A Usina Hidrelétrica de Sobradinho está localizada nos municípios de Sobradinho e Casa Nova, estado da Bahia, a 40 quilômetros das cidades de Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco) e distante, aproximadamente 470 quilômetros do complexo hidroenergético de Paulo Afonso. A usina tem uma potência instalada de 1,05 milhão de quiloWatts (ou 1 050 megawatts) e conta com 6 máquinas geradoras.[1] A Usina está posicionada no rio São Francisco a 748 km de sua foz, possuindo, além da função de geração de energia elétrica, a de principal fonte de regularização dos recursos hídricos da região.[2]
Projeto
O aproveitamento Hidrelétrico de Sobradinho está instalado no grande Rio São Francisco, principal rio da região nordestina, com área de drenagem de 498.968 km², bacia hidrográfica da ordem de 630.000 km², com extensão de 3.200 km, desde sua nascente na Serra da Canastra em Minas Gerais, até sua foz em Piaçabuçu (Alagoas) e Brejo Grande (Sergipe).[2]
O reservatório de Sobradinho tem cerca de 320 quilômetros de extensão, com uma superfície de espelho d’água de 4 214 quilômetros quadrados e uma capacidade de armazenamento de 34,1 bilhões de metros cúbicos em sua cota nominal de 392,50 metros, constituindo-se no décimo maior lago artificial do mundo em espelho d'água[nota 1] e o maior do Brasil. Garante, assim, através de uma depleção de até doze metros, juntamente com o reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, em Três Marias, Minas Gerais, uma vazão regularizada de 2.060 m³/s nos períodos de estiagem, permitindo a operação de todas as usinas da CHESF situadas ao longo do Rio São Francisco.[2]
Compreendem o represamento de Sobradinho as seguintes estruturas:
Barragem de terra zoneada com 12.000.000 de metros cúbicos de maciço, altura máxima de 41 m e comprimento total de 5,6 km.
Casa de força com 6 unidades geradoras acionadas por turbinas Kaplan com potência unitária de 175 mil quilo-Watts, totalizando 1,05 mil quilo-Watts.
Vertedouro de superfície e descarregador de fundo dimensionados para extravasar a cheia de teste de segurança da obra.
Tomada d’água com capacidade de até 25 metros cúbicos por segundo para alimentação de projetos de irrigação da região.
Eclusa
Incorpora-se a esse aproveitamento uma eclusa de propriedade da Companhia das Docas do Estado da Bahia (CODEBA), cuja câmara tem 120 m de comprimento por 17 de largura, permitindo às embarcações vencerem o desnível de 32,5 metros criados pela barragem, garantido assim a continuidade da tradicional navegação entre o trecho do Rio São Francisco compreendido entre as cidades de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) - Petrolina (PE).
Após mais de dois anos fechada a eclusa voltou a operar em março de 2021, sob responsabilidade do DNIT. Todo o sistema ainda passou por um amplo processo de revisão e manutenção, que incluiu as comportas de enchimento e esvaziamento, sistema da iluminação, poços de drenagem e esgotamento, portas da eclusa, entre outros.[3]
Linha de transmissão
A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com 09 transformadores monofásicos de 133,3 MVA cada um, que elevam a tensão de 13,8 kV para 500 kV.
A partir daí a conexão com o sistema de transmissão da CHESF é efetuada através da subestação seccionadora de Sobradinho 500/230 kV.