Tito Vínio

Tito Vínio
Cônsul do Império Romano
Consulado 69 d.C.

Tito Vínio (em latim: Titus Vinius; 1269 (57 anos)) foi um senador e general romano eleito cônsul em 69 com o imperador Galba, de quem era um dos principais aliados.

Primeiros anos

Plutarco[1] conta diversas histórias sobre os primeiros anos de Vínio, todas detrimentais. Segundo ele, quando Vínio era jovem e estava servindo como legado militar na Panônia, por volta de 39, ele trouxe a mulher do governador Caio Calvísio Sabino até o acampamento à noite disfarçada de soldado e manteve relações sexuais com ela nos aposentos do general.[2][3] Ele foi preso por isto por Calígula, mas acabou solto quando ele foi assassinado.

Mais tarde, segundo Plutarco e Tácito, num jantar para o qual havia sido convidado pelo imperador Cláudio, Vínio roubou um cálice de ouro. Cláudio soube do fato e o convidou para jantar novamente na noite seguinte. Quando Vínio chegou, Cláudio fez com que seus servos colocassem à sua frente apenas talheres e pratos de terracota ao invés de prata, o que o deixou constrangido. Ainda assim, Tácito, que em outra parte de seu relato o chama de "o mais inútil dos homens", afirma que ele foi governador da Gália Narbonense e governou a província dentro de uma estrita integridade.

Cônsul

Vínio era comandante de uma das legiões na Hispânia Tarraconense quando Galba era governador da província.[4] Quando ele foi proclamado imperador em 68, depois da morte de Nero, Vínio o acompanhou até Roma[5] e foi escolhido como seu colega de consulado para o ano seguinte. Vínio rapidamente passou a exercer enorme influência e, segundo os relatos, ele, Cornélio Laco, o prefeito da Guarda Pretoriana, e o liberto Icelo Marciano virtualmente controlavam o imperador e ganharam o apelido de "os três pedagogos". Segundo Suetônio e Plutarco, Vínio era excepcionalmente ganancioso e estava disposto a fazer qualquer coisa em troca de um suborno. Ele protegeu Tigelino, acusado de ter corrompido Nero depois da Conspiração Pisoniana, em troca de uma grande soma em dinheiro.[6]

Apoio a Otão e morte

No começo de 69, Galba precisava escolher um herdeiro. Vínio apoiou Otão[7] depois de ter firmado com ele um acordo pelo qual ele se casaria com sua filha[8] e conseguiu que Vitélio fosse nomeado governador da Germânia Inferior.[9] Quando Vínio e Galba iniciaram seu consulado, o imperador inesperadamente escolheu Lúcio Calpúrnio Pisão Liciniano como filho adotivo e herdeiro aparente, o que provocou um conflito entre os dois.[10] Em 15 de janeiro, Otão, furioso, convenceu a Guarda Pretoriana a proclamá-lo imperador em revolta aberta contra Galba. Dado o tumulto nas ruas de Roma, Vínio aconselhou Galba a permanecer monte Palatino[11] e a armar seus escravos para que pudessem defendê-lo. Laco e Icelo, porém, o aconselharam a sair para a rua e mostrar seu rosto ao povo. Galba seguiu o conselho dos dois e foi assassinado pelos pretorianos. Vínio tentou fugir gritando que Otão não havia ordenado a sua morte, mas foi trespassado por uma lança e morreu.[12][13]

Ver também

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Tibério Cácio Ascônio Sílio Itálico

com Públio Galério Trácalo
com Nero V (suf.)
com Caio Belício Natal (suf.)
com Públio Cornélio Cipião Asiático (suf.)

Galba II
69

com Tito Vínio
com Ano dos quatro imperadores

Sucedido por:
Vespasiano II

com Tito I
com Caio Licínio Muciano II (suf.)
com Quinto Petílio Cerial Césio Rufo I (suf.)
com Quinto Júlio Cordino (suf.)
com Lúcio Ânio Basso (suf.)
com Caio Lecânio Basso Cecina Peto (suf.)


Referências

  1. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba
  2. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba 12
  3. Dião Cássio, História Romana 59,18,5
  4. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba 4,6
  5. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba 12,3; 13,1.
  6. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba 17,3
  7. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba 21
  8. Kenneth Wellesley. Year of the Four Emperors. [S.l.]: Routledge. pp. 17–. ISBN 978-1-134-56227-5 
  9. Suetônio, Vidas dos Doze Césares, Vida de Vitélio 8,1
  10. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba 27,4
  11. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba 26,1
  12. Cornelius Tacitus (1770). The Works of Tacitus. [S.l.]: J. and F. Rivington. pp. 12– 
  13. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Galba 27,7

Ligações externas