Aciano nasceu em Itálica, na província romana da Bética, a mesma cidade onde nasceu Públio Élio Adriano Afer, o pai de Adriano. Quando Afer morreu, por volta de 86, Aciano e o futuro imperador Trajano (outro nativo de Itálica) se tornaram os guardiões legais de Adriano.[1] Nada mais se sabe sobre os primeiros anos de Aciano, mas é certo que no final do reinado de Trajano ele era prefeito pretoriano com Sérvio Sulpício Símile. Enquanto este permaneceu em Roma, Aciano acompanhou o imperador em suas campanhas pelo oriente.
Sucessão de Trajano
Logo depois da morte de Trajano, acreditava-se que o imperador teria composto uma carta nomeando Adriano como seu filho adotivo e sucessor, mas suspeitas surgiram por que a cópia da carta que chegou à Roma tinha apenas a assinatura de Plotina, a esposa do falecido. Rumores circulavam de que Aciano e a imperatriz Plotina eram amantes e que os dois, presentes no leito de morte de Trajano (em Selino, na Sicília) em agosto de 117, forjaram um testamento para garantir a ascensão de Adriano, que estava sob a guarda deles.[2]
Porém, a historiadora Annelise Freisenbruch descarta a acusação. Nas palavras dela, "Plotina, a esposa silenciosa do século II, se juntou a Lívia, Agripina Maior e Domícia na galeria das mulheres imperiais acusadas de acobertar ou de conspirar na morte de seus maridos". Ela acrescenta que há muitas explicações plausíveis para que a assinatura de Plotina possa estar legitimamente nesta carta, como o fato de que Trajano poderia estar fraco demais para assiná-la de próprio punho, por exemplo. Freisenbruch também afirma que este tipo de acusações foram comuns em relação às esposas de governantes por séculos e fornece dois exemplos modernos: em 1919, Edith Wilson foi acusada de forjar a assinatura do presidente norte-americano Woodrow Wilson depois de ele ter ficado incapacitado por causa de um derrame; e, quatro anos depois, quando o também presidente norte-americano Warren Harding morreu por intoxicação alimentar, sua esposa foi acusada num best-seller de tê-lo envenenado.[3]
Juntamente com Plotina e Matídia, sobrinha do imperador, Aciano acompanhou o corpo de Trajano até Selêucia, onde ele foi cremado, e suas cinzas até Roma.
Exceto se explicitado de outra forma, as notas abaixo indicam que o parentesco de um indivíduo em particular é exatamente o que foi indicado na árvore genealógica acima.
↑Amante de Adriano: Lambert (1984), p. 99 e passim; deificação: Lamber (1984), pp. 2-5, etc.
↑Júlia Bálbila seria uma possível amante de Sabina: A. R. Birley (1997), Adriano, the Restless imperador, p. 251, citado em Levick (2014), p. 30, que é cético em relação a esta hipótese.
↑Marido de Rupília Faustina: Levick (2014), p. 163.
Giacosa, Giorgio (1977). Women of the Césars: Their Lives and Portraits on Coins. Translated by R. Ross Holloway. Milan: Edizioni Arte e Moneta. ISBN0-8390-0193-2
Lambert, Royston (1984). Beloved and God: The Story of Adriano and Antinous. New York: Viking. ISBN0-670-15708-2
Levick, Barbara (2014). Faustina I and II: Imperial Women of the Golden Age. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN978-0-19-537941-9