São morfologicamente parecidas com as plantas de canábis, especialmente Datisca cannabina, daí o epíteto específico. As partes verdes do caule da planta são maioritariamente ocas. As folhas tem lâmina foliar imparipinada, com as margens das folhas e dos folíolos serrilhadas. Os estômatos são anomocíticos. Estas espécies não têm estípulas foliares.
Flores em rácemos terminais ou axilares, inseridas em ramos longos e frondosos, que incluem estruturas racemosas misturadas com flores simples.[4][5][6][7]Datisca cannabina é uma espécie dióica, coma as flores de cada sexo em plantas separadas. Por seu lado, Datisca glomerata é uma espécie androdióica. As flores de ambas as espécies são apétalas (as pétalas estão substituídas por tépalas))
As flores masculinas com cálice dividido em 3-4 (-5) lóbulos desiguais, pétalas ausentes. Os estames são 8-12 (-25), com filamentos curtos, todos férteis, com anteras de duas tecas, membranosas, de deiscência longitudinal. As flores hermafroditas têm três a oito sépalas e três a cinco estames curtos, livres e férteis, com o ovário similar ao das flores femininas.
As flores femininas com cálice 3-8 sépalas, lobulado; pétalas ausentes; gineceu é ínfero, 3-4 (-5)-sincárpico (carpelos fundidos), com 3-4 (-5) lóculos com múltiplos (30-100) óvulos anátropos, bitégmicos, tenuinucelados, de placentação parietal.
O fruto é uma cápsula coreácea pedicelada, longa, estreitamente oblonga, colgante, com 3-4 nervuras (-5), com abertura na parte superior entre os estiletes. Sementes numerosas (de 30 a mais de 100), diminutas, quase sempre sem endosperma ou com endosperma escasso (exalbuminosas). O embrião é recto e bem desenvolvido, porém pequeno, e apresenta dois cotilédones oleosos.
Usos
A espécie Datisca cannabina foi utilizada em tempos históricos como fonte de um corante usado em tingimento de sedas, produzindo uma cor amarela brilhante. Esta mesma espécie produz fibras vegetais semelhantes ao cânhamo, podendo ser usada na indústria têxtil.
Ambas as espécies de Datisca, mas especialmente as plantas femininas de Datisca cannabina, são por vezes utilizadas como ornamentais em jardins das regiões subtropicais, especialmente quando se pretende composições pouco exigentes em rega.
O género Datisca contém 2-3 espécies,[17] 1-2 da Ásia e uma da América do Norte.[18]
A espécie Datisca cannabina (conhecida por cânhamo-bastardo) ocorre em Creta e na Turquia, estando estreitamente relacionada com Datisca nepalensis encontrada nos Himalaias, razão pela qual é frequentemente incluída em D. cannabina. Cresce até aos 2,0 m de altura, e de maio a agosto produz pequenas flores verde-amareladas. Esta espécie é estritamente dioica, com flores masculinas e femininas em plantas diferentes. É cultivada como planta ornamental, usada para produzir um laxante e para extrair um corante amarelo usado para tingimento.[19][20][21]
A espécie norte-americana Datisca glomerata é nativa da Califórnia, Nevada e México.[18][22] A espécie é dioica, embora algumas plantas femininas possam produzir também por vezes flores masculinas.[18]
O grupo compreende duas espécies, classificadas no género Datisca:
A mais recente classificação da família considera assim que género Datisca e, portanto, também na família das Datiscaceae, existem apenas duas espécies:
↑Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III». Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x
↑Zhang, L.-B., Simmons, M.P., Kocyan, A. y Renner, S.S. 2006. Phylogeny of the Cucurbitales based on DNA sequences of nine loci from three genomes: Implications for morphological and sexual system evolution. Molec. Phylog. Evol. 39: 305–322
↑Zhang, L.-B., Simmons, M.P. y Renner, S.S. 2007. A phylogeny of Anisophylleaceae based on six nuclear and plastid loci: Ancient disjunctions and recent dispersal between South America, Africa, and Asia. Molec. Phylog. Evol. 44: 1057–1067
↑Soltis DE, Gitzendanner MA, Soltis PS (2007). «A 567-taxon data set for angiosperms: The challenges posed by Bayesian analyses of large data sets». International Journal of Plant Sciences. 168 (2): 137–157. JSTOR509788. doi:10.1086/509788
↑Renner SS, Schaefer H (2016). «Phylogeny and evolution of the Cucurbitaceae». In: Grumet R, Katzir N, Garcia-Mas J. Genetics and Genomics of Cucurbitaceae. Col: Plant Genetics and Genomics: Crops and Models. 20. New York, NY: Springer International Publishing. pp. 1–11. ISBN978-3-319-49330-5. doi:10.1007/7397_2016_14