Nos idos de 50, havia um bloco carnavalesco no subúrbio do Engenho de Dentro que por onde passava, empolgava e atraia muita gente. Era um Bloco de sujos, que desfilava no subúrbio Onde o Bloco passava "arrancava" as pessoas de suas casas e era uma grande festa quando esse Bloco passava. É por esse motivo que ficou decidido que o nome da nova agremiação seria Sociedade Recreativa e Carnavalesca Arranco.
O primeiro desfile do antigo bloco de sujos, Sociedade Recreativa Carnavalesca Arranco, foi organizado em 1965 (antes o bloco desfilava pelas ruas do Engenho de Dentro) na Praça Onze, passando a desfilar no primeiro grupo da Federação dos Blocos Carnavalescos da Cidade do Rio de Janeiro até a sua transformação em escola de samba. Onde o bloco passava "arrancava" as pessoas de suas casas e era feita uma grande festa. O Sr. Oscar Alves de Azevedo (falecido em 1994) foi fundador do bloco, que surgiu em 31 de dezembro de 1948.
Desta época, data uma grande rivalidade com um outro extinto bloco da região, o Vai se Quiser, que tinha as cores vermelho e branco.
O Arranco tem como data de fundação oficial o dia 21 de março de 1973, tendo com fundadores: Aynarim Manaia da Costa, Carlos Pertusier Silva, Claudir de Andrade, Djalma Ayres de Lima, Eros Mendes, Hélcio de Aguiar, Hélcio Guimarães Costa, Jocelyn Freitas Reis, Joubert Albuquerque Nascimento, Luiz Carlos Maciel, Oscar Alves de Azevedo, Sebastião Pereira, Reinaldinho Martins, Walmir da Costa Neves, Walter José da Silva, Walter Ribeiro e seu lema Lema é: Na ilusão desta Avenida, o Arranco é todo amor! e a Portela foi convidada para ser a madrinha da agremiação do Engenho de Dentro, foram adotados as cores Branca e Azul, usando como símbolo o falcão.
Em seu primeiro ano de desfile, em 1974, o Arranco apresentou o enredo “Estrela Dalva” e ficou com a sétima colocação. Logo em seu segundo ano de desfile, o ganhou seu primeiro título, com o enredo “Ajuim-obá” e surpreende a imprensa que era contra a sua criação. Desde lá , participou duas vezes do desfile principal: (1978 e 1989, sem, no entanto, conseguir se firmar no grupo.
Durante sua trajetória, a escola conquistou mais títulos: 1984 e 1988, pelo Grupo 1-B, segunda divisão; e 1996, pelo Grupo B, terceira divisão do carnaval carioca. A escola conquistou por duas vezes o prêmio Estandarte de Ouro do jornal O Globo de melhor samba do Segundo Grupo: em 1977, pelo samba “Loguns, príncipe do Efan”, e em 2006, com o samba “Gueledes, o retrato das almas.
O retorno para o Grupo A veio no ano de 2005, com a reedição do enredo “Quem vai querer?”, o Arranco balançou o sambódromo com a melhor apresentação da noite. Abertos os envelopes, o resultado foi um empate junto com a Estácio de Sá, o Arranco só ficou com o vice-campeonato após o desempate, o que não foi suficiente para ofuscar a alegria e o sentimento do título do Grupo B. Ano de grande sucesso a agremiação ganha mais 2 troféus S@mba Net: Melhor Bateria e Melhor Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Diego Falcão e Alessandra Bessa). A volta ao Grupo A inicia com a escolha de um dos melhores sambas-enredo da história.
Tido como o grande samba do carnaval 2006, contando todos os grupos das escolas de samba, a obra que musicou o enredo “Guelédés, o retrato da alma”, marca também o retorno de dois ídolos do Arranco: Sylvio Paulo e Juan Espanhol, que não concorriam há anos nas disputas de samba e juntamente com Fernandinho, Bira Só Pagode e Bola compuseram o histórico samba de 2006. O desfile foi suficiente para a permanência da escola no Grupo A, mas o sucesso desse ano foi mesmo o samba-enredo. Faturou todas as premiações possíveis de Melhor Samba Enredo: o Estandarte de Ouro; o troféu S@mba net, o troféu Jorge Lafond e o troféu do jornal Tribuna da Imprensa.
Em 2007, com uma fraca apresentação a escola foi rebaixada novamente para o Grupo de acesso B, mas o desfile teve marcas boas, como a apresentação da bateria da escola, premiada com o Troféu S@mba Net de Melhor Bateria do Grupo A. Apesar das grandes dificuldades administrativas que o Arranco teve em 2007, a escola se superou e surpreendeu a todos com a brilhante apresentação em 2008, ficando na quarta colocação, recebendo ainda o prêmio S@mba Net de melhor ala de passistas.
Para o carnaval de 2009, a escola trouxe como intérprete Leléu, vindo da Independente da Praça da Bandeira, o diretor de bateria Mestre Esteves. Naquele ano, apresentou o enredo O Arranco é todo amor... quando, desfilando já de manhã, obteve a quarta colocação, com 239 pontos.
No carnaval 2012, a escola desenvolveu um enredo sobre a dança, e acabou rebaixada para o Carnaval da Intendente Magalhães, ao cair do Grupo B para o Grupo C. No entanto com a criação da "série A", e a ascensão automática de todas as escolas do Grupo B para o segundo grupo, a escola permaneceu no terceiro grupo para 2013. Nesse ano, Severo Luzardo passou a para ocupar o posto de carnavalesco,[4] abordando em seu desfile o teatro e circo.
Em 2014, o ex-rei momo Alex de Oliveira foi o carnavalesco da agremiação,[5] desenvolvendo um enredo sobre a cidade mineira de São Lourenço.[6] Como o intérprete Lequinho iria participar do carro de som da Mangueira, o jovem Lucas Donato assumiu o microfone principal da escola nesse carnaval.[7]
Após obter o 6° lugar em 2015 com a reedição do samba-enredo de 2001, o Arranco, ao obter o 15° lugar com o enredo sobre o bairro de origem, o Engenho de Dentro, foi rebaixado para a Série C. Para 2017, a escola anunciou um enredo em homenagem à então presidente do Acadêmicos do Salgueiro, Regina Celi, ficando com o sexto lugar.
No carnaval de 2020, a escola terminou na sétima colocação ao reeditar “Guelédés, o retrato da alma”, clássico enredo de 2006, que voltou a avenida como uma homenagem ao intérprete Juan Espanhol, um dos autores do samba, que faleceu em fevereiro de 2019, uma semana antes do carnaval. Já em 2022, o Arranco homenageou o cantor Alceu Valença e conquistou o acesso à Série Ouro e a volta à Sapucaí após 10 anos ao vencer o desfile de sexta-feira na Série Prata.
Para o carnaval de 2023, o Arranco terá como enredo a história de Zé Espinguela, que realizou a primeira disputa entre escolas de samba, em 1929, na mesma rua onde atualmente está a quadra da escola. O tema é de autoria de Antonio Gonzaga, artista plástico e compositor, que vai estrear como carnavalesco. A escola ainda trouxe outros reforços como o intérprete Diego Nicolau, egresso da Unidos de Padre Miguel.[8] Com uma apresentação segura na abertura dos desfiles, a escola consegue o décimo segundo lugar na apuração.
Após o carnaval, Antonio Gonzaga se transfere para a Portela. Para seu lugar a escola contrata o carnavalesco Nicolas Gonçalves, egresso do carnaval de Guaratinguetá, com história de trabalhos bem sucedidos no Carnaval Virtual e no Carnaval de Maquete. O intérprete Diego Nicolau é dispensado e, para fazer dupla com Pâmela Falcão, o Arranco contrata Thiago Acácio, com passagem por escolas da Intendente Magalhães. Para o carnaval de 2024, o Arranco anunciou um enredo sobre a história da médica Nise da Silveira. A escola teve seu desfile elogiado por público e crítica, conquistando o Estandarte de Ouro na categoria Prêmio Fernando Pamplona. No julgamento oficial do carnaval da Série Ouro, o Arranco se classificou em décimo quarto lugar, ficando a um décimo da zona de rebaixamento. Após o desfile, o carnavalesco Nicolas Gonçalves se desliga da agremiação ao se transferir para o carnaval de São Paulo.
Para o carnaval de 2025, a escola contrata a carnavalesca Annik Salmon, desligada da Mangueira. O enredo escolhido foi "Mães que alimentam o sagrado", sobre as mães do Brasil.
"Arranco Aplausos para Exaltar a Mulher Brasileira em Primeiro Lugar" (Compositores do samba: Junior Parente, Rogério Soares, Torres, Péricles Amigos da Esquina e Luiz Carlos Russo)
"Aqua Vitae, Ignis Dei! Água da Vida, Fogo de Deus....São Lourenço Nosso Guia!" (Compositores do samba: Juan Espanhol, Fernando, Niltinho Tristeza, Rogério Soares, Juliano Centeno e Rodney)
"Pelo Engenho de Dentro, de Amores Eu Me Arranco!" (Compositores do samba: Luiz Fernando, Fábio Maciel, Nego Vinny, Alexandre Pitt e Júlio Cesar do Táxi)
"Arranco Apresenta: Regina Celi e Salgueiro - Uma História de Amor Sem Ponto Final" (Compositores do samba: Luiz Fernando, Hélio Porto, João Paulo Barros, Wallace do Cavaco)
"Por Uma Ponte ao Som do Mar, Cidade Sorriso Vamos Navegar" (Compositores do samba: Moisés Santiago, Alexandre Cabeça, Mariano Araújo, Wagner Mariano e Paulo Shell)
"Arranco Anuncia: Alceu Valença, o Rei do Frevo e do Maracatu" (Compositores do samba: Junior Fionda, Fabio Turko, Miltinho Tristeza, Rogério Santa Cruz, Alex Magno, Fagundinho e Gigi da Estiva)
"Zé Espinguela - Chão do Meu Terreiro" (Compositores do samba: Junior Fionda, Niltinho Tristeza, Antônio Carlos, Rafael Pereira, Marcelinho Santos, Alex Magno, Rogério Santa Cruz, Gigi da Estiva, Tem-Tem Jr, João Afonso, Vinicius Sarciá, Valtinho Botafogo e Diego Nicolau)
Bastos, João (2010). Acadêmicos, unidos e tantas mais - Entendendo os desfiles e como tudo começou 1.ª ed. Rio de Janeiro: Folha Seca. ISBN978-85-87199-17-1
Diniz, André (2012). Almanaque do Samba - A história do samba, o que ouvir, o que ler, onde curtir 1.ª ed. Rio de Janeiro: Zahar. ISBN978-85-37808-73-3
Gomyde Brasil, Pérsio (2015). Da Candelária à Apoteose - Quatro décadas de paixão 3.ª ed. Rio de Janeiro: Multifoco. ISBN978-85-7961-102-5