O Brasil e os Países Baixos compartilham uma relação histórica e econômica, que remonta ao século XVI, quando os holandeses financiaram a implantação da indústria açucareira no Nordeste brasileiro[3][4] Em troca dos seus investimentos, os holandeses receberam o direito de refinar e distribuir o açúcar brasileiro na Europa.[3][4] Distrubuíram-o, principalmente na França e na Inglaterra.[3][4]
A relação histórica, cultural e econômica entre os dois países tem como marco inicial a ocupação neerlandesa do Nordeste brasileiro no século XVII.[5] Consolidado o território conquistado na região, o conde Maurício de Nassau foi nomeado governador-geral do Brasil Holandês pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Quando o conde Maurício de Nassau chegou ao Brasil, ele trouxe consigo uma comitiva formada por artistas e cientistas, que incluia os pintores holandeses Frans Post e Albert Eckhout que retrataram pela primeira vez a paisagem brasileira e os seus habitantes e o médico e natutalista holandês Guilherme Piso e o botânico Georg Marggraf que descreveram a flora, fauna e cultura do Brasil na obra científica Historia Naturalis Brasiliae.[6]
Na gestão do conde Maurício de Nassau foram construídos em Recife pontes, diques, um jardim botânico e o primeiro observatório astronômico das Américas.[7] A liberdade de religião instituída por ele na colônia atraíu também judeus neerlandeses, que fundaram na atual cidade de Recife o primeiro templo judáico das Américas, a Sinagoga Kahal Zur Israel.[8]
Em meados da década de 1850, um grupo de imigrantes neerlandeses emigraram para o Brasil e fixaram-se no Estado do Espírito Santo, onde estabelecerem as colônias Holanda e Holandinha.[9]
Em meados de 1948, um outro grupo de imigrantes neerlandeses fixaram-se no interior de São Paulo, onde fundaram a colônia Holambra, atualmente um município emancipado.[9]
Em virtude do centenário da imigração holandesa nos Campos Gerais do Paraná o Governo brasileiro instituiu 2011 como sendo o Ano da Holanda no Brasil.[10]
Em 1990, o Governos do Brasil e dos Países Baixos assinaram um tratado para evitar o imposto duplo nos dois países.[11][12]
Em 2011, o Brasil e os Países Baixos assinaram um acordo de cooperação militar, que inclui o treinamento militar conjunto em operações de paz.[13] No ano seguinte, os dois países assinaram um acordo relacionado à logística e sobre a gestão de transporte intermodal.[14]
Cooperação
Os Países Baixos foram do início da década de 2000 até o final de década de 2010 o maior investidor direto no Brasil.[15][16] Em 2020, o Brasil tornou-se o terceiro maior exportador de produtos para os Países Baixos.[17]
O país europeu é o maior importador de soja da União Europeia, e distribui dois terços para a Alemanha, Bélgica e Dinamarca.[18] Os Países Baixos importam 60% da soja brasileira, que entra no país pelos portos de Amsterdã e Roterdã.[18]