Macau, o primeiro entreposto comercial europeu na China, desde da sua ocupação em 1557 pelos portugueses até hoje, foi uma importante porta de acesso da civilização ocidental na China, que permitiu o contacto entre a Europa com a civilização chinesa e vice-versa. Durante cinco séculos, Macau foi uma importante plataforma para a simbiose e o intercâmbio cultural entre o Oriente e Ocidente. Esta intensa troca cultural moldou a identidade de Macau, onde ocorreu um processo de miscigenação que resultou no aparecimento da cultura, do patuá e da comunidade macaense.[2]
O encontro entre as culturas ocidentais e orientais proporcionou a criação dos estilos arquitetónicos únicos do mundo, resultado das fusões das correntes arquitetónicas europeias, chinesas e das outras nações da Ásia. Estes estilos marcam a arquitetura do Centro Histórico de Macau.[2]
Esse conjunto arquitetónico situa-se na sua maior parte no sul e sudoeste de Macau visto que até ao século XIX, os portugueses, construtores da maioria dos monumentos do Centro Histórico de Macau, eram proibidos de viver no norte de Macau, região dos campos de cultivo possuídos pelos chineses. Até ao século XIX, a "Cidade do Santo Nome de Deus de Macau" era pequena e delimitada por muralhas, ocupando somente o sul da península de Macau. Só a partir do século XIX, com o declínio da autoridade e influência chinesa sobre Macau, os portugueses puderam expandir a cidade para o norte da península (e posteriormente ocupando também a Taipa e Coloane). Porém, no século XIX, o porto de Macau perdeu sua importância com a Primeira Guerra do Ópio, quando Hong Kong se tornou no porto ocidental mais importante na China. A decadência de Macau impediu a sustentação dos elevados custos da construção e manutenção dos edifícios grandes, luxuosos e requintados. Um exemplo e a Igreja da Madre de Deus e do Colégio de São Paulo, grandes edifícios requintados, que após um incêndio no ano de 1835, nunca mais foram reconstruídos, devido ao elevado custo da reconstrução. O conjunto dos "restos" e vestígios destes dois edifícios formam atualmente as Ruínas de São Paulo.[2]
No dia 15 de julho de 2005, o Centro Histórico de Macau entrou na lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO e foi designado como o 31.º sítio do Património Mundial da China.[1] As comemorações foram feitas em Macau pela entrada na lista, que iria contribuir para o desenvolvimento do turismo na cidade, atividade que se tornou importante para a economia de Macau. A inclusão na lista também contribuiu para a conservação do património histórico e arquitetónico da cidade e num contexto mais amplo, representa uma parte importante da história da China.[7]