Uma isoglossa é a fronteira geográfica de uma certa característica linguística, por exemplo, a pronúncia de uma vogal, o significado de uma palavra ou o uso de uma característica sintática.
O nome é inspirado em isogramas como isóbaras, etc; porém, a isoglossa separa, ao invés de conectar pontos de línguas iguais (talvez se possa dizer que conecta pontos de linguagens indefinidas).
Tipos de isoglossas
Uma isoglossa pode ser delineada com base em elementos lexicais. Nesse caso, chama-se isoléxica e demarca as regiões em que determinada palavra é preferida em detrimento de outra para denominar o mesmo objecto.
Pode, também, de uma forma mais precisa, ser estabelecida através de elementos fonéticos. Neste caso, chama-se isófona e demarca a fronteira entre as regiões em que se realiza determinado traço fonético. Exemplo de uma isófona é a linha imaginária que separa as regiões em que os fonemas /v/ e /b/ são fonologicamente fundidos (a célebre troca dos "b" pelos "v" nos dialetos setentrionais e centro-litorais em Portugal) e as regiões em que estes fonemas são fonologicamente distintos (toda as restantes regiões de Portugal e do mundo lusófono).
Em alguns ramos (por exemplo grego antigo, Itálico e Germânico), os palatais fundiram-se com os velares: PIE *keup- "Tremble (internamente) " tornou-se o termo Latinocupiō "desire" e *ḱm̥tom "cem" became Latin centum (pronunciado [kentum]); mas *kʷo- "pronome interrogativo" Ficou quō "Como? Onde?". Elas são conhecidas como centum ramos, nomeados após a palavra latina para cem.
Em outros ramos (por exemplo, Líguas Balto-eslávicas e indo-Iranianas), os labiovelars se fundiram com os velares: PIE *keup- passou a ser o Sânscrito védicokopáyati "agitada" e *kʷo- passou a ser o avésticokō "quem?"; mas *ḱm̥tom passou a ser satəm. Eles são conhecidos como satem ramos, após a palavra para cem.[1][2]
Referências
↑Fortson IV, Benjamin W. (2004). Indo-European Language and Culture. [S.l.]: Blackwell Publishing. pp. 52–54. ISBN1-4051-0316-7