, sais minerais de Fósforo,
O sémen de uma pessoa livre de doenças não é nocivo em contato com a pele, e andou sendo utilizado por alguns para minimizar os casos de pele seca ou acne devido seu efeito anti-ácido e estimulante, porém o contato demorado por mais de 20 minutos pode causar efeito peeling irritante em pessoas sensíveis devido a sua alcalinidade. Entretanto, é necessário ter cuidado pois o sémen pode ser meio de transmissão de muitas doenças sexualmente transmissíveis presentes no organismo de um homem doente, incluindo o VIH, o vírus que causa a SIDA ou (AIDS).
Também imagina-se que os componentes do sémen, como os espermatozoides e o plasma, podem causar imunossupressão no corpo quando atingem a corrente sanguínea ou linfa. As evidências para essa teoria datam de 1898, quando Elie Metchnikoff injetou em um porco seu próprio esperma e o esperma de outro porco, mostrando que os anticorpos produzidos em resposta estavam inativos, evidenciando uma resposta de supressão do sistema imune aceitando a invasão das substâncias e células do sêmen.
Mas existem pesquisas controversas, como a de S. Mathur e J. Goust,[4] mostraram que anticorpos não existentes anteriormente em casais inférteis podem ser produzidos nesses casais em resposta ao esperma. Estes anticorpos reconheceriam linfócitos T como estranhos por engano, e consequentemente os linfócitos T sofreriam ataque pelos linfócitos B do organismo, desenvolvendo proteção.
Outros componentes do sémen que se mostrariam como estimuladores de um efeito imunossupressivo mas também cicatrizante seriam o plasma seminal e seus linfócitos seminais. Porém o efeito cicatrizante só teria alguma vantagem em uma ferida já higienizada e livre dos agentes patogênicos.
Sementerapia
Sementerapia como é chamada, é uma pratica da ingesta por casais geralmente heterossexuais de várias comunidades hippies ou alternativas, que utilizam da prática associada a dietas alimentares exóticas, vegetarianas, alegando diversos efeitos medicinais, sem contudo ter nenhuma comprovação científica. Os supostos efeitos vão desde a redução e cura da gastrite, da azia, ingesta em jejum para melhora da má digestão, refluxo gástrico e em gestantes para redução da hipertensão arterial. Também é defendido efeitos na pele como melhora da ansiedade, da depressão e como esfoliante para hidratação da pele, fazendo seu uso tópico coadjuvante com um hidratante. Já a prática da ingesta, é geralmente feita sob a regra de "3x3" onde é praticada três vezes no dia, em três dias afastados durante a semana, totalizando 9 doses por semana, na qual se obteria melhores resultados nos efeitos. Alguns criticam que tais comunidades apenas praticam como um meio de reduzir ou evitar gravidez (coito interrompido). No entanto, nenhuma grande pesquisa de entidade médica séria constatou nenhum desses benefícios medicinais.