A linha corta o norte da Itália a partir da cidade de La Spezia (Ligúria) até Rimini (Emília-Romanha). Alguns linguistas[1]dizem que a linha na verdade vai de Massa (Toscana) até Senigália (Marcas), e deveria ser chamada mais precisamente de "Linha Massa-Senigália".
A norte e oeste da linha (excluindo algumas variedades setentrionais, como o liguriano, que provavelmente um dia teve essas características, mas foram perdidas sob a influência do italiano padrão), o plural dos substantivos descendem do caso acusativo do latim, e geralmente terminam em -s independentemente do gênero ou declinação. Ao sul e a leste da linha, os plurais dos substantivos descendem geralmente do caso nominativo do latim, e mudam as vogais para formar os plurais. Comparando os plurais de substantivos cognatos em várias línguas romances e em latim:
Romeno
Italiano
Espanhol
Português
Galego
Catalão
Francês
Latim nomin. pl.
Latim acus. pl.
viaţă, vieţi
vita, vite
vida, vidas
vida, vidas
vida, vidas
vida, vides
vie, vies
vitae
vitās
lup, lupi
lupo, lupi
lobo, lobos
lobo, lobos
lobo, lobos
llop, llops
loup, loups
lupī
lupōs
om, oameni
uomo, uomini
hombre, hombres
homem, homens
home, homes
home, homes
homme, hommes
hominēs
hominēs
Outra isoglossa de acordo com a Linha La Spezia-Rimini é a do vozeamento de certas consoantes que ocorrem entre vogais. Assim, as palavras latinas focus/focum ("fogo") dão origem ao italiano fuoco, porém fogo nos dialetos setentrionais da Itália (vêneto) e fuego em espanhol. O vozeamento ou a supressão dessas consoantes são características do grupo das línguas românicas ocidentais; sua manutenção é uma característica do grupo das línguas românicas orientais. Em geral, o grupo ocidental apresenta inovações que tendem a estar ausentes no grupo oriental.
Referências
↑Renzi, Lorenzo (1985). Nuova introduzione alla filologia romanza. Bologna: il Mulino. 176 páginas. ISBN88-15-04340-3