Carta náutica, carta de marear, carta hidrográfica, ou plano hidrográfico é uma representação cartográfica de uma área náutica, podendo representar em conjunto as regiões costeiras adjacentes à área náutica. São o equivalente marítimo dos mapas terrestres, e são as descendentes dos portulanos. Dependendo da escala, pode ter detalhes tanto do relevo da costa quanto do relevo aquático, além de outras informações, como edificações, vegetação, infraestrutura e pontos relevantes da costa.[1][2]
Para além da sua produção cartográfica, construía bússolas, relógios náuticos e outros instrumentos de precisão necessários para a navegação.
Foi protegido pelos reis Pedro III de Aragão, João I de Aragão e Martim I de Aragão. Deixou um conjunto de cartas náuticas realizadas por si e seu filho, actualmente perdidas, embora se lhe atribuam alguns mapas anónimos, como os integrados no Atlas Catalão de 1375.
Descrição
Desenhadas na Projecção de Mercator, com a excepção das cartas polares acima dos 80º N ou S, estão dividias em três categorias:
Cartas de Rota - de menor detalhe, cobrem grandes áreas (ex. Carta do Atlântico Norte)
Cartas de Aproximar - de maior detalhe, cobrem ainda assim grandes distâncias (ex. Carta do Cabo Raso ao Cabo de São Vicente)
Planos de Porto - de grande detalhe (Plano do Porto de Sines)
Nas margens das cartas hidrográficas estão indicadas as longitudes e as latitudes, de forma gráfica (com traços para os minutos e segundos) que permitem medir as distâncias entre pontos com o compasso. Dado estarem desenhadas na Projecção de Mercator, a cada minuto destas marcações corresponde um milha marítima; contudo, estas devem ser medidas de acordo com a direcção em que se traça a derrota, ou seja, devem se usar as marcações da latitude para medir distâncias no sentido Norte→Sul, e as da longitude para as Este→Oeste, pois à medida que nos vamos afastando do Equador tanto para Norte como para Sul essa representação gráfica vai aumentando de tamanho em centímetros, enquanto para paralelos ao Equador se mantém constante.
A representação de terra nas cartas está limitada à linha da costa e aos pontos conspícuos, tais como faróis ou outras construções, que sejam relevantes para a navegação.
Adicionalmente há ainda informação sobre o tipo dos fundos, perigos para a navegação, canais de navegação, enfiamentos e balizagem, profundidades, correntes, declinação magnética, etc.
Todas as cartas indicam os seus referenciais para o datum e para o zero hidrográfico; em ambos os casos estes podem ser diferentes de uma carta para a outra (incluindo cartas para a mesma área de navegação), de acordo com o organismo que compilou a informação e/ou publicou a carta. A título de curiosidade, por exemplo, nas cartas portuguesas (Instituto Hidrográfico) o ZH está sempre abaixo de água, enquanto nas cartas inglesas pode ficar acima do nível do mar em algumas ocasiões.
A informação nas cartas é complementada pelos Roteiros, Lista de Faróis e Rádio Ajudas, e outras publicações, todas indicadas nas cartas.
Navegação - Náutica de Recreio, Henrique Pereira Coutinho, Xis e Êrre Estúdio Gráfico, Lda, Fevereiro de 2004 (ISBN 972-98711-1-6)
Iniciação à Navegação Marítima, Anselmo Vieira, Editorial Presença, Lisboa 1985
Referências
↑«Cartas náuticas»(PDF). Universidade Federal do Amapá. Consultado em 3 de novembro de 2013
↑D. S. Valdevino, C C A. Barbosa, T. L Vasconcelos, L.A.C.M. de Sá (julho de 2010). «Coleta de dados espaciais a partir de cartas náuticas»(PDF). III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação. Consultado em 23 de novembro de 2013 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)