Sua história está ligada ao bairro de Ipanema, do qual se emancipou através da Lei Ordinária nº 10.724 de 9 de julho de 2009, tendo sido então um dos bairros novos oficializados da cidade.
Trata-se de um bairro majoritariamente residencial, com muitas moradas unifamiliares, sendo limitado a norte pelo Parque Natural do Morro do Osso.
Região de Planejamento e OP
O Jardim Isabel está inserido na "Região Geral de Planejamento Seis" (RGP-6)[1], uma das Regiões de Gestão do Planejamento de Porto Alegre. Cada região reúne um grupo de bairros com afinidades entre si, com a RGP-6 possuindo dezoito bairros ao todo.
A RGP-6 abriga duas Regiões do Orçamento Participativo (OP) distintas: a Região Centro Sul (que inclui os bairros Camaquã, Campo Novo, Cavalhada, Nonoai, Teresópolis, Vila Nova) e a Região Sul (que inclui, além do Jardim Isabel, os bairros Aberta dos Morros, Espírito Santo, Guarujá, Hípica, Ipanema, Pedra Redonda, Serraria, Sétimo Céu, Tristeza, Vila Assunção e Vila Conceição).
Histórico
Século XVIII e XIX
No século XVIII, a área do Jardim Isabel integrava a antiga sesmaria "São Gonçalo" (Gonssalo na grafia antiga), concedida ao português Dionísio Rodrigues Mendes (c. 1695-1791), cuja sede se situava no bairro Belém Velho. As terras da sesmaria se estendiam do Arroio Cavalhada até o Arroio do Salso, isto é, a porção que corresponde à zona sul da cidade nos dias de hoje.[2]
Um dos filhos de Dionísio, André Bernardes Rangel (1741-1826), acabou herdando e adquirindo de seus irmãos a parte da sesmaria às margens do rio Guaíba, instalando a sua residência e de sua família em Ipanema. Durante décadas foram os únicos ocupantes da região, onde exploravam a lavoura e criavam gado. Com a morte de Rangel, seus filhos e genros travaram uma luta judicial pela demarcação dos limites das terras, as quais acabaram sucessivamente loteadas e vendidas para outras famílias, que estabeleceram fazendas e chácaras de veraneio na região. Muitas delas eram de origem alemã.[3]
Século XX
Em 1923, o industrial Bernardo Dreher e sua esposa, Martha Elisabeth "Isabel" Dreher (nascida Bercht), adquiriram por 50 contos de réis uma propriedade de 40 hectares pertencente ao empresário Otto Niemeyer (1864-1937), morador do bairro Tristeza. A propriedade era fronteiriça com o Morro do Osso e com a chácara da família Bastian Meyer na Pedra Redonda, junto ao Morro do Sabiá, e com a fazenda de João "Juca" Batista Magalhães, este dono da única casa comercial na "Estrada da Cavalhada". Naquela época, a região era pouquíssimo povoada e basicamente rural, não havendo os balneários ao longo do Guaíba, pois as praias tinham acesso privado.
Os Dreher empregaram funcionários em sua chácara e se dedicaram ao plantio de jardins e ao cultivo de hortigranjeiros, sobretudo frutas, cujas safras comercializavam localmente e também no Mercado Público. Na chácara também construíram um casarão, conhecido como Castelinho até os dias de hoje. A residência chegou a receber visita de políticos gaúchos ilustres da época, como de Getúlio Vargas e Darci Vargas, João Neves da Fontoura, Daniel Krieger e Oswaldo Vergara.
Loteamento Jardim Vila Isabel
No início da década de 1950, com a alta procura por terrenos de veraneio próximos do balneário da Pedra Redonda, impulsionada inicialmente pela Ferrovia do Riacho, e também com o aumento dos impostos pela valorização urbana da zona sul, os Dreher venderam a sua chácara, dando rapidamente origem ao loteamento "Jardim Vila Isabel", então dentro dos limites antigos do bairro Ipanema (oficializado pela Lei 2.022, de 7 de dezembro de 1959).
Conforme o levantamento aerofotogramétrico da cidade de 1956, a Vila Jardim Isabel foi planejada com um tecido viário de trama semi-reticular, isto é, vias constituídas de linhas "quebradas", de dimensões variadas, com "quarteirões" de forma e tamanho irregular. Uma longa avenida com canteiro central, nomeada em homenagem a Arlindo Pasqualini (1911-1964), foi construída paralela ao lote do casarão antigo da família Dreher para interligar, no sentido sudoeste-nordeste, a Avenida Coronel Marcos com o Conjunto Residencial Jardim do Sol.
As principais praças do loteamento são a Praça Bernardo Dreher, nomeada a partir do patriarca da antiga chácara; a Praça Adel Carvalho, que homenageia o empresário, jornalista e político pela UDN; a Praça Bispo Machado Krischke, que leva o nome do bispo primaz da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; e a Praça Heitor Berutti Brasil, que faz homenagem ao funcionário do Banco da Província. Outras áreas verdes, menores, incluem a Praça Osvaldo Schwerdt, Januário Grecco e Márcia Heinz - cujo homenagem foi reivindicada pela Associação Comunitária David Maurício em 1987.[5]
Além das ruas, o Loteamento previu, na porção mais íngrime junto ao Morro do Osso, a construção de passagens com escadarias entre os lotes particulares, para que pedestres pudessem cortar caminho entre ruas de níveis diferentes. Uma delas é a ajardinada "Passagem Edgar Luiz Schneider-Dr. Arnaldo da Silva Ferreira", com trecho parcialmente construído.
Bairro oficial
Em 1975, um grupo de moradores, por meio da Associação Comunitária Jardim Isabel-Ipanema (Ascomjip),[6] passou a se organizar para garantir melhorias a sua comunidade, fazendo surgir um movimento para oficializar em lei o bairro.[7] No entanto, isso foi concretizado apenas décadas mais tarde, quando ocorreu a emancipação do bairro Ipanema por meio da Lei Ordinária nº 10.724 de 9 de julho de 2009. O nome do bairro, Jardim Isabel, foi escolhido por consenso em homenagem à Martha Elisabeth Dreher, apelidada de "Dona Isabel".[8] Desde então, a associação é conhecida apenas como Ascomjisa (Associação Comunitária Jardim Isabel), a qual tem edificada uma sede na Praça Adel Carvalho para reuniões e confraternizações.
Em 2013, foi inaugurado na Praça Adel Carvalho o "Recanto Infantil Betina Waengertner", em homenagem a uma jovem empreendedora falecida em 2007.[9]
Educação
O bairro conta com a Unidade Sul do Colégio João Paulo I (JPSul), fundada em 1993[10], que atende estudantes desde a educação infantil até o ensino médio.
Com ponto inicial na Avenida Coronel Marcos, esquina com Travessa Pedra Redonda; segue-se por essa avenida até a Rua Morano Calabro; daí, vai-se, a nordeste, em linha reta, até a extremidade sul da Rua Professor Carlos de Paula Couto; então, segue-se, a noroeste, até a extremidade norte dessa rua; por último, segue-se, a sudoeste, em linha reta, até o ponto inicial.
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