A Diocese do Oriente ou Diocese do Leste foi uma diocese do Império Romano Tardio que incorporava as províncias do Oriente Médio Ocidental, entre o mar Mediterrâneo e a Mesopotâmia. Durante a Antiguidade Tardia, foi uma das principais áreas comerciais, agrícolas, religiosas e intelectuais do império, e sua localização estratégica frente o Império Sassânida e as indisciplinadas tribos do deserto deu importância militar excepcional. Sua capital foi Antioquia, e seu governador tinha o título especial de conde do Oriente (em latim: comes Orientis , da classe homem espectável (vir spectabilis) e mais tarde homem glorioso (vir gloriosus)) ao invés do ordinário vigário. A diocese foi criada após as reformas de Diocleciano (r. 284–305) e foi subordinada à Prefeitura pretoriana do Oriente.[1][2]
A diocese incluía originalmente todas as províncias do Médio Oriente do império: Isáuria, Cilícia, Chipre, Eufratense, Mesopotâmia, Osroena, Síria, Celessíria, Fenícia, Palestina Prima, Palestina Secunda, Arábia e as províncias egípcias de Egito, Augustâmica, Tebaida, Líbia Superior e Líbia Inferior, que foram posteriormente destacadas e agrupadas na nova Diocese do Egito no reinado de Valente (r. 364–378). Durante o curso do século IV, várias províncias foram divididas, resultando nas novas províncias de Cilícia I e Cilícia II, Síria Prima e Síria Salutar, Fenícia Prima e Fenícia Libanense (leste do Monte Líbano), Palestina I, Palestina II e Palestina Salutar (ou Palestina III). A última criação da nova província data do reinado do imperador Justiniano (r. 527–565), quando Teodória, a região em torno de Laodiceia, foi separada da Síria I (538). Por volta do mesmo período, Chipre foi separado e tornou-se parte de uma nova super província, o Questorado do exército.[2]
Em 535, como parte de suas reformas administrativas, Justiniano aboliu a diocese, e o conde do Oriente tornou-se o governador provincial da Síria I, enquanto manteve seu antigo título de homem espectável e seu salário. A área inteira da antiga diocese ficou sob ocupação sassânida nos anos 610 e 620, durante a guerra bizantino-sassânida de 602-628. Logo após a vitória bizantino na guerra e a recuperação da região, foi novamente perdida, desta vez permanentemente, para os conquistadores muçulmanos: pelos anos 640, Cilícia formou a fronteira entre o Império Bizantino e o novo Califado Ortodoxo, enquanto o Chipre tornou-se um território disputado. Das antigas províncias da Diocese do Oriente, apenas Isáuria e partes das duas Cilícias permaneceram sob controle bizantino, agrupadas sob o novo Tema Anatólico.[2]
Lista de condes do Oriente
Referências
Bibliografia
- Bury, John Bagnell (1923). History of the Later Roman Empire: From the Death of Theodosius I to the Death of Justinian. Londres: MacMillan & Co. ISBN 0-486-20399-9
- Giftopoulou, Sofia (2005). «Diocese of Oriens (Byzantium)». Encyclopaedia of the Hellenic World, Asia Minor. Foundation of the Hellenic World
- Kajdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press
Províncias romanas tardias (séculos IV-VII) |
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História |
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Conforme listado no Notitia Dignitatum. A administração provincial foi reformada e as dioceses foram fundadas por Diocleciano (r. 284–305) por volta de 293. As prefeituras pretorianas foram criadas depois da morte de Constantino (r. 306–337). O império foi definitivamente dividido depois de 395. Os exarcados de Ravena e da África foram criados depois de 584. Extensivas perdas territoriais no século VII e as províncias restantes foram reorganizadas no sistema temático por volta de 640-660, embora na Ásia Menor e em partes da Grécia, elas sobreviveram subordinadas aos temas até o início do século IX. |
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