A eleição realizada pelos membros da Assembleia Legislativa de Mato Grosso convertida em Colégio Eleitoral convocado para este fim. Foram apurados vinte votos para José Fragelli e cinco em branco.
Nascido em Cuiabá, Filinto Müller trabalhou na Imprensa Oficial de Mato Grosso e a seguir integrou-se no 16° Batalhão dos Caçadores, sediado na capital mato-grossense, antes de sentar praça na Escola Militar do Realengo. Preso durante cinco meses sob a acusação de participar da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, quando estava de serviço no 1º Regimento de Artilharia Montada (1º RAM), cumpriu foi transferido para Campo Grande antes de atuar na Revolta Paulista de 1924 e exilar-se em território argentino, sendo preso ao retornar ao Brasil após três anos. Anistiado pela Revolução de 1930, foi chefe de gabinete do ministro da Guerra, general José Fernandes Leite de Castro e no ano seguinte assumiu o cargo de secretário do capitão João Alberto Lins de Barros, interventor federal em São Paulo antes de voltar à cidade do Rio de Janeiro, onde foi inspetor da Guarda Civil antes de tornar-se chefe de polícia do Distrito Federal em 1932. Efetivado no cargo no ano seguinte, nele manteve-se até 1942.[10]
Natural de Ponta Porã, o médico Saldanha Derzi diplomou-se em 1939 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com especialização em cirurgia, obstetrícia e pediatria. No ano anterior à sua graduação, ascendeu ao conselho deliberativo do Instituto Nacional do Mate,[19] onde permaneceu até 1942, quando assumiu o Posto de Saúde de Campo Grande.[20] Nesse mesmo ano, o interventor Júlio Müller o nomeou prefeito de Ponta Porã, cargo mantido por três anos.[21] Membro da UDN, fez carreia política em sua cidade natal, sendo eleito vereador em 1947 e prefeito em 1950. Também agropecuarista e jornalista, colaborou com os jornais Correio do Estado e O Estado de Mato Grosso, sendo vitorioso ao buscar um mandato de deputado federal em 1954, 1958 e 1962. O único revés de sua carreira ocorreu em 1955, quando disputou o governo de Mato Grosso.[22] Com a vitória do Regime Militar de 1964, renovou o mandato de deputado federal pela ARENA em 1966 e obteve uma cadeira de senador em 1970.[14][23][16][24][25]
Suplente efetivado
Italívio Coelho
Nascido em Rio Brilhante, o advogado Italívio Coelho formou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro.[26] Eleito deputado estadual em Mato Grosso em 1947 via UDN, afastou-se da política ao final do mandato.[12] Agropecuarista, foi presidente do Frigorífico Mato-Grossense, da Associação dos Criadores do Sul, vice-presidente da Associação das Indústrias de Campo Grande e também da Associação de Criadores de Santa Gertrudes. Como banqueiro e industrial, ocupou a vice-presidência do Banco Financial de Mato Grosso, sendo presidente da Financial Bragança e da Companhia Imobiliária do Oeste do Brasil.[27] Irmão de Lúdio Coelho e cunhado de Saldanha Derzi, retornou à política ao eleger-se suplente de senador pela ARENA em 1970, assumindo o mandato em 6 de agosto de 1973, dias após a morte de Filinto Müller.[28][29][30]
Resultado das eleições para senador
Conforme os arquivos do Tribunal Superior Eleitoral foram apurados 397.073 votos nominais (73,04%), 130.988 votos em branco (24,09%) e 15.609 votos nulos (2,87%), resultando no comparecimento de 543.670 eleitores.
↑ abObservando o cenário político desenhado em 1970, vemos que ganhou corpo uma "separação política" que remonta ao início do Século XX, pois os "sulistas" obtiveram quatro das seis vagas de Mato Grosso na Câmara dos Deputados embora fossem todos da ARENA. Também fariam política no futuro estado de Mato Grosso do Sul os políticos Italívio Coelho, José Fragelli, Pedro Pedrossian, Plínio Martins e Saldanha Derzi. Na disputa pelas cadeiras da Assembleia Legislativa os governistas ganharam por dezesseis a dois e dentre eles havia "sulistas" como Levy Dias, Londres Machado e Ruben Figueiró, dentre outros.
Referências
↑ abcdBRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Eleições de 1970». Consultado em 28 de dezembro de 2023
↑Assumem amanhã os 22 governadores (online). O Estado de S. Paulo, São Paulo (SP), 14/03/1971. Geral, p. 05. Página visitada em 22 de maio de 2018.
↑Assembléias (sic) estaduais elegem os governadores (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 04/10/1970. Primeiro caderno, p. 26. Página visitada em 22 de maio de 2018.
↑José Fragelli consegue uma vitória tranquila: têve (sic) até um voto do MDB (online). O Estado de Mato Grosso, Cuiabá (MT), 04/10/1970. Capa. Página visitada em 11 de fevereiro de 2020.