Curtis LeMay

Curtis LeMay
Curtis LeMay
Nome completo Curtis Emerson LeMay
Nascimento 15 de novembro de 1906
Columbus, Ohio, Estados Unidos
Morte 1 de outubro de 1990 (83 anos)
Base Aérea da Reserva March, Condado de Riverside, Califórnia, Estados Unidos
Progenitores Mãe: Arizona Dove Carpenter
Pai: Erving Edwin LeMay
Cônjuge Helen Maitland (1934–1990)
Filho(a)(s) Patricia Jane LeMay Lodge
Alma mater Universidade Estadual de Ohio
Serviço militar
Serviço Exército dos Estados Unidos (1929–1947)
Força Aérea dos Estados Unidos (1947–1965)
Anos de serviço 1929–1965
Patente General
Conflitos Segunda Guerra Mundial
Guerra da Coreia
Guerra do Vietnã
Condecorações Cruz de Serviço Distinto
Medalha de Serviço Distinto (3)
Estrela de Prata
Cruz de Voo Distinto (3)
Medalha do Ar (5)
e outras

Curtis Emerson LeMay (Columbus, 15 de novembro de 1906Condado de Riverside, 1 de outubro de 1990) foi um general da Força Aérea dos Estados Unidos e candidato a vice-presidente dos Estados Unidos, em 1968, pelo Partido Independente Americano, na chapa do ex-governador do Alabama, George Wallace, seu comandado durante a Segunda Guerra Mundial.

LeMay era um dos grandes 'falcões' das forças armadas norte-americanas, tendo servido na Segunda Guerra como planejador e implementador do programa tático de bombardeios aéreos no teatro do Pacífico. Depois da guerra, durante a Guerra Fria, ele foi o principal organizador da ponte aérea para Berlim, no período em que ela teve seu acesso por terra bloqueado pelos soviéticos, e reorganizou o Comando Aéreo Estratégico (SAC), dotando-o de meios efetivos de levar a cabo uma guerra nuclear.

Carreira

Durante a Segunda Guerra, LeMay comandou esquadrões de B-17s em missões de bombardeios sobre a Alemanha antes do desembarque na Normandia, em 1942 e 1943, e transferido para o Pacífico, foi o tático idealizador dos bombardeios noturnos incendiários em massa e a baixa altitude, que destruíram e transformaram em cinzas as cidades japonesas, com residências basicamente feitas de papel e madeira, em 1944 e 1945, incluindo o famoso bombardeio incendiário de Tóquio em 10 de março de 1945, feito com bombas de fósforo, que matou 100 mil civis, incendiou 250 mil construções e incinerou 41 km² da cidade.

Formação maciça de B-29s bombardeia o Japão em baixa altitude com bombas incendiárias, tática de destruição total que tornou Curtis LeMay famoso na Segunda Guerra Mundial.

Após a guerra, LeMay serviu brevemente no Pentágono, sendo depois enviado para a Europa, onde comandou o planejamento da ponte aérea dos aliados em 1948, para a Berlim bloqueada por terra pelos soviéticos. Durante onze meses, os aviões aliados de carga transportaram para a cidade, em 213 mil voos, o equivalente a 1,7 milhões de toneladas de mantimentos e combustível, impedindo a população civil de morrer de fome e a estrutura da cidade de entrar em colapso. Com o fracasso do bloqueio - que visava a fazer os aliados abandonarem Berlim - os soviéticos abriram novamente as estradas.

De volta aos EUA, foi empossado como chefe do comando Aéreo Estratégico (SAC) entre 1949 e 1957, em plena Guerra Fria, quando modernizou e treinou a frota aérea de bombardeiros norte-americanos para uma eventual guerra nuclear com a União Soviética.

Uma de suas mais polêmicas declarações se deu durante a Crise dos mísseis de Cuba, em outubro de 1962, quando, como chefe do estado-maior da força aérea, teve grandes discussões com o presidente Kennedy e o secretário de defesa Robert McNamara, ao enfatizar que Cuba deveria ser bombardeada nuclearmente e os Estados Unidos deveriam ir à guerra contra a URSS. Mesmo após os soviéticos retirarem os mísseis que haviam instalado em território cubano e preferirem uma solução pacífica para a situação, LeMay chamou o episódio, que quase levou o mundo a uma guerra nuclear, de 'a maior derrota de nossa história'.

Com sua discordância com o tipo de bombardeio limitado usado no Vietnã, nos primeiros anos de guerra, devido aos receios do governo Johnson de que uma escalada geral nestes ataques, advogada por LeMay, pudesse causar reação dos soviéticos e chineses, mostrada através de uma oposição pública constante, LeMay acabou sendo forçado a se retirar da carreira militar em fevereiro de 1965 e voltou suas atenções para a carreira política.

Política

LeMay sentado perto do presidente John F. Kennedy durante a Crise dos mísseis de Cuba, em 1962.

Em 1968, LeMay mudou-se para a Califórnia e foi convidado por conservadores republicanos do estado a disputar a cadeira para o Senado do partido com um candidato moderado, mas declinou do convite. Pouco depois, convidado por George Wallace, governador do Alabama, a ser seu companheiro de chapa por um partido independente na eleição presidencial, em princípio declinou do convite, por apoiar a candidatura de Richard Nixon. Com o desenrolar da campanha, entretanto, se convenceu de que Nixon, se eleito, procuraria fazer uma política conciliatória com os soviéticos e aceitar uma paridade nuclear, abrindo mão de manter a superioridade americana, e isso o levou a aceitar o convite de Wallace, entrando na campanha do governador, como candidato a vice-presidente.

Entretanto, a fama de Wallace, notório segregacionista do Alabama, tachado de racista pela mídia americana, contaminou LeMay, que se viu envolvido em acusações de racismo, apesar de ter sido um dos grandes responsáveis pela dessegregação dentro das forças armadas do país. Wallace e LeMay obtiveram 13,5% dos votos nas eleições, a maior votação já conseguida por um terceiro partido nos EUA, mas não o suficiente para impedir Nixon de se tornar o 37º Presidente dos Estados Unidos.

Derrotado na eleição, LeMay voltou para a vida privada, declinando outros convites para permanecer na política e passando a cuidar de projetos sociais, falecendo em 3 de outubro de 1990 na base aérea de Marsh, na Califórnia.

Bibliografia

  • Atkins, Albert Air Marshall Sir Arthur Harris and General Curtis E. Lemay: A Comparative Analytical Biography. AuthorHouse, 2001. ISBN 0-7596-5940-0.
  • Craig, William The Fall of Japan. The Dial Press, 1967. Library of Congress Catalog Card No. 67-10704.
  • Coffey, Thomas M. Iron Eagle: The Turbulent Life of General Curtis LeMay. Random House, 1986. ISBN 0-517-55188-8.
  • LeMay, Curtis E. "Mission with LeMay: My Story". Doubleday, 1965
  • McNamara, Robert S. In Retrospect: The Tragedy and Lessons of Vietnam. Vintage Press, 1995. ISBN 0-679-76749-5.
  • Moscow, Warren "City’s Heart Gone". The New York Times. 11 March 1945: 1, 13.
  • Narvez, Alfonso A. "Gen. Curtis LeMay, an Architect of Strategic Air Power, Dies at 83". The New York Times. 2 October 1990.
  • Allison, Graham. Essence of Decision:Explaining the Cuban Missile Crisis (1971 – updated 2nd edition, 1999). Longman. ISBN 0-321-01349-2.
  • Rhodes, Richard Dark Sun: The Making of the Hydrogen Bomb. Simon & Schuster, 1995. ISBN 0-684-80400-X
  • Tillman, Barrett. LeMay. Palgrave's Great Generals Series, 2007. ISBN 1-4039-7135-8
  • USAF National Museum, "Gen. Curtis E. LeMay, Awards and Decorations"
  • USAF Service Record of Curtis LeMay, Military Personnel Records Center, St. Louis