Severity: Notice
Message: Undefined offset: 1
Filename: infosekolah/leftmenudasboard.php
Line Number: 33
Line Number: 34
Computing Machinery and Intelligence, escrito por Alan Turing e publicado em 1950 na revista Mind, é um artigo pioneiro sobre inteligência artificial, sendo o primeiro trabalho a introduzir o conceito do que é hoje conhecimento como o Teste de Turing.
Neste trabalho de Turing tenta responder à questão "Máquinas podem pensar?" O autor sugere que "se troque a pergunta por outra, que está intimamente relacionada à primeira e é expressa em palavras relativamente menos ambíguas.", já que as palavras, segundo Turing, "pensar" e "máquina" não podem ser definidas de uma maneira clara que satisfaça a todos.[1] Para fazê-lo, ele deve primeiro encontrar uma ideia simples e livre de ambiguidade que substitua a palavra "pensar", depois esclarecer precisamente quais "máquinas" ele está considerando, e, finalmente, munido dessas ferramentas, ele formula a nova pergunta, relacionada à primeira, que ele acredita poder responder afirmativamente.
Ao invés de tentar determinar se uma máquina está ou não pensando, Turing sugere que deveríamos perguntar se a máquina pode ganhar um jogo, chamado de "Jogo da Imitação". A versão original deste jogo envolve três participantes (A, B e C) em salas isoladas: um homem (A); uma mulher (B); e um terceiro participante (C), que atua como interrogador, e que pode ser de ambos os sexos. O jogador C não pode ver os jogadores A e B, e os conhece apenas por X e Y, podendo se comunicar com eles apenas através de notas escritas ou outra forma que não sugira qualquer detalhe sobre seus gêneros. Através de perguntas, C tenta determinar os gêneros de X e Y, sabendo que há, necessariamente, um homem e uma mulher. O objetivo de A é enganar C fazendo-o acreditar que ele (A ou X) é mulher e que B (ou Y) é homem, enquanto o objetivo de B é auxiliar o interrogador a tomar a decisão certa.
Turing propõe uma variação ao "Jogo da Imitação", envolvendo o computador. Assim, os três participantes do jogo, na versão de Turing são: um computador (objeto do teste), participante A; um humano, participante B; e um juiz (humano), participante C. O juiz humano pode conversar com ambos, o humano e o computador, digitando em um terminal. Tanto o computador quanto o humano tentam convencer o juiz de que eles são o humano. Se o juiz não puder dizer consistentemente qual é qual, então o computador ganha o jogo.[3] Será que o interrogador vai decidir erroneamente quando o jogo é jogado desta forma tanto quanto ele o faz quando o jogo é disputado entre um homem e uma mulher? Essas perguntas substituem nossa original, 'Máquinas podem pensar?'"[4]
Como Stevan Harnad observa,[5] a pergunta se tornou "Máquinas podem fazer o que nós (como entidades pensantes) podemos fazer?" Em outras palavras, Turing já não pergunta se uma máquina pode "pensar"; ele está perguntando se uma máquina pode agir indistintamente[6] da maneira que um ser pensante age. Essa questão evita o difícil problema filosófico de predefinir o verbo "pensar" e em vez disso foca nas capacidades de desempenho que estar apto a pensar torna possíveis, e como um sistema causal pode gerá-las. Alguns tem interpretado a pergunta de Turing como "Pode um computador, comunicando-se através de um telétipo, enganar uma pessoa ao fazê-la acreditar que ele é humano?"[7] mas se mostra claro que Turing não estava falando de enganar pessoas mas sobre gerar capacidade cognitiva humana.[8]
Turing também notou que nós precisamos determinar que "máquinas" desejamos considerar. Ele aponta que um clone humano, artificial, não forneceria um exemplo muito interessante. Turing sugeriu que nós deveríamos focar nas aptidões de máquinas digitais que manipulam os dígitos binários 1 e 0, reescrevendo eles na memória usando regras simples. Ele deu duas razões:
Isto permite que a questão original fique ainda mais específica. Turing agora reapresenta a pergunta original como "Vamos fixar nossa atenção em um computador digital em particular: C. Seria verdade que modificando esse computador para que tenha um armazenamento adequado, aumentando sua velocidade de resposta convenientemente, e providenciando-lhe um programa apropriado, C pode então jogar satisfatoriamente a parte de A no jogo da imitação, enquanto a parte de B é jogada por um humano?"[9]
Esta pergunta, ele acredita, pode ser respondida sem recorrer à especulação ou filosofia. Essa se tornou uma questão direta da engenharia de software. Por isso, Turing declara que o foco não é "se todos os computadores digitais se sairiam bem no jogo, nem se os computadores atualmente disponíveis se sairiam bem, mas se existem computadores imagináveis que se sairiam bem".[10] O mais importante é considerar os avanços possíveis no estado de nossas máquinas atuais, independentemente de termos o recurso disponível para criar uma ou não.
Tendo esclarecido a questão, Turing voltou-se a respondê-la. Ele considerou as nove objeções comuns a seguir, que incluem todos os principais argumentos contra inteligência artificial levantados desde que seu trabalho foi publicado pela primeira vez:[11]
Seja gentil, cheio de recursos, bonito, amigável, tenha iniciativa, tenha senso de humor, diferencie o certo e o errado, cometa erros, se apaixone, aprecie morango e creme, faça alguém se apaixonar com isso, aprenda da experiência, use palavras apropriadamente, seja o sujeito do seu próprio pensamento, tenha tanta diversidade de comportamento quando um homem, faça algo realmente novo.
Turing encerra o trabalho especulando sobre o design que uma máquina que pode passar no teste poderia ter. Sua discussão enfatiza a função da aprendizagem de máquina.