Pintura bizantina refere-se à produção pictórica desenvolvida durante a existência do Império Bizantino(395–1453) e/ou que segue o estilo desenvolvido nesse período.[1]
Afresco
No Império Bizantino se desenvolvimento uma forma modificada do buon fresco da Itália que envolveu a aplicação de pigmentos com cal diretamente numa camada fina de gesso úmido adicionado sobre uma camada de gesso inicial. A técnica foi utilizada durante todo o Período Bizantino (395–1453) como substituta dos mosaicos, mas ficou particularmente popular nos séculos XIII e XIV. O estudo da evidência literária e os afrescos disponíveis indica que os pigmentos eram aplicados em camadas, mesmo que ocasionalmente haja a mistura de pigmentos na modelagem ainda fresca. Pigmentos finais, contornos ocres pretos ou escuros e destaques em branco, bem como inscrições normalmente foram adicionados só depois que as camadas iniciais da pintura secaram, uma prática que contribuiu à sua perda.[2]
A gama de cores foi limitada aos pigmentos naturais que ficaram estáveis em conjunto com o cal do gesso, por exemplo, branco-cal e massa de cal, ocres variando de vermelho e amarelo brilhante a marrom escuro, verde-terra e preto-carbono. Uma lavagem preta era frequentemente usada sob azul (azurita) ou verde para produzir um fundo escuro. A aparência de pigmentos mais caros, como o azul ultramarino (de lápis-lazúli) e a folha de ouro e prata, distinguem os trabalhos luxuosos. O vermelhão também não é incomum, embora tenda a ficar preto.[3]
Homens menos proeminentes também custearam-as como no caso das cenas expostas no palácio de Digenis Acritas ou as vitórias do sultãoQuilije Arslã II(r. 1156–1192) que foram expostas por Aleixo Axuco num de seus palácios, algo que rendeu críticas. Seja como for, Eusébio e escritores posteriores interpretaram-as como alegorias. Eutímio Malaces estabeleceu uma analogia entre as descrições dos feitos de Manuel I(r. 1143–1180) e os Milagres da Paixão de Cristo. Um texto anônimo (Marc. gr. Z 524) de Veneza faz paralelos entre as vitórias do mesmo imperador, como exibidas na casa de Leão Sicunteno em Salonica, e as conquistas de Moisés e Josué. Sua natureza propagandística e alegórica as distancia das pinturas narrativas do manuscrito de João Escilitzes e os episódios históricos das Homílias de Gregório de Nazianzo.[4]
Cutler, Anthony J. (1991). «History painting». In: Kazhdan, Alexander. The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN0-19-504652-8
Gowing, Lawrence; Ashmole, Bernard; Cannon-Brookes, Peter; Martindale, Andrew Henry Robert; Klindt-Jensen, Ole; Kemp, Martin J. (1998). «Western painting - Eastern Christian». Britânica OnlineA referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Wharton, Jane Annabel (1991). «Fresco technique». In: Kazhdan, Alexander Petrovich. The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN0-19-504652-8