O bairro não é na sua totalidade um bairro nobre, tendo algumas áreas com residências de alto padrão, principalmente nas ruas mais próximas à beira do lago Guaíba.
No século XIX, o português Antônio Francisco de Castro (1872-1929) adquiriu terras no bairro Ipanema, então conhecido como "Passo do Capivara", para fazer dali uma chácara de lazer para ele e sua família. Na época, a região não passava de uma área rural quase desabitada da capital gaúcha. Um comerciante influente, ex-diretor do Banco da Província, ex-presidente da Beneficência Portuguesa e também cônsul de Portugal no Estado, ele construiu um casarão de veraneio, que existe até os dias de hoje, numa rua que hoje leva o nome do "Comendador Castro" em sua homenagem. O casarão abrigou, também, temporariamente a primeira escola do bairro. Atualmente, há planos para revitalizar o imóvel particular e transformá-lo em centro cultural do bairro.[2]
No início da década de 1930, após a morte do Comendador Castro, os seus herdeiros venderam parte das terras para Oswaldo Coufal, que pôde assim iniciar o loteamento do "Balneário Ipanema", até então menos urbanizado do que os bairros vizinhos como Pedra Redonda, Tristeza e Cavalhada. Coufal, que queria ver o local transformado em ponto turístico, adorava a cidade do Rio de Janeiro, em especial a Ipanema dos cariocas, para onde levava sua família passar as férias, e inspirou-se nela para dar nomes às ruas e ao balneário. As praias gaúchas também foram lembradas por Coufal e por outros loteadores de Ipanema: muitas delas emprestam seus nomes às ruas de Ipanema e de outros bairros da Zona Sul, entre elas Tramandaí, Cidreira, Torres, Capão da Canoa, Cassino e Atlântida.
Em 1937, ergueu-se uma capela em homenangem à Nossa Senhora Aparecida, em estilo espanhol colonial, que teve sua construção incentivada por Déa Coufal, esposa de Oswaldo Coufal. Contudo, o primeiro pároco dessa igreja só assumiu seu posto em 1959, o que revela que Ipanema permaneceu um bairro relativamente desconhecido até então. A igreja, que teve sua fundação abalada por raízes de eucaliptos, acabou demolida posteriormente, para dar lugar a uma edificação mais moderna, onde hoje está o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na rua Leme, n° 441.
Em 1938, a prefeitura de Porto Alegre aprovou oficialmente os nomes de tais ruas dados por Oswaldo Coufal e pelos seus sócios.
No final da década de 1960, contudo, a balneabilidade da região, que tinha atraído até a sede campestre do Banco do Brasil, perdeu seu brilho devido à poluição ambiental. Os alagamentos e o mau cheiro do arroio Capivara não foram tratados com seriedade pelas autoridades, que somente realizou a canalização do córrego em algumas partes.
Na segunda metade da década de 1980, um projeto para a construção de um aterro em Ipanema fracassou, porque houve discordância entre moradores e a prefeitura quanto ao aumento da faixa de areia da praia. Durante a década seguinte, ocorreu, de forma trabalhosa, a retirada de bares irregularmente instalados na praia, e a prefeitura elaborou projetos paisagísticos para a região.
Em 2009, uma área do bairro Ipanema, chamada Jardim Isabel, foi reconhecida como bairro oficial da cidade.
Características atuais
Amplamente arborizado e situado à beira do lago Guaíba, o bairro Ipanema é um lugar notadamente residencial. Um calçadão e um ciclovia atraem atletas e moradores durante os dias de verão. A praia é muito utilizada para lazer pela população de baixa renda, apesar de ser considerada imprópria para o banho.
Em 2004, o Morro do Osso, localizado no norte de Ipanema, foi ocupado por mais de vinte famílias de índioscaingangues[3], que afirmam ser os antigos moradores do local, devido aos vestígios de um cemitério indígena. A situação continua indefinida até hoje.
Em 2020, a Prefeitura anunciou um projeto de revitalização da orla de Ipanema.[4]
Rádio comunitária
O bairro de Ipanema é um dos únicos em Porto Alegre a ter uma rádiocomunitária autorizada, a Ipanema Comunitária 87.9FM,[5] 24 horas no ar sempre com uma programação destinada aos moradores.
Escola Estadual de Ensino Fundamental Paraíba - CIEP
Escola Professor Gilberto Jorge
Escola Estadual de Ensino Fundamental Tancredo Neves
Outros
Santuário de Nossa Senhora Aparecida
Paróquia Menino Jesus de Praga
Limites atuais
Avenida Coronel Marcos desde o seu início até a Rua Manoel Leão; desta, até a Avenida Guaíba; segue pela margem do rio até a Rua Ladislau Neto; desta, até a Estrada Juca Batista; por esta, na direção sul/norte, até a Estrada da Cavalhada e, daí, por uma linha reta, seca e imaginária, até encontrar a divisa do bairro Camaquã, defronte à estrada João Salomoni, na Vila Maria; e daí, em direção leste/oeste, pela linha reta, seca e imaginária da divisa dos bairros Camaquã e Tristeza, passando pelo marco geodésico do Morro do Osso até encontrar o ponto de convergência da Avenida Wenceslau Escobar com a Avenida Coronel Marcos, seu ponto inicial.[10]
No fim do ano de 2015, as propostas com as emendas foram aprovadas pela câmara de vereadores de Porto Alegre. Em relação aos limites atuais, há algumas alterações que é a ampliação dos limites do bairro em direção leste e eliminando as distorções na parte norte. Ponto inicial e final: encontro da Avenida Coronel Marcos com a Rua Manoel Leão. Desse ponto segue pela Rua Manoel Leão e por uma linha reta e
imaginária até a orla do Lago Guaíba, ponto de coordenadas 00000. Segue
pela orla, na direção sul, até o ponto de coordenadas 00000, localizado na
projeção da Avenida Coronel Pedro Bitterncourt, segue por esse
prolongamento e por essa rua até a Avenida Juca Batista, por essa até a
Avenida Vereador Roberto Landell de Moura, por essa até a via projetada do
Plano Diretor (Diretriz 6546), por essa até o limite de propriedade da Praça
Pedro Vergara, ponto de coordenada 00000, por esse limite e por uma linha
imaginária definida pelos pontos de coordenadas localizados no final da
Passagem Cinco-Jardim Parque de Ipanema e Rua Armando Czamanski.
Desse ponto segue por linha reta e imaginária até a Rua Dionélio Machado,
seguindo por essa até o seu final, ponto de coordenadas 00000. Desse ponto
segue por linha reta e imaginária até o final da Rua Selso Maffessoni e Rua
Romana, ponto de coordenadas 00000. Desse ponto segue por linha reta e
imaginária até o encontro da Rua Rio Grande com o prolongamento da Rua
Ernesto Zeuner, por essa e seu prolongamento até encontrar a Avenida
Eduardo Prado, desse ponto até o encontro com a Rua Egydio Michaelsen, por esta até a Avenida
Cavalhada, por essa até a Rua Adão Juvenal de Souza, por essa até a Rua
Professor Carlos de Paula Couto. Desse ponto segue por uma linha reta e
imaginária até o encontro da Rua Conselheiro Xavier da Costa com a Rua
Porto Calvo, por essa até a Avenida Coronel Marcos, por essa até a Rua
Manoel Leão, ponto inicial.[11][12]
Sendo assim o Morro do Osso pertence ao novo bairro Sétimo Céu e os residenciais como Jardim Verde, Tapete Verde, Vitória Régia , Imperial Park e Morro Alto pertencem a Ipanema.