Países nos quais uma língua eslava meridional é o idioma nacional
As línguas eslavas meridionais formam um dos três ramos da família linguística eslava. Atualmente são faladas por cerca de 30 milhões de pessoas, principalmente na região dos Bálcãs. Seus falantes estão separados geograficamente dos falantes dos outros dois ramos do eslavo, o ocidental e o oriental, por um cinturão formado por falantes do alemão, húngaro e romeno.
Eslovena (código ISO 639-1: sl; código ISO 639-2: slv; código SIL: slv)
Croata (código ISO 639-1: hr; código ISO 639-2/3: hrv; código SIL: hrv)
Bósnio (código ISO 639-1: bs; código ISO 639-2/3: bos; código SIL: bos)
Sérvio (código ISO 639-1: sr; código ISO 639-2/3: srp; código SIL: srp)
Montenegrino (não foi completamente padronizado, porém tem status oficial e uma ortografia publicada padrão em Montenegro)
Pré-história linguística
As línguas eslavas pertencem ao grupo balto-eslavo, que por sua vez pertence à família linguística indo-europeia. A família de línguas eslavas meridionais tradicionalmente foi considerada por si só um nódulo genético do ramo da Eslavística, definido estritamente por um conjunto exclusivo de inovações fonológicas, morfológicas e léxicas (isoglossas) que a separam dos grupos eslavos oriental e ocidental. Esse ponto de vista, no entanto, vem sendo questionado nas últimas décadas.
Algumas das inovações que cobrem todos os idiomas eslavos meridionais também são partilhadas com o grupo eslavo oriental (embora não com o ocidental). Elas incluem:[2]
Diversas isoglossas foram identificadas que representariam inovações comuns exclusivas do grupo linguístico eslavo meridional. Elas têm um caráter predominantemente fonológico, enquanto as isoglossas morfológicas e sintáticas são em muito menos número.Sussex & Cubberly (2006):43–44 listam as seguintes isoglossas fonológicas:
Fusão do yers num som semelhante ao schwa, que se tornou /a/ em croata e sérvio ou que foi dividido de acordo com a qualidade suave/dura da consoante que o antecede, em /o e/ macedônio, ou /ə e/ búlgaro
Proto-eslavo */ę/ > /e/
Proto-eslavo */y/ > /i/, merging with the reflex of Proto-Slavic */i/
As líquidas silábicas proto-eslavas */r̥/ e */l̥/ foram mantidas, porém o */l̥/ acabou por ser perdido subsequentemente em todas as línguas descendentes, com diferentes resultados (> /u/ em croata, > vogal+/l̥/ ou /l̥/+vogal em esloveno, búlgaro e macedônio), e */r̥/ se tornou [ər/rə] em búlgaro. Esse desenvolvimento foi idêntico à perda do yer após uma consoante líquida.
O endurecimento das africadas palatais e dentais; ex.: š' > š, č' > č, c' > c.
Proto-eslavo */tl/, */dl/ > /l/
Forma eslava meridional de metástase líquida (CoRC > CRaC, CoLC > CLaC etc.)
A maior parte dessas mudanças não são, no entanto, exclusivas às línguas eslavas meridionais, e são compartilhadas com alguns dos idiomas pertencentes aos grupos eslavos oriental e ocidental, em especial os dialetos eslovacos centrais. Com base nisso, Matasović (2008) argumenta que o eslavo meridional existe unicamente como um agrupamento geográfico, sem formar um ramo genético verdadeiro - nunca houve, por exemplo, uma língua proto-eslava meridional, ou um período no qual todos os dialetos eslavos meridionais exibiam um conjunto exclusivo de mudanças fonológicas, morfológicas ou léxicas (isoglossas) exclusivas. Além disso, segundo Matasovć, nunca tampouco haveria existido um período de união cultural ou política no qual o proto-eslavo meridional poderia ter existido e no qual inovações comuns aos eslavo meridional poderiam ter ocorrido. Diversos padrões léxico-morfológicos exclusivos dos idiomas eslavos meridionais propostos podem representar arcaísmos do eslavo comum, ou são compartilhados com outros dialetos eslovacos e ucranianos.[carece de fontes?]
Os dialetos eslavos meridionais formam um contínuo dialetal que se estende do sul da Áustria atual até o sudeste da Bulgária. Dialetologicamente se dividem no eslavo meridional ocidental (os dialetos eslovenos e croatas e sérvios) e no eslavo meridional oriental (dialetos búlgaro-macedônios); cada um desses ramos representa migrações diferentes de povos eslavos para a região dos Bálcãs e já foram separados por populações de húngaros, romenos e albaneses; na medida em que essas populações estrangeiras foram assimiladas à população eslava, no entanto, o eslavo meridional ocidental e oriental fundiram-se, com o torlakiano representando um dialeto de transição. Por outro lado, o processo de liberação nacional dos diversos povos locais dos impérios otomano e austro-húngaro, a que se seguiu a formação de nações-estado nos séculos XIX e XX, levou ao desenvolvimento e à codificação de línguas-padrão nacionais. Esses processos terminaram, em sua maior parte, no final do século XX, após a fragmentação da Iugoslávia, e apenas a questão do montenegrino ainda ficou por ser resolvida.
Subdialeto ijekaviano (bósnio oriental), falado na Croácia (Hrvatska Kostajnica) e pelos croatas que vivem na Bósnia e Herzegovina (Kiseljak, Tuzla bosníaca);
Subdialeto ikaviano (na Croácia (Sinj), e pelos croatas em Tomislavgrad (Bósnia e Herzegovina) e croatas na Sérvia (Subotica);
↑O torlakiano pode ser considerado parte tanto do grupo eslavo oriental meridional como do ocidental. Seus falantes geralmente se identificam etnicamente como sérvios, búlgaros e macedônios, dependendo de seu país de origem. A maior parte dos dialetos torlakianos são falados na Sérvia, e por isso considerados 'sérvios'.