Nota: Este artigo é sobre a região da Armênia que também é chamada de "Pequena Armênia". Para a outra "Armênia Inferior" ou "Pequena Armênia" no século XI ao XIV, veja Reino Armênio da Cilícia.
Armênia Inferior (em armênio/arménio: Փոքր Հայք - Pokr Hayk), conhecida também como Armênia Menor, é uma das regiões da antiga Armênia, localizada a oeste e noroeste do território Reino da Armênia (chamado de "Armênia Maior"). A região foi depois reorganizada como Tema Armeníaco durante o Império Bizantino.
Entre os séculos XI e XIV, o termo "Armênia Inferior" (e, as às vezes, "Pequena Armênia") foi utilizado para designar principalmente o Reino Armênio da Cilícia.
Geografia
A Armênia Inferior abrangia a porção da antiga Armênia e do planalto armênio a oeste e noroeste do rio Eufrates. Ela recebeu este nome para distingui-la da porção oriental, muito maior, chamada de Armênia Maior.
História
Pré-história
Antes do século IV a.C., o território da Armênia Inferior era parte do antigo Reino da Armênia, governado pela dinastia real dos Orôntidas (Yervanduni, em armênio/arménio: Երուանդունի) que, a partir daí, passou a ser súdita do Império Aquemênida.
Depois das companhas de Alexandre, o Grande, na década de 300 a.C., conforme ruía o Império Persa, Mitrídates, um general armênio no exército persa declarou-se rei da Armênia Menor, geralmente conhecida como Reino do Ponto. Assim, dois reinos independentes emergiram do antigo território do Reino da Armênia - o Reino do Ponto e a Armênia Maior. No século III a.C., o Ponto atingiu sua máxima extensão e abrangia também territórios na costa sudeste do Mar Negro, incluindo as províncias da cidade de Trapezos, Rize e Hamshen (de onde se originam os armênios étnicos hamshenis).
As províncias da Armênia I, Armênia II, as Satrapias (futura Armênia IV) e a região da "Armênia Maior", que tornar-se ia a província da Armênia I Magna em 536, neste mapa da fronteira persa no século V.
Toda a Armênia tornou-se uma província romana por um breve período em 114 durante o reinado de Trajano, mas, logo depois que ele morreu, Adriano abandonou a região, que se tornou um reino cliente de Roma. A região foi perdida novamente ao xainxáVologases IV em 161 e, dois anos depois, o contra-ataque romano de Estácio Prisco conseguiu novamente colocar um candidato pró-Roma no trono armênio. A influência romana na região perdurou até a derrota na Batalha de Barbalisso em 253. Poucos anos depois, porém, no final do século III, Roma estava novamente no controle da região e passou a promover a cristianização da Armênia.
A Armênia Inferior foi anexada ao reino da Armênia Maior durante o reinado do rei arsácidaTirídates III em 287 e lá permaneceu até a conquista de Sapor II em 337. Na sequência, ela foi organizada como uma província plena sob Diocleciano(r. 284–305) e, no século IV, ela foi novamente dividida em duas províncias: Armênia I (Armênia Prima), com capital em Sebasteia, e Armênia II (Armênia Secunda), com capital em Melitene. Elas foram todas subordinadas à Diocese do Ponto, na Prefeitura pretoriana do Oriente.
Em 536, novas reformas aboliram a autonomia das satrapias romanas além do Eufrates e toda a região da Armênia foi reorganizada em quatro novas províncias plenas. A região oriental da Armênia Inferior ("Armênia Interior") foi fundida com partes do Ponto Polemoníaco e da Armênia I para formar a Armênia I Magna ou Primeira Armênia (que, confusamente, também é chamada de "Armênia Maior", que não deve ser confundido com a Armênia Maior), governada por um procônsul; as antigas províncias da Armênia I e Armênia II foram redivididas em Armênia II e a nova Armênia III; as antigas satrapias romanas (Satrapiae) além do Eufrates formaram a nova Armênia IV[1].
Depois disso, a porção da Armênia Inferior que ainda estava sob controle bizantino passou a fazer parte do Tema Armeníaco. A população permaneceu majoritariamente armênia durante todo o período, mas já romanizada.
A população cristã da Armênia Menor continuou a existir na região até o Genocídio Armênio de 1915-1923. Alguns armênios ainda vivem na região, mas já convertidos ao islamismo por influência otomana, principalmente no século XVII[3].
Conforme listado no Notitia Dignitatum. A administração provincial foi reformada e as dioceses foram fundadas por Diocleciano(r. 284–305) por volta de 293. As prefeituras pretorianas foram criadas depois da morte de Constantino(r. 306–337). O império foi definitivamente dividido depois de 395. Os exarcados de Ravena e da África foram criados depois de 584. Extensivas perdas territoriais no século VII e as províncias restantes foram reorganizadas no sistema temático por volta de 640-660, embora na Ásia Menor e em partes da Grécia, elas sobreviveram subordinadas aos temas até o início do século IX.