Isim (em sumério: 𒉌𒋛𒅔𒆠; romaniz.: I3-si-inki) [1] foi uma antiga cidade-estado amorita da Baixa Mesopotâmia a cerca de 32 quilômetros ao sul de Nipur.
Localização
O sítio arqueológico encontra-se próximo à moderna cidade de Ixam Albariate (Ishan al-Bahriyat), na Cadésia, Iraque. Hoje pode ser localizada como um "tel", um monte de assentamento arqueológico, com cerca de 1,5 km de diâmetro e com uma altura máxima de 8 metros. Situava no Canal Isinitum, parte de um conjunto de canais que ligavam as cidades da Mesopotâmia.
Histórico de ocupação
Isim foi ocupada pelo menos desde o início do Período Dinástico Arcaico, em meados do terceiro milênio a.C., e possivelmente já no período de al-Ubaid(c. 6500–3800). Quando as plaquetas de argila cuneiformes da época foram encontradas, a primeira referência epigráfica a Isim foi após o período da terceira dinastia de Ur.
Quando a Terceira Dinastia, enfraquecida, finalmente entrou em colapso nas mãos dos elamitas no final do terceiro milênio a.C., foi deixado um vácuo de poder que outras cidades-estado se esforçavam para preencher. O último rei da dinastia Ur, Ibi-Sim, não tinha os recursos nem o governo organizado necessários para expulsar os invasores elamitas. Um de seus funcionários governamentais, Isbi-Erra, mudou-se de Ur para Isim, outra cidade no sul da Mesopotâmia, e estabeleceu-se como governante lá. Um dos nomes de ano de Isbi-Erra relata a derrota sofrida por Ibi-Sim em batalha. [2]
Embora ele não seja considerado parte da Terceira Dinastia de Ur, Isbi-Erra fez algumas tentativas de continuar com essa dinastia, provavelmente para justificar seu governo. [2] no entanto, Isbi-Erra teve má sorte em expandir seu reino, pois outras cidades-estados da Mesopotâmia também queriam chegar ao poder. Esnuna e Assur estavam se desenvolvendo em centros poderosos. No entanto, ele conseguiu repelir os elamitas da região de Ur. Isso deu à dinastia de Isim o controle sobre as cidades culturalmente significativas de Ur, Uruque e o centro espiritual de Nipur. [3]
Por mais de 100 anos, Isim floresceu. Ruínas de grandes edifícios, como templos, foram escavados. Muitos decretos reais e códigos de leis daquele período foram descobertos. A estrutura política centralizada de Ur-III foi amplamente mantida, com os governantes de Isim nomeando governadores e outras autoridades locais para realizar sua vontade nas províncias. As rotas lucrativas de comércio para o Golfo Pérsico continuaram sendo uma fonte crucial de renda para Isim. [4]
Os eventos exatos que cercam a desintegração de Isim como reino são desconhecidos, mas algumas evidências podem ser reunidas. Documentos indicam que o acesso a fontes de água apresentou um enorme problema para o Isim. Isim também sofreu um tipo de golpe interno quando Gungunum, governador nomeado das províncias de Larsa e Lagas, tomou a cidade de Ur. Ur era o principal centro do comércio do Golfo; dessa forma com a perda desse importante comércio Isim ficou economicamente prejudicado. Além disso, os dois sucessores de Gungunum, Abisare e Sumuel(c. 1905–1894), tentaram direcionar as rotas comerciais de Isim para Larsa. Algum momento depois, Nipur também foi conquistada. Isim nunca se recuperaria. Por volta de 1860 a.C, um estranho chamado Enlil-Bani tomou o trono de Isim, encerrando a dinastia hereditária estabelecida por Isbi-Erra a mais de 150 anos antes. [5]
Embora politicamente e economicamente fraca, Isim manteve sua independência de Larsa por pelo menos mais quarenta anos, sucumbindo finalmente a Rim-Sim I. [6]
Depois que a Primeira Dinastia da Babilônia subiu ao poder no início do segundo milênio e capturou Larsa, muitas mudanças significativa foram feitas em Isim. Essas mudanças foram interrompidas quando no 27º ano do reinado de Samsiluna, filho de Hamurabi, a cidade foi destruída e abandonada. [7]
Mais tarde, quando a dinastia cassita tomou posse na Babilônia após 1 531 a.C., retomaram a reconstrução de Isim. [8] O estágio final significativo da atividade ocorreu durante a Segunda Dinastia de Isim, no final do 2º milênio, principalmente pelo rei Adade-Baladã. [9]
Cultura e Religião
A divindade padroeira de Isim era Nintinuga (Gula, deusa da cura), e um templo para ela foi construído lá. O rei de Isim, Enlil-Bani, relatou a construção de um templo em homenagem a Gula chamado Enidubi (E-ni-dub-bi), um templo dedicado a Ninlil (Sude) chamado Edingalana (E-dim-gal-an-na) e um templo chamado Eurgira dedicado ao deus Ninurta. [5]
Isbi-Erra continuou muitas das práticas cultuais que floresceram no período da terceira dinastia de Ur. Ele continuou encenando o ritual sagrado do casamento todos os anos. Durante esse ritual, o rei fazia o papel do mortal Dumuzi e fazia sexo com uma sacerdotisa que representava a deusa do amor e da guerra, Inana (também conhecida como Istar) como forma de fortalecer o relacionamento do rei com os deuses, o que traria estabilidade e prosperidade a todo o país. [10]
História da pesquisa arqueológica
O Local foi visitado por Stephen Herbert Langdon para realizar uma sondagem em um dia, enquanto estava escavando em Quis em 1924. [11] A maior parte do trabalho arqueológico em Isim foi realizado em 11 temporadas, entre 1973 e 1989, por uma equipe de arqueólogos alemães liderados por Barthel Hrouda. [12] No entanto, como foi o caso em muitos locais no Iraque, a pesquisa foi interrompida pela Guerra do Golfo (1990-1991) e pela Guerra do Iraque (2003-2011). Desde o final das escavações, há relatos de saques intensos no local. Mesmo quando a equipe alemã começou seu trabalho, o local já estava muito saqueado.
Dinastia de Isim
Consta na Lista Real Sumeriana uma dinastia que governou a partir dessa cidade: