Uma primeira versão do programa foi concebida em 1956,[1] sob o nome A Praça da Alegria (1956-1978), criada por Manuel de Nóbrega. Possuía um cenário simples e simultaneamente muito prático: um senhor sentado num banco de uma praça, por onde iam passando vários personagens. A versão estreou na televisão em 1956 no canal TV Paulista,[2] sendo comandado por seu criador até o começo dos anos 70. Até então, a atração já passou pela TV Record[3][4] e TV Rio,[5] até o falecimento de Manuel da Nóbrega em 1976. Após um tempo fora do ar, voltou a ser exibida em 1977-1978 pela Rede Globo,[6] desta vez apresentada por Luís Carlos Miele.[7][8]
Em 1987, o programa foi recriado na Rede Bandeirantes com o título Praça Brasil, apresentado pelo filho de Manuel, Carlos Alberto de Nóbrega. Após apenas quatro episódios, Carlos Alberto se transferiu para o SBT, onde montou um novo programa no mesmo formato, com o nome A Praça É Nossa.[9] Na emissora de Silvio Santos, o humorístico estreou em 7 de maio de 1987,[10] permanecendo até o presente momento.
A cidade de Peruíbe, no litoral de São Paulo, foi escolhida para a edição especial em 2004, a única gravada ao ar livre, no carnaval.
No especial de ano novo, exibido em 28 de dezembro de 2023, Marcelo de Nóbrega, filho de Carlos Alberto, comandou o programa que não contou com a presença do titular devido ao fato do mesmo ter realizado uma cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro, apesar desse ter gravado um vídeo tranquilizando os fãs através de uma esquete no começo da atração.[11] Além de Marcelo, os próprios personagens também apresentaram a edição do dia. Essa foi a única edição da Praça desde a sua estreia que não teve a presença de Carlos Alberto.[12]
Passagem pela Globo
Em 1977, um ano após a morte de Manuel de Nóbrega, a Rede Globo voltou a exibir o programa, como forma de homenagear seu criador.
O primeiro Praça da Alegria teve direção de Mário Lúcio Vaz, e os seguintes foram dirigidos por Carlos Alberto Loffler. Carlos Alberto de Nóbrega, filho de Manuel de Nóbrega, era o responsável pela redação final do programa.[13]
O tema de abertura da Praça da Alegria era o mesmo das versões anteriores: "A Praça", composta por Carlos Imperial e gravada por Ronnie Von.[14]
Agora, quem ocupava seu banco era Luís Carlos Miele,[15] que contracenava com os personagens antológicos do programa, que ainda, conservavam intacto seu apelo popular como Pacífico: figura alucinada que contava histórias mirabolantes e bordões nonsenses como “Ô cride!”. Bizantina Escatamáquia Pinto, mais conhecida como Velha Surda (Rony Rios): uma senhora meio míope e surda que importunava o humilde Apolônio (Viana Júnior), confundindo tudo o que ele dizia. Já passaram pela praça, como por exemplo: Catifunda (Zilda Cardoso), uma ladra carismática que não tinha vergonha de contar suas histórias (trambiques), enquanto fumava um charuto e reclamava da concorrência desleal dos “colegas de profissão”, o leitor mal-humorado e semi-analfabeto interpretado por Walter D'Ávila, o garoto vestido à moda marinheiro (Simplício) que atormentava o homem da praça com suas perguntas impertinentes e seus gritos de “Ó, home!”, Cremilda, a dondoca vivida por Consuelo Leandro que se gabava das impressionantes façanhas do seu “marido Oscar”, um ricaço poderoso e o Mendigo Nobre de Jorge Loredo e Borges de Barros, que, apesar de maltrapilho, agia como um lorde. Em um dos quadros, Jô Soares aparecia no papel do alemão que, por não dominar direito o português, travava uma conversa cheia de duplo sentido com Carlos Alberto de Nóbrega.
No final de 1977 e em janeiro de 1978, além dos humoristas cariocas que contracenavam com Miéle, também os paulistas e pernambucanos passaram a participar do programa. No banco de São Paulo, o homem da praça era Carlos Alberto de Nóbrega; em Pernambuco, Aldemar Paiva.
A Praça da Alegria repetiu na TV Globo o sucesso dos tempos de Manuel de Nóbrega, mas saiu da programação em 1978. A partir de 1987, sob o comando de Carlos Alberto de Nóbrega, o programa estreou na Rede Bandeirantes, sob o nome de Praça Brasil, mas durou por pouco tempo. Depois, voltou a ser exibido pelo SBT, com o nome de A Praça é Nossa.
O programa
A estreia de A Praça é Nossa no SBT aconteceu no dia 7 de maio de 1987. Anteriormente, de 1956 a 1970, a atração passou pela Record e TV Rio até sair do ar nos anos 70. Em 1977, a Globo voltou a exibir A Praça da Alegria, que a partir de 1987, seria chamada de Praça Brasil na Bandeirantes e de A Praça é Nossa no SBT.
Ao conquistar todas as faixas etárias e classes sociais, A Praça É Nossa sempre se destacou pela diversificação em seu humor. Foram produzidos mais de mil programas inéditos. Sem contar que já desfilaram pelo banco da praça mais das, entre humoristas e comediantes, que protagonizaram o respeitável número de 250 personagens. Atualmente o programa conta com mais de 20 personagens, mesclando experientes e jovens. Entre eles estão João Plenário (Saulo Laranjeira), Renata - A Ciumenta (Renata Brás), Nina e Sangue (ambos interpretados por Marlei Cevada), Saidera (Giovani Braz), Cucurucho (Pereira França Neto), os grupos Café com Bobagem e Os Malandros (Jefferson Farias, Duca Pantaleão e Mané Marreco), Matheus Ceará, as imitações de Alexandre Porpetone, entre outros.
Há mais de 30 anos Carlos Alberto de Nóbrega comanda a atração, que também conta com a performance de Marcelo de Nóbrega, seu filho, que começou como ator e hoje dirige o programa e interpreta o Explicadinho.[21]
Em 2010 o programa inovou ao ser o primeiro programa de TV do Brasil a dar espaço a artistas de stand up regularmente.
Teatro
Em junho de 2015 foi lançado por Marcelo de Nóbrega o show Proibidão da Praça, versão teatral do programa composto por piadas feitas no humorístico que não vão ao ar por serem consideradas impróprias para a TV. O Proibidão estreou no Teatro Pikadeiro Fun House, em São Paulo, fazendo uma curta temporada, e desde então viaja pelo país todo. Atualmente o elenco do show é composto por Matheus Ceará, Giovani Braz e Eros Prado.
Personalidades que passaram pelo programa
Desde os tempos de Manuel de Nóbrega, A Praça É Nossa se destaca por revelar novos talentos do humor. E agora, com um espírito de garimpeiro, Carlos Alberto encontra várias preciosidades do humor. Ao longo de sua história no SBT, o programa A Praça é Nossa contou com estrelas do humor brasileiro que marcaram época e deixaram saudades, como Ronald Golias[22], responsável pelos personagens Pacífico, Bronco, Profeta e Professor Bartolomeu. Além de Maria Teresa,[23] que interpretou por anos A Fofoqueira e Lady Grace Benedita. E o ator Jorge Lafond, que eternizou a personagem Vera Verão.[24]
E mais artistas que já se foram, mas ainda permanecem na memória de muita gente, como: Nhô Moraes (Emílio Fingoli); O Homem do Bumbo (Lilico); Lindeza com sua gravata Cocada (Roni Cócegas);[25] O Homem de Itu (Simplício); A Mulher do Oscar e Lola, a Repórter (Consuelo Leandro); A Velha Surda, Seu Explicadinho e Philadelpho (Roni Rios);[26] Louco e Caipira (Clayton Silva), O Homem do Telefone (Canarinho) entre outros.
Alguns destes humoristas conseguem valorizar muito bem as piadas escritas pelos redatores do programa. Já outros possuem talento para escrever os próprios textos e também tiram muitas risadas do público. Mas uma coisa é fato: inúmeros humoristas já foram revelados pela Praça. Com o passar dos anos, foram aparecendo vários novos personagens e novos quadros na praça tais como: Seu Memê, Batman e Robin, Ceará, Bigode, Nina entre outros. Em 2017 estreou o personagem "Doutora Camomila", interpretado por Dalila de Nóbrega, neta de Carlos Alberto.[27]
Eugênio Bucci, ao comentar em 2002 sobre diversos programas humorísticos da TV brasileira para a Folha de S.Paulo, disse que "a qualidade do humor na TV segue baixa e estreita."[28]