"Robocop Gay" foi um dos maiores hits da banda Mamonas Assassinas,[1][2][3] tornando-se um grande sucesso na época.[4] Foi a 76ª canção mais tocada no país no ano de 1995[5] e também se tornou um sucesso na Argentina.[6] Segundo uma pesquisa realizada pelo Estadão em 2016 no site do ECAd, esta era a segunda canção do grupo mais tocada (em casas de diversão, casas de festas, música ao vivo, rádio, show e sonorização ambiental) e a segunda mais regravadas por outros artistas. Em ambas categorias atrás apenas de Pelados em Santos.[7]
A música foi escrita sob encomenda do político Geraldo Celestino, então candidato de Guarulhos, para animar "showmícios" durante as eleições de 1994. Inicialmente batizada de "Demerval, o Machão", a música foi gravada de primeiro 'take', ou seja, a primeira gravação é a que está no disco final lançado.[8]
Gravação
"Robocop Gay" foi uma das 2 canções – juntamente com Pelados em Santos - que foram gravadas numa fita demo que o Mamonas enviou a várias gravadoras, e que os fez assinar com a EMI.[9]
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Eu peguei a fita cassete e pus pra tocar. Puta, eu ouvi o “Robocop Gay”... Eu chorei de rir, mas chorei, mas eu ria muito! Era muito engraçado... a coisa mais engraçada que eu já ouvi na minha vida. Nesse mesmo dia, eu liguei pro Dinho e falei: “Meu, isso aqui é bom pra caralho, meu, o que vocês gravaram é legal.”"
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Foi a segunda canção da banda a fazer parte da trilha sonora de uma telenovela brasileira: Caminhos do Coração, exibida pela Rede Record em 2007/2008.[7] Curiosamente, a primeira canção a fazer parte de uma trilha sonora de novela foi Sabão Crá Crá,[7] que também está presente neste single.
História
A canção compara uma travesti alterado por cirurgia plástica a um ciborgue homossexual, no caso o RoboCop do filme homônimo. Em entrevista ao Jô Soares Onze e Meia, os Mamonas admitiram que a letra teve inspiração de um personagem do próprio Jô Soares, o Capitão Gay.[10] Versões ao vivo da canção contavam com o "Melô do Piripiri" (da canção "Je suis la femme", da cantora Gretchen), inserido antes do refrão.
Sucesso em karaokes,[11] a canção costuma se fazer presentes em programas de reality show, como em A Fazenda, em 2009,[12] em 2012[13] e no Big Brother Brasil, também em 2009.[14]
O trecho "Doce Doce Amor" veio da canção de mesmo nome, composta por Raul Seixas e gravada por Jerry Adriani.
Polêmica
Em 2007, a música foi tema do personagem Danilo (Cláudio Heinrich), na novela Caminhos do Coração.[16] Este fato acabou gerando vários protestos de sites e blogs na internet ligados a grupo de LGBTs.[17]
O autor da trama, Tiago Santiago, defendeu a escolha da canção com os seguintes dizeres:
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"Eu participei da escolha da música. Ela é engraçada, divertida, como tudo o que os Mamonas faziam, mas não é homofóbica nem preconceituosa. A princípio, a música não deve mudar. Acho difícil alguém nos convencer de que ela é politicamente incorreta. É uma brincadeira. Sua presença na trilha homenageia o humor dos Mamonas."[18]
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É o que também defende o sociólogo Paulo Irineu Barreto. Segundo ele, diferentemente do que muitos pensam, a canção não tem um cunho preconceituoso, e deve ser entendida como uma espécie de hino pela tolerância.
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"Robocop Gay é um super-herói da alteridade. Essa possibilidade, combinada com a crítica social feita pela banda, revela um aspecto, no mínimo, genial dos Mamonas, pois alude ao fato de que nem toda a tolerância é legítima, ou deve ser tolerada. Deve-se tolerar as diferenças culturais, étnicas, religiosas; por outro lado, não se deve tolerar a hipocrisia, a má fé e a injustiça social."[19]
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Em 2013, um grupo de jovens cantou a canção em um voo para o deputado Marco Feliciano, notório por suas opiniões contra o casamento gay. Feliciano aparentemente não reconheceu a canção, ao relatar que "cerca de 10 gays me constrangeram, dois vieram a minha poltrona gritando, cantando canção bizarra".[20]
Referências
Ligações externas