Metalcore é um gênero musical de fusão que combina elementos de metal extremo e punk hardcore. O termo é uma alusão aos dois gêneros, metal e hardcore.
O metalcore é conhecido por seu uso de breakdowns provindos do hardcore – que são passagens lentas e intensas que propiciam o moshing. Outra característica na instrumentação são os riffs pesados e rápidos de guitarra do metal extremo, frequentemente utilizando tons de pedal percussivo e bateria dupla. Vocalistas do gênero geralmente fazem o uso de técnicas de vocais gritados (screaming ou fry scream) em conjunto com vocais limpos e melódicos, embora o vocal gutural também seja uma técnica popular dentro do gênero.
Parte das raízes do metalcore surgiu no final dos anos 1980 até o início dos anos 1990, quando os músicos começaram a fundir o punk hardcore com estilos de metal extremo. Durante o início dos anos 2000, o metalcore começou a ganhar mais destaque comercial. Muitas bandas foram fortemente influenciadas pelo death metal melódicosueco, fazendo com que o termo "metalcore melódico" fosse cunhado para descrevê-las. Em meados dos anos 2000, um estilo de metalcore com forte influência no death metal ganhou popularidade moderada, este estilo foi apelidado de deathcore. Muitas bandas de metalcore e deathcore emergiram da chamada "New Wave of American Heavy Metal".
Amostra de "My Curse" de Killswitch Engage. Progressões melódicas que entram em contraste com vocais gritados e instrumentação agressiva são algumas das características comuns do gênero. Nota-se também o uso de quebras de notas (breakdowns).
Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda.
Vocal gritado (screaming) - Uma característica marcante no gênero, podendo variar de gritos agudos aos mais graves (gutural). Algumas vezes em sintonia com a guitarra solo.
Vocal melódico - Vocais cantados de forma leve e harmoniosa, em contraste com os gritos. Algumas bandas optam por não usar vocais limpos, preferindo deixar a carga emotiva somente nos instrumentais.
Guitarras - Afinações baixas, riffs rápidos e dobras, algumas vezes solos acompanhando a instrumentação rápida. Uma técnica bastante conhecida são os drops de guitarra (breakdowns), uma técnica bastante utilizada por guitarristas deste gênero. O breakdown consiste em quebras de riffs em guitarras que tocam um conjunto de riffs orientados ritmicamente, geralmente em cordas levemente abafadas para atingir um ruído de ataque muito alto que decai lentamente, tornando o som geral mais denso e pesado. Às vezes, eles são contrastados com acordes dissonantes, como intervalos de segundos menores, trítonos (quintas bemolizadas) ou harmônicos de aperto.
Baixos - Rápidos e na maioria das vezes com o uso de palhetas.
Bateria - Veloz e alternando com condução e pedais duplos encaixando com as palhetadas das guitarras e baixo, algumas vezes com o uso de blast beats (metranca) e algumas vezes D-beat.
O hardcore começou a ser inserido ao metal extremo a partir do início da década de 1980. As bandas Black Flag[2] e Bad Brains[3] estão entre as criadoras do hardcore, que admiravam Black Sabbath. Bandas de street punkbritânico, como por exemplo Discharge e The Exploited também buscavam inspirações dentro do heavy metal.[4] Os Misfits em seu álbum denominado Earth A.D, tornaram-se influência através deste para o thrash.[5] Apesar de tudo, as culturas do punk e do metal permaneceram separadas desde meados do primeiro semestre de 1980.
Entre 1989 e 1995, uma nova onda de bandas de punk hardcore e metalcore surgiu. Isto inclui All Out War, Integrity, Earth Crisis, Converge, Shai Hulud, Starkweather, Judge, Strife, Rorschach, Vision of Disorder. Integrity teve como sua influência primária uma banda de metalcore japonesa, intitulada GISM, com pitadas de Slayer e mais elementos vindo de bandas como Septic Death, Samhain e Motorhead. Já Earth Crisis, Converge e Hatebreed, preferiram elementos do death metal. Os álbuns Hearts Once Nourished with Hope and Compassion da banda Shai Hulud, e Destroy The Machines da banda Earth Crisis (1995), foram uma forte influência desta época.
No início dos anos 90, uma terceira onda de bandas de metalcore apareceu, que adicionaram uma significante ênfase na melodia. Estas bandas combinavam elementos modernos do punk e do metal, e tinham a tendência de misturar death metal melódico e hardcore melódico. As primeiras bandas que misturavam estes elementos e algumas das precursoras são Eighteen Visions, Killswitch Engage, All That Remains, Shadows Fall, Unearth, Trivium, Bleeding Through e Atreyu. Os primeiros discos destas bandas conseguiram subir a patamares mais populares em grande parte por esta mistura, tornando-se a lista das bandas de maior sucesso comercial no gênero. No death metal melódico, as bandas que podem ser consideradas como influência primária foram particularmente as bandas de língua sueca, como In Flames, Dark Tranquility e At the Gates. O metalcore melódico possui vocais limpos durante a música e tendem a ser menos dissonantes que os outros estilos do metalcore. Algumas destas bandas, como por exemplo Shadows Fall, chegam a lembrar o vocal anos 80 do glam metal.
Na metade da década de 2000, o metalcore acabou subindo a patamares mais altos com uma força que até mesmo gerou gravadoras independentes, como a Century Media ou a Metal Blade, encabeçando bandas de metalcore como seus principais produtos.
Em 1999 foi realizado o primeiro trabalho de metalcore envolvido com temáticas cristãs, da banda de metalcore Zao, com o álbum Where Blood and Fire Bring Rest. Sendo ZAO um dos precursores do metalcore e o precursor do metalcore cristão, o gênero se tornou um estilo muito favorável a bandas de metal cristão, tendo uma onda de bandas de metalcore cristão nos anos 2000 e as bandas desta cena do metalcore acabaram se tornando a maioria do mainstream do metalcore atual (e vice-versa, com o mainstream do metal cristão se tornando as atuais bandas de metalcore). Underoath, Demon Hunter, The Devil Wears Prada, August Burns Red, Zao, Haste the Day, For Today, Phinehas outra banda que não é totalmente adepta ao gênero, mas que sofre influências do metalcore é a banda Living Sacrifice, estes são alguns exemplos dentre muitos outros.
De forma bem incisiva, é uma amalgama entre o metalcore e o death metal. Enquanto ainda classificado como um subgênero do metalcore, o deathcore tem influência maior do death metal, tendo como peculiaridades a velocidade, o peso, a abordagem da escalas cromáticas, grande quantidade de riffs com a técnica de cordas abafadas, dissonância e trocas de tom. O deathcore muitas vezes faz o uso excessivos de breakdowns com uma sonoridade pesada e sombria, descartando o uso de melodias, no entanto, algumas bandas como Chelsea Grin, All Shall Perish e Born of Osiris fazem o uso da melodias em algumas de suas músicas.
↑«Resistance». Resistance Records (22–26). 2004: 111
↑Blush, American Hardcore, part 2, "Thirsty and Miserable", p. 63, 66
↑Andersen, Mark and Mark Jenkins (2003). Dance of Days: Two Decades of Punk in the Nation's Capital. "Postive Mental Attitude". p. 27. Akashic Books. ISBN 1-888451-44-0
↑Glasper, Ian (2004). Burning Britain: The History of UK Punk 1980-1984. Cherry Red Books. p. 5. ISBN 1-901447-24-3
↑Blush, "Hits from Hell", American Hardcore, p. 204