O Tupolev Tu-22M (Russo: Туполев Ту-22М; designação da OTAN: Backfire) é uma aeronave supersônica de geometria variável, bombardeiro estratégico e marítimo de longo alcance desenvolvido pela Tupolev Design Bureau. De acordo com algumas fontes, acreditava-se que o bombardeiro fosse designado Tu-26 ao mesmo tempo.[1] O seu único operador atual é a Força Aérea Russa que, até 2021, mantinha 66 destas aeronaves no serviço ativo.[2][3]
Durante a Guerra Fria, o Tu-22M foi operado pela Força Aérea Soviética (VVS) em um papel de bombardeio estratégico e pela Aviação Naval Soviética (Aviacija Vojenno-Morskogo Flota, AVMF) desempenhando um papel anti-transporte marítimo de longo alcance.[4]
A primeira vez que o Tu-22M foi utilizado em combate foi no Afeganistão, vendo bastante ação entre 1987 e 1988, bombardeando posições mujahidin durante o Cerco de Khost. A partir de outubro de 1988, pelo menos dezesseis Tu-22M3 foram utilizados para dar cobertura para as tropas soviéticas que se retiravam do território afegão. Sua última ação neste conflito foi uma operação sobre o Passo de Salang, em outubro de 1989. Na última década da União Soviética, o Tu-22M sofreu com problemas operacionais, a maioria ocasionados pela manutenção deficiente e falta de provisões, com muitas aeronaves ficando até meses sem conseguir voar.[5][6][7] A produção dele continuou até 1993.
A Rússia e os demais membros da Comunidade dos Estados Independentes herdaram 370 Tu-22M soviéticos. A Ucrânia, que possui cerca de 60 destas aeronaves, abriu mão da maioria delas, com os Estados Unidos ajudando-os a desmantela-los. A Aviação Naval Russa também abriu mão de sua frota, deixando apenas a força aérea russa como a única utilizadora do Tu-22M. Em 1995, os russos utilizaram este avião em combate para bombardear Grozny na Guerra da Chechênia.[8] Em 9 de agosto de 2008, um Tu-22MR foi abatido por um míssil de um sistema anti-aéreo Buk-M1 durante a Guerra Russo-Georgiana.[9] Em 2017, dezenas de Tu-22M foram transferidos para a Síria, onde participaram da intervenção russa na guerra civil local.[10][11]
Durante a invasão russa da Ucrânia de 2022, vários Tu-22M3 foram utilizados para bombardeio convencional sobre cidades ucranianas (como Mariupol) e também para lançamento de mísseis balísticos (como o hipersônico Kh-47M2 Kinzhal). Em dezembro de 2022, um Tu-22M3 (identificado como RF-34110) das Forças Aeroespaciais da Rússia foi danificado seriamente por um drone suicida ucraniano na base aérea de Dyagilevo.[12] Em 20 de agosto de 2023, na Base aérea de Soltsy-2 (na banda ocidental do Oblast de Novgorod), dois Tu-22M3 foram atingidos por drones suicidas ucranianos, com uma das aeronaves sendo completamente destruída.[13][14]
Imagens
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Um esquadrão de Tu-22M3 na base aérea de Dyagilevo, no oeste da Rússia.
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Dois Tu-22М3 russos atacando alvos na Síria, em 2017.
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Um Tu-22M3 decolando com pós-combustão em 2021.
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Um Tupolev Tu-22M3 russo decolando da base de Ryazan Dyagilevo.
Referências
- ↑ Healey, John K. (Janeiro–Fevereiro de 2004). «Retired Warriors: 'Cold War' Bomber Legacy». Air Enthusiast (109). pp. 75–79. ISSN 0143-5450
- ↑ Hoyle, Craig (26 de setembro de 2014). «Kings of the swingers: Top 13 swing-wing aircraft». Flightglobal.com. Consultado em 27 de setembro de 2014. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2014
- ↑ «The B-21 and H-20 Mean the Age of Flying Wing Bombers Has Arrived». 19fourtyfive.com. 20 de maio de 2022
- ↑ «The Tupolev Tu-22 "Blinder" & Tu-22M "Backfire"». 5 de março de 2012. Consultado em 12 de janeiro de 2018
- ↑ Velovich, Alexander (7–13 de agosto de 1991). «Spares deficit grounds Tu-22s» (PDF). London, UK: Reed Business Information. Flight International. 140 (4279): 17. ISSN 0015-3710. Consultado em 31 de maio de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 3 de agosto de 2016
- ↑ Velovich, Alexander (6–12 de novembro de 1991). «Soviet AF wanted Tupolev prosecuted over Blackjack». Londres, Reino Unido: Reed Business Information. Flight International. 140 (4292): 21. ISSN 0015-3710. Consultado em 31 de maio de 2016. Cópia arquivada em 3 de agosto de 2016
- ↑ «BACKFIRE BOMBERS IN CHINA» (PDF). Dtic.mil. Consultado em 16 de agosto de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 11 de outubro de 2017
- ↑ Goebel, Greg. «The Tupolev Tu-22 "Blinder" & Tu-22M 'Backfire'». Vectorsite.net. Cópia arquivada em 5 de março de 2012
- ↑ Chang, Felix K. (13 de agosto de 2008). «Russia Resurgent: An Initial Look at Russian Military Performance in Georgia». Consultado em 7 de outubro de 2008. Cópia arquivada em 14 de outubro de 2008
- ↑ Cenciotti, David (17 de novembro de 2015). «25 Russian long-range strategic bombers in action over Syria for the very first time». The Aviationist. Consultado em 24 de novembro de 2015. Cópia arquivada em 20 de novembro de 2015
- ↑ «Tu-22M3 bombers' presence in Syria aims to stabilize situation, says Russian lawmaker». TASS. 25 de maio de 2021. Consultado em 26 de maio de 2021
- ↑ Ricardo Meier (6 de dezembro de 2022). «Russian Tu-22M and Tu-95 bombers hit by suspected Ukrainian drone strikes». airdatanews.com (em inglês). Consultado em 6 de dezembro de 2022
- ↑ «Ukrainian drone destroys Russian supersonic bomber». BBC News. 22 de agosto de 2023. Consultado em 22 de agosto de 2023
- ↑ Cole, Brendan (19 de agosto de 2023). «Russia blames Ukraine for drone attack on military airfield». Newsweek. Consultado em 20 de setembro de 2023
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