Ximelá

 Nota: "Simla" redireciona para este artigo. Para a cidade norte-americana, veja Simla (Colorado).
Índia Ximelá

Simla • Shimla • शिमला

 
  Cidade  
De cima para baixo e da esquerda para a direita: lado sul do The Ridge visto da estação, Rashtrapati Niwas, Igreja de Cristo, câmara municipal, vista noturna
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Apelido(s) Rainha das Montanhas
Localização
Ximelá está localizado em: Índia
Ximelá
Coordenadas 31° 06′ 12″ N, 77° 10′ 20″ L
País Índia
Estado Himachal Pradexe
Distrito Ximelá
Prefeito Sanjay Chauhan
Características geográficas
Área total [1] 35,34 km²
População total (2011) [2] 169 578 hab.
Densidade 4 798,5 hab./km²
Altitude 2 276 m
Código postal 171 001
Prefixo telefónico 91 177
Sítio hpshimla.gov.in

Ximelá,[3] Simla ou Shimla (em hindi: शिमला) é a capital e a maior cidade do estado do Himachal Pradexe, no noroeste da Índia. É a sede do distrito homónimo e o principal centro de turismo, comércio, educação e cultura das regiões montanhosas do estado. Em 2011, a cidade tinha 169 578 habitantes,[2] o que faz dela uma das capitais estaduais da Índia com menos população. O distrito é limitado pelos distritos de Mandi e Kulu a norte, Kinnaur a leste, Solan a oeste, Sirmaur a sul e pelo estado de Utaracanda a sudeste.

A cidade, uma das mais icónicas hill stations da Ásia, foi declarada a capital de verão da Índia Britânica em 1864, substituindo nessas funções Murree (situada a nordeste de Raualpindi, atualmente no Paquistão). Depois da independência, tornou-se a capital do Panjabe e posteriormente foi declarada a capital do Himachal Pradexe. A área só começou a ser povoada no início do século XIX e passou a ser controlada pelos britânicos em 1817. O clima ameno levou os britânicos a fundarem a cidade nas densas florestas dos Himalaias. Como capital de verão, Ximelá foi palco de vários eventos políticos importantes, como a Convenção de Ximelá em 1914 e a Conferência de Ximelá em 1945. Depois da independência, foi constituído o estado do Himachal Pradexe, com a integração de 28 estados principescos. A cidade continuou a ser um centro político importante, tendo sido palco do Tratado de Ximelá de 1972, na sequência da Guerra Indo-Paquistanesa de 1971, no qual o Paquistão reconheceu a independência do Bangladexe.

O topónimo deriva da deusa hindu Xiamala Devi, uma encarnação de Cali.[4] Em 2011, o distrito abarcava o território de 19 antigos estados principescos das montanhas (hill states),[nt 1] nomeadamente Baghal, Baghat, Balsan, Bashahr, Bhajji, Bija, Darkoti, Dhami (Índia), Jubbal, Keonthal, Kumharsain, Kunihar, Kuthar, Mahlog, Mangal, Nalagar (ou Hindur), Sangri e Tharoch.[carece de fontes?]

Na cidade encontram-se vários edifícios de estilo tudorbethano e neogótico da era colonial, bem como templos e igrejas. A arquitetura colonial e a beleza natural da cidade atrai muitos turistas. As principais atrações incluem o Pavilhão do Vice-rei (Viceroy Lodge ou Rashtrapati Niwas), a Igreja de Cristo, o Templo de Jakhu, a Mall Road e o The Ridge, com estas duas últimas formando o centro da cidade.[4] O caminho de ferro Calca–Ximelá, construído pelos britânicos e inaugurada em 1903, está classificado como Património Mundial pela UNESCO, integrando o sítio "Caminhos de Ferro de Montanha na Índia".[5]

Devido à sua topografia, com grandes inclinações, Ximelá acolhe a corrida de bicicleta de montanha MTB Himalaya, considerado o maior evento do seu tipo na Ásia Meridional. Na cidade encontra-se o maior rinque de patinagem de gelo natural da Ásia Meridional. A estação de patinagem no gelo começa geralmente no início de dezembro e vai até ao fim de fevereiro. Além de ser um centro turístico, a cidade é também um polo de ensino, com várias faculdades e centros de investigação.

História

A maior parte da área ocupada atualmente pela cidade era uma densa floresta no século XVIII. Os únicos sinais de ocupação humana eram o templo de Jakhu e algumas casas dispersas.[6]

A região foi invadida por Bhimsen Thapa, o mukhtiyar (espécie de primeiro-ministro) nepalês em 1806. A Companhia Britânica das Índias Orientais tomou o controlo formal do território nos termos do Tratado de Sugauli, na sequência da guerra anglo-nepalesa (1814–1816). Num registo do diário dos irmãos Gerard, que fizeram o levantamento da área, datado de 30 de agosto de 1817, Ximelá é descrita como "uma aldeia de tamanho médio onde há um faquir que oferece água aos viajantes". Em 1819, o tenente Ross, o agente político assistente (espécie de governador) nos "estados das montanhas",[nt 1] construiu um chalé de madeira em Ximelá. Três anos mais tarde, o seu sucessor, o funcionário público escocês Charles Pratt Kennedy construiu a primeira "casa pucca"[nt 2] da região, perto do local onde atualmente se ergue o edifício da Assembleia Legislativa do Himachal Pradexe. As notícias do clima semelhante ao britânico começaram a atrair funcionários britânicos à região durante os quentes verões indianos. Em 1826, alguns funcionários tinham começado a passar todas as suas férias em Ximelá. No ano seguinte, William Amherst, o governador geral de Bengala, visitou Ximelá e ficou hospedado na Casa Kennedy. Em 1828, Lorde Combermere, o comandante-em-chefe das tropas britânicas na Índia, esteve na mesma casa. Durante a sua estadia, foi construída uma estrada com três milhas e uma ponte perto de Jakhu. Em 1830, os britânicos compraram as terras em redor aos chefes de Keonthal e de Patiala em troca da pargana[nt 3] de Rawin e de parte da pargana de Bharauli. A povoação cresceu rapidamente depois disso, passando de 30 casas em 1830 para 1 141 em 1881.[6]

Em 1832 realizou-se em Ximelá a primeira reunião política, entre o governador-geral William Bentinck e emissários do marajá Ranjit Singh. Numa carta para o coronel Churchill ele escreveu: «Ximelá está a apenas quatro dias de marcha de Ludhiana, é de fácil acesso e é comprovadamente um refúgio muito agradável das planícies ardentes do Hindoostaun (Indostão.[7]

Imagem da década de 1850 mostrando a ponte que ligava Ximelá a Chota Ximelá, construída originalmente por Lorde Combermere

A partir daí, a cidade foi visitada regularmente por governadores-gerais e comandantes-em-chefe da Índia Britânica. Muitos jovens oficiais britânicos começaram a visitar a área para socializarem com os seus superiores. Foram seguidos por senhoras que procuravam alianças matrimoniais para os seus familiares. Ximelá tornou-se uma hill station (estância de montanha) famosa pelos seus bailes, festas e outros eventos sociais. Subsequentemente foram criadas escolas residenciais para alunos das famílias das classes altas. No final da década de 1830, Ximelá tornou-se também um centro de teatro e de exposições de arte. À medida que a população crescia, foram construídos numerosos bangalôs e um grande bazar. Negociantes indianos, principalmente das comunidades sood e parsi, instalaram-se na área para satisfazerem as necessidades da população europeia crescente. Em 9 de setembro de 1844 foi lançada a primeira pedra da Igreja de Cristo. Depois foram alargadas várias estradas e foi iniciada a construção da estrada Indostão-Tibete, para a qual foi construído um túnel de 170 metros, atualmente conhecido como Túnel Dhalli, inaugurado no inverno de 1851–1852.[8] A rebelião de 1857 causou pânico entre os residentes europeus da cidade, mas esta praticamente não foi afetada pelos tumultos.[6]

Em 1863, o vice-rei da Índia, John Lawrence, decidiu mudar a capital de verão do Raj para Ximelá,[6] não obstante isso implicar a deslocação da administração duas vezes por ano entre Calcutá e a pequena cidade nas montanhas, a mais de 1 600 km e com acessos difíceis.[9] Lorde Lytton, vice-rei entre 1876 e 1880, empenhou-se em planear a cidade desde 1876, quando lá esteve pela primeira vez numa casa arrendada. Foi ele quem lançou o projeto de um "pavilhão do vice-rei" (Viceregal Lodge), que mais tarde foi construído no monte do Observatório (Observatory Hill) e que atualmente é conhecido como Rashtrapati Niwas. Um fogo limpou grande parte da área onde vivia a população nativa indiana (o "Bazar Alto", hoje conhecido como The Ridge)[10] e o planos para tornar a extremidade oriental o centro da cidade europeia forçou os habitantes indianos a ir viver para o "Bazar Médio" e "Bazar Baixo", nos socalcos abaixo das encostas íngremes do Ridge. O Bazar Alto foi terraplanado para instalar a sede do município e outros edifícios públicos, como uma biblioteca, um teatro e instalações para a administração municipal, para os voluntários militares e de polícia.

Mapa de Ximelá e Jutogue de 1911
O "Bazar Baixo" de Ximelá numa fotografia tirada entre 1887 e 1889

Durante o "Tempo Quente" (Hot Weather), Ximelá era o quartel-general do comandante-em-chefe, a sede do Exército Indiano e muitos departamentos do governo. A capital do governo provincial do Panjabe foi transferida de Murree (atualmente no Paquistão) para Ximelá em 1876. Muitas esposas e filhas dos funcionários britânicos que permaneciam nas planícies instalavam-se em Ximelá, contribuindo para formar a chamada Sociedade de Ximelá, que segundo Charles Allen foi a coisa mais semelhante a uma camada social superior que houve na Índia Britânica.[11] Para isso pode ter contribuído o facto de ser um local muito caro, com um clima ideal, por isso desejado, além de ter acomodações limitadas. Os militares britânicos, comerciantes e funcionários públicos iam para Ximelá todos os anos para fugirem ao calor durante o verão na Planície Indo-Gangética. A presença de muitos bacharéis e homens solteiros e descomprometidos, bem como a de muitas mulheres que passavam o tempo quente na cidade deu a Ximelá uma reputação de adultério ou, pelo menos boatos sobre adultério. Numa carta citada por Allen, Rudyard Kipling escreve que tinha fama de "frivolidade, boatos e intriga".[12]

O túnel do Bazar Baixo (Khachhar Surang), com 150 metros de extensão, foi construído em 1905. O túnel Elysium (atualmente conhecido com túnel de Auckland), com cerca de 37 metros de comprimento, foi construído no mesmo ano.[8] O caminho de ferro Calca–Ximelá, inaugurado em 1906, melhorou os acessos à cidade e reforçou ainda mais a sua popularidade. A linha, com 806 pontes e 103 túneis, foi considerada um feito de engenharia e ficou conhecida com a "joia britânica do Oriente"[12] e em 2008 foi incluída no sítio do Património Mundial da UNESCO "Caminhos de Ferro de Montanha na Índia".[5]

Ximelá foi a capital da província colonial do Panjabe a partir de 1871, um estatuto que manteve até ser construída Chandigar, que atualmente é a capital dos estados indianos do Panjabe e de Harianá. Quando foi formado o estado de Himachal Pradexe, Ximelá foi escolhida para a sua capital.

Depois da independência, a 15 de abril de 1948, foi formada a província do Himachal Pradexe, resultante da fusão de 28 pequenos estados principesco nos contrafortes dos Himalaias ocidentais, conhecidos conjuntamente como Shimla Hills States (governados por príncipes feudais ou zaildars) e quatro "estados de montanha" do sul do Panjabe. O estado de Bilaspur, formado pouco depois da independência foi integrado no Himachal Pradexe em 1954, o qual se tornou um Território da União em 1956. Em 1971 tornou-se o 18.º estado indiano, após alguns ans antes lhe terem sido anexados diversas áreas da região histórica do Panjabe.[13]

Em Ximelá conservam-se muitas lembranças do domínio britânico na Índia, nomeadamente edifícios como o antigo Pavilhão do Vice-rei, a Casa Auckland, a Igreja de Cristo, o castelo de Gorton, a câmara municipal e o Teatro Gaiety.[14] O Peterhoff original, outra residência do vice-rei, foi destruído por um fogo em 1981. Atualmente, o nome é usado por um hotel de luxo que pouco ou nada tem a ver com o edifício original. A Ximelá britânica estendia-se por cerca de dois quiómetros ao longo da "serra" (The Ridge) entre os montes Jakhu e Prospect. O eixo central era o Mall, uma avenida ou estrada que se estende ao longo do Ridge, com a Mall Extension para sul. A circulação de quaisquer tipos de veículos era proibida no Mall, exceto para o vice-rei e a sua esposa.[carece de fontes?]

Geografia

Fotografia panorâmica de Ximelá tirada entre 1887 e 1889

Ximelá situa-se nos maciços sudoeste dos Himalaias, a uma altitude média de 2 206 m, ocupando uma cumeeira de sete montes (Inverarm Hill, Observatory Hill, Prospect Hill, Summer Hill, Bantony Hill, Elysium Hill e Jakhoo Hill). O ponto mais alto (2 454 m) é o cimo do Jakhoo Hill. A cidade tem aproximadamente 9,2 km de comprimento no sentido leste-oeste.[carece de fontes?]

A cidade situa-se numa Zona IV (de alto risco de estragos) do zoneamento de riscos sísmicos da Índia. As técnicas de construções deficientes e população crescente reforçam os riscos numa zona de elevado risco sísmico.[15] Não há corpos de água perto de Ximelá e o rio mais próximo, o Sutle, passa a 21 km da cidade. Outros rios que atravessam o distrito, mais longe da cidade, são o Guiri e o Pabar, ambos afluentes do Yamuna.

A cintura verde do plano diretor de Ximelá cobre 414 hectares.[12] As principais florestas na área da cidade e arredores são compostas de pinheiros, cedros-do-himalaia (deodaras), carvalhos e rododendros.[16] A degradação ambiental devida ao número crescente de turistas sem infraestruturas adequadas para os suportar resultou na perda de popularidade como destino de ecoturismo.[17] Outra causa de preocupação crescente na região são os deslizamentos de terra que ocorrem frequentemente depois de chuvas fortes.[18]

Clima

O clima de Ximelá é do tipo subtropical de montanha (Cwb segundo a classificação de Köppen-Geiger). É moderadamente frio durante o inverno e ligeiramente quente durante o verão,[19] com as temperaturas médias extremas ao longo do ano oscilando entre os -4 °C e os 31 °C.[20] No verão a temperatura varia entre 19 e os 28 °C e no inverno entre -1 e 10 °C. A precipitação média mensal varia entre 15 mm em novembro e 434 mm em agosto. Tipicamente é de cerca de 45 mm por mês durante o inverno e primavera e cerca de 175 mm em junho, quando a monção se aproxima. A precipitação média anual é 1 575 mm, substancialmente inferior à que se regista em outras hill stations, mas bastante superior à registada nas planícies indianas. A queda de neve, que no passado ocorria principalmente em dezembro, tem vindo a verificar-se desde o final do século XX sobretudo en janeiro e início de fevereiro.[21] Até à década de 1990 era frequente que a cidade ficasse praticamente paralisada devido à neve por mais de duas semanas, o que deixou de se verificar, havendo anos em que não há queda de neve dois dias sucessivos. Em janeiro de 2013 registou-se o maior nevão dos últimos anos, tendo caído 63,6 cm de neve em dois dias.[22]

Dados climatológicos para Shimla
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 21,4 22,6 25,8 29,6 32,4 31,5 28,9 27,8 28,6 25,6 23,5 20,5 32,4
Temperatura máxima média (°C) 9,3 10,3 14,5 19,8 23,0 23,8 21,3 20,5 20,4 18,9 15,4 11,9 17,5
Temperatura mínima média (°C) 1,7 2,4 6,1 10,8 13,6 15,1 14,6 14,2 12,9 10,5 7,0 4,0 9,5
Temperatura mínima recorde (°C) −10,6 −8,5 −6,1 −1,3 1,4 7,8 9,4 10,6 5,0 0,2 −1,1 −12,2 −12,2
Precipitação (mm) 53,0 63,8 68,9 61,3 83,8 185,3 333,0 296,7 148,7 36,3 22,5 21,4 1 374,6
Queda de neve média (cm) 42 43 7 0 0 0 0 0 0 0 0 7 99
Dias com chuva 4,5 5,3 5,9 4,6 6,3 10,1 17,2 16,2 8,8 2,2 1,5 1,8 84,5
Dias com neve 4,2 4,2 1,4 0 0 0 0 0 0 0 0,1 1,3 11,2
Fonte: Departamento Meteorológico da Índia (recordes até 2010; neve 1990–2010)[23][24][25]

Demografia

Segundo os dados do censo de 2011, a cidade ocupava uma área de 35,34 km² e tinha 169 578, 55% do sexo masculino e 45% do sexo feminino; densidade: 4 798,5 hab./km².[1][2] A aglomeração urbana de Ximelá tinha 171 817 habitantes.[26] A taxa de analfabetismo na cidade era 6,4% na cidade e 5,9% na área metropolitana.[2] A maior parte da população é natural do Himachal Pradexe. A maior faixa etária é a dos 16–45 anos, que representa 55% da população; 28% da população tem menos de 16 anos. A relação entre sexos nos jovens (930 raparigas para cada 1000 rapazes) é preocupante e bastante inferior à média do estado do Himachal Pradexe (974—1000).[carece de fontes?]

A área urbana cresceu consideravelmente desde a fundação da hill station colonial. Estendeu-se desde Hiranagar até Dhalli num dos lados e de Tara Devi até Malyana no outro lado. Em relação aos dados do censo de 2001, em 2011 a população cresceu 19,3% e a área urbanizada 80,8%.[27][28] À população fixa à que juntar uma população flutuante de cerca de 75 000 pessoas, devida principalmente a empregos sazonais no setor turístico.[28] A taxa de desemprego na cidade desceu de 36% em 1992 para 22,6% em 2006, devido principalmente à industrialização e ao crescimento dos setores de serviços e de conhecimento.[29]

A língua franca em Ximelá é o hindi, que é também a mais falada e a mais usada para fins oficiais. O inglês é falado por uma parte considerável da população e é a segunda língua oficial. Além do hindi, são também muito usadas línguas pahari, faladas pelos paharis, que constituem a etnia predominante. O panjabi predomina entre os imigrantes de origem panjabe, grande parte deles refugiados ou descendentes de refugiados do Panjabe Ocidental que se instalaram na cidade após a Partição da Índia em 1947.

Em 2011, a maioria da população era hindu (93,5%). As minorias religiosas mais numerosas são as dos muçulmanos (2,29%), siques (1,95%), budistas (1,33%) e cristãos (0,62%).[2] Nos últimos anos tem vindo a aumentar a imigração de muçulmanos, especialmente provenientes do Utar Pradexe.[carece de fontes?]

Economia

O funcionalismo público e o setor turístico ocupam a maior parte da população ativa de Ximelá.[30] A população restante ocupa-se principalmente na educação e na horticultura. Além de ser o polo principal de transportes e comércio da região, a cidade é também um centro médico, que dispõe de uma faculdade de medicina e quatro hospitais principais.[31] O plano de desenvolvimento prevê tornar Ximelá um destino de turismo de saúde.[30] A hotelaria é uma das principais fontes de rendimento.[32]

As instituições de ensino de Ximelá sempre foram conhecidas pela sua qualidade. Entre as diversas escolas superiores, destacam-se a Universidade Himachal Pradexe e o Instituto Indiano de Estudo Avançado (IAAS). O governo está a tentar promover a tecnologia, nomeadamente a tecnologia de informação como a nova área para crescimento e desenvolvimento,[33] apesar de ainda não haver muitas empresas que se tenham instalado em Ximelá.

Transportes

A cidade é servida por autocarros urbanos e suburbanos, bem como por táxis. Devido às grandes inclinações, os auto-riqexós, muito comuns na generalidade da Índia, são relativamente raros em Ximelá. A circulação de veículos privados é proibida no Mall, Ridge e zonas comerciais adjacentes. Há boas ligações rodoviárias com as principais cidades do Norte da Índia. A estrada NH 22 liga a cidade a Chandigar.

O Aeroporto de Ximelá (IATA: SLV, ICAO: VISM) situa-se em Jubarati, a 23 km do centro da cidade.[34] O aeroporto internacional mais próximo é o de Chandigar, situado a 116 km de Ximelá.

A linha ferroviária Calca–Ximelá, de via estreita, está registado no Livro Guinness dos Recordes como a linha com o maior ganho de altitude na distância de 96 km[35] Além da estação principal, chamada Ximelá, existem estações em Summer Hill e Totu (ou Jutogh).

Cultura, desporto e atrações turísticas

Em Ximelá ocorrem vários festivais,[36] entre os quais se destaca o Festival de Verão de Ximelá, organizado todos os anos desde a década de 1960 durante o pico da estação alta de turismo, em maio ou junho, durante três ou quatro dias no Ridge. O programa inclui espetáculos de música com artistas locais e de toda a Índia, exposições de flores, fotografia, moda, artesanato, gastronomia, atividades desportivas para adultos e crianças, etc.[37][38][39]

A cidade tem vários locais para visitar, como o Mall e o Ridge, dois dos locais favoritos de passeio no centro. A maior parte dos edifícios antigos conservam a sua arquitetura tudorbethana e neogótica da era colonial. Entre os mais famosos e mais monumentais destacam-se o antigo Viceregal Lodge (Pavilhão do Vice-Rei) ou Rashtrapati Niwas, onde atualmente funciona o Instituto Indiano de Estudo Avançado e o Wildflower Hall, atualmente um hotel de luxo. No museu do estado, inaugurado em 1974,há coleções de pinturas, joalheria e têxteis da região.[carece de fontes?]

Na cidade há vários templos, que atraem devotos das localidades em volta. O templo Kali Bari, dedicado à deusa hindu Cali, situa-se perto do Mall. O Templo de Jakhu situa-se no ponto mais alto da cidade.[40] O Sankat Mochan, um templo dedicado ao deus hindu Hanuman, é famoso pelos numerosos macacos que se vivem nas suas proximidades. Situa-se na estrada para Kalka, a 10 km de Ximelá. O templo vizinho de Tara Devi é um local de prática de rituais e onde se realizam alguns festivais. Outros locais de culto de destaque incluem a gurdwara (templo sique) junto ao terminal de autocarros e a Igreja de Cristo, situada no Ridge. Esta última é a igreja mais antiga de Ximelá e a segunda mais antiga do Norte da Índia.[nt 4] De estilo neogótico, foi consagrada ao culto anglicano em 1857.[42]

O Lakkar Bazaar, um mercado que se prolonga para além do Ridge, é conhecido pelo artesanato de madeira. A 55 km de Ximelá, há uma estância termal, Tatta Pani, onde se acredita que as correntes de água quente sulfurosa situadas nas margens do rio Sutlej têm propriedades medicinais.[carece de fontes?]

O artesanato de Ximelá é muito apreciado pelos turistas. As peças vão desde peças de joalheria a esculturas, passando por xailes bordados, roupa de couro, tapetes, mantas de lã e peças de madeira, como pequenas caixas, utensílios, relevos, etc. Na região de Ximelá abundam os pinheiros e cedros-do-himalaia, cuja madeira é usada para artesanato e foi extensamente usada em todos os edifícios principais da cidade.[carece de fontes?]

Ximelá dispõe de um rinque de patinagem de gelo, alegadamente o único rinque natural da Ásia,[43] onde decorrem competições desportivas estaduais e nacionais. O Clube de Patinagem no Gelo de Ximelá, que administra o rinque, organiza todos os anos em janeiro um carnaval, que inclui um concurso de roupa de fantasia e patinagem artística. Devido aos efeitos do aquecimento global e ao desenvolvimento urbano em redor da cidade, o rinque tem vindo a diminuir o número de dias que está aberto nos últimos invernos. A lã de ovelha é usada para fabricar tapetes, mantas e xailes, com belos motivos florais e outros. Nas peças bordadas incluem-se lenços, leques, luvas, chapéus, etc. As peças de couro incluem sapatos, chinelos e cintos.[carece de fontes?]

Devido à sua topografia, com grandes inclinações, Ximelá acolhe a corrida de bicicleta de montanha MTB Himalaya, considerado o maior evento do seu tipo na Ásia Meridional.[carece de fontes?] Fora da cidade encontra-se o campo de golfe de 18 buracos de Naldehra, o mais antigo do seu género da Índia.[44] Perto de Ximelá há três estâncias de esqui: Kufri, Mashobra e Narkanda. A mais popular é a de Kufri, situada cerca de 13 km a leste de Ximelá.[45] Mashobra fica à mesma distância, mas ligeiramente para nordeste. Narkanda fica cerca de 70 km a nordeste e é uma das estâncias de esqui mais antigas da Índia.[46]

Educação

A cidade tem 14 anganwadis[nt 5] e 63 escolas primária.[28] Há várias escolas fundadas durante a era britânica. Alguns dos Colégios internos da cidade geridos por religiosos foram fundados durante o período colonial britânico. Entre eles estão a Bishop Cotton School (masculino), a St. Edward's School (masculino), a Auckland House School, a Shimla Public School, Tara Hall (feminino) e os conventos do Sagrado Coração (feminino) e de Jesus e Maria (Chelsea; feminino).

Há duas faculdades de medicina em Ximelá — o Indira Gandhi Medical College e o Dental College. A Universidade de Himachal Pradexe (HPU) está sediada em Ximelá; dela fazem parte, entre outras faculdades e institutos, a Himachal Pradexe University Business School (HPUBS) e o University Institute of Information Technology (UIIT). Há também uma universidade privada, a Alakh Prakash Goyal Shimla University. A National Academy of Audit and Accounts, uma escola superior de formação de funcionários do Indian Audit and Accounts Service, um organismo que controla as contas dos governos central e estaduais da Índia.

No Viceregal Lodge funciona o Instituto Indiano de Estudo Avançado (IAAS), um centro residencial de investigação em ciências humanas, cultura indiana, religião e ciências naturais. Outra instituição de investigação de Ximelá é o Central Potato Research Institute, membro do Indian Council of Agricultural Research (ICAR).

Ximelá tem duas bibliotecas públicas estatais, que juntas têm mais de 47 000 livros. A que funciona no edifício Gandhi Bhavan da universidade tem mais de 40 000 livros. A segunda, igualmente instalada num edifício histórico do Ridge, tem cerca de 7 000 livros.[47]

Notas

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Shimla», especificamente desta versão.
  1. a b Hill States ("estados das montanhas" ou "estados dos montes") era a designação dos pequenos estados principescos (princely states) situados junto às fronteiras do noroeste da Índia britânica.
  2. O termo pucca housing ("habitação pucca") ou pukka housing, usado na Ásia Meridional, refere-se a construções feitas para serem sólidas e duráveis, usando materiais como pedra, tijolo, cimento ou madeira.
  3. Parganas ou pergunnahs eram subdivisões administrativas do Sultanato de Déli, Império Mogol e Índia Britânica. Encontravam-se sobretudo, mas não apenas, nos reinos muçulmanos.
  4. É comum apontar a Igreja de São João de Meerut, construída em 1819, como a igreja mais antiga do Norte da Índia. No entanto, em Deli, que fica apenas 65 km a sudoeste de Meerut, a Igreja Batista Central de Chandni Chowk foi construída em 1814.[41]
  5. Os anganwadis são centros rurais de cuidados maternais e infantis da Índia.

Referências

  1. a b «Census of India 2011. District Census Handbook, Shimla» (PDF) (em inglês). The Registrar General & Census Commissioner. www.censusindia.gov.in. Consultado em 23 de julho de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 16 de junho de 2016 
  2. a b c d e «Census of India 2011. Shimla City Census 2011 data» (em inglês). The Registrar General & Census Commissioner. www.censusindia.gov.in. Cópia arquivada em 5 de abril de 2016 
  3. Correia, Paulo (Verão de 2020). «Toponímia da Índia — breve análise» (PDF). Bruxelas: a folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 4. ISSN 1830-7809. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  4. a b «Tourism Information» (em inglês). Site oficial do distrito de Shimla, Governo do Himachal Pradexe. hpshimla.nic.in. Consultado em 23 de julho de 2016. Arquivado do original em 5 de março de 2016 
  5. a b Mountain Railways of India. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 23-7-2016.
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