Participaram da missa os portugueses que faziam parte da expedição, cuja maioria era composta por marinheiros. Cabral e Caminha também estavam presentes. Pero Vaz de Caminha fez este relato interessante:
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Ao domingo de Pascoela pela manhã, determinou o Capitão de ir ouvir missa e pregação naquele ilhéu. Mandou a todos os capitães que se aprestassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou naquele ilhéu armar um esperável, e dentro dele um altar mui bem corregido. E ali com todos nós outros fez dizer missa, a qual foi dita pelo padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes, que todos eram ali. A qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção.
Ali era com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saiu de Belém, a qual esteve sempre levantada, da parte do Evangelho.
Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação da história do Evangelho, ao fim da qual tratou da nossa vinda e do achamento desta terra, conformando-se com o sinal da Cruz, sob cuja obediência viemos, o que foi muito a propósito e fez muita devoção.
Enquanto estivemos à missa e à pregação, seria na praia outra tanta gente, pouco mais ou menos como a de ontem, com seus arcos e setas, a qual andava folgando. E olhando-nos, sentaram-se. E, depois de acabada a missa, assentados nós à pregação, levantaram-se muitos deles, tangeram corno ou buzina, e começaram a saltar e dançar um pedaço.
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Aparentemente alguns indígenas acompanharam pacificamente a missa católica, parecendo copiar os movimentos feitos pelos portugueses, como o de se sentar. Este fato, fez com que Caminha concluísse que a futura conversão dos nativos ao catolicismo seria uma missão fácil e tranquila.[2]
Nos dias seguintes, os portugueses tentaram mostrar para os índios o respeito que tinham com a cruz, se ajoelharam um por um e a beijaram. Alguns índios fizeram o mesmo gesto, o que fez com que fossem considerados inocentes e fáceis de evangelizar. Vaz de Caminha pede ainda para o rei que venha logo o clérigo para batizá-los a fim de conhecerem mais sobre a fé deles.[3]
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Quem sabe desses infantis visitantes guardarão tão profunda impressão do que ali observaram, que ainda um dia virão por ele atraídos fazer parte de nossa comunhão nacional?
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O dia é ainda marcado como feriado, em Portugal, no município de Belmonte, terra natal de Cabral.