As invasões e conquistas mongóis aconteceram nos séculos XIII e XIV, criando o vasto Império Mongol que, por volta de 1300, já cobria grandes porções da Eurásia. Historiadores consideram as devastações causadas pelas invasões mongóis como um dos episódios mais letais da história militar humana.[4][5] Além disso, as expedições mongóis podem ter sido um dos fatores principais para a expansão da peste bubônica pelo Eurásia, ajudando a alastrar a Peste Negra em meados do século XIV.[6][7][8][9]
O Império Mongol se desenvolveu ao longo do século XIII através de uma série de campanhas militares bem sucedidas pela Ásia, chegando ao leste da Europa na década de 1240. Em contraste com os "impérios do mar" como o dos Britânicos, a força dos mongóis estava em terra,[10] alimentado pela poderosa cavalaria mongol.[11] Então, as conquistas e saques mongóis aconteciam primordialmente no verão ou primavera, onde havia abundância de mantimentos para seus cavalos e gado.[11] A ascensão mongol foi precedida por quinze anos de condições climáticas quentes e molhadas, de 1211 a 1225, que permitiu a criação e manutenção de milhares de cavalos saudáveis, que seria vital nas invasões.[12][13]
Muito sobre a historiografia mongol está aberta ao debate, principalmente pela falta de fontes contemporâneas dos próprios mongóis. Isso torna difícil medir a devastação causada pelos mongóis, porém presume-se que foi considerável.[14] Sem incluir as mortes causadas pela Peste Negra através da Eurásia,[15] é estimado que entre 20 e 57 milhões de pessoas morreram entre 1206 e 1405 durante as campanhas militares de Gêngis Cã, Cublai Cã e Tamerlão.[16][17][18] A destruição das batalhas, cercos e até exemplos de guerra biológica,[19][20] e massacres foram responsáveis pela maioria das mortes.[21][22]
Ainda assim, apesar da devastação causada pelas invasões mongóis, sua expansão também fez aumentar o comércio mundial, a integração entre as culturas europeia e asiática e diversos avanços tecnológicos, com conhecimentos vindos do extremo oriente, especialmente da China, chegando à Europa. A ocupação mongol também foi vital na unificação interna dos impérios Russo e Chinês, sedimentando a identidade nacional de ambos.[23][24]
Cronologia
1187-1206: Temujim unifica as vários tribos mongóis e ao término do processo se proclama o chefe oceânico (ou universal) com o nome Gêngis Cã.
1241: Após a invasão da Rússia, o exército mongol se divide em três. O exército principal ataca a Hungria, enquanto que um ao norte ataque ataca a Polônia e a Lituânia e mais a sul outro ao sul a Transilvânia (parte do reino da Hungria). Os mongóis cruzam o Vístula e Cracóvia é destruída. Vitória mongol sobre os exércitos alemães e poloneses em Legnica. Breve incursão sobre a Boêmia. Peste capturada. Guardas avançados mongóis próximos de Viena e Veneza. Captura de Gran e Zagrebe. Morte de Oguedai.
1257: Ofensiva na Indochina. Hanói pilhada. Capitulação da Coreia. Invasão do Iraque e ataques na Índia.
1258: Captura de Bagdá. Execução do califa e anexação do Iraque. Danilo da Galícia, após alguns anos de resistência contra a Horda de Ouro, é enfim vencido por Burundai e Nogai Cã.
1279: Rendição dos Song do sul. A conquista da China é concluída. Cublai Cã estabelece uma nova dinastia, a Iuã.
1281: Segundo ataque contra o Japão. Segundo ataque contra a Síria, detido próximo a Homs.
1284-1285: Segundo ataque contra o Vietnã. Hanói chega a ser tomada, mas a invasão é malograda.
1285: Segundo ataque contra a Hungria, liderado por Tula Buga e Nogai Cã. Inicialmente bem sucedido, com algumas cidades da Transilvânia devastada pelos invasores. No entanto foram derrotados próximo a Peste.
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↑Robert Tignor et al. Worlds Together, Worlds Apart A History of the World: From the Beginnings of Humankind to the Present (2nd ed. 2008) ch. 11 pp. 472–75 and map pp. 476–77
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↑Ping-ti Ho, "An Estimate of the Total Population of Sung-Chin China", in Études Song, Series 1, No 1, (1970) pp. 33–53.
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