Tomando-se uma lista finita qualquer de números primos:
Pode-se mostrar que existem números primos que não estão nessa lista. Da seguinte maneira:
Sendo o produto de todos os números primos na lista:
E sendo
Então, pode ser primo ou não:
Se q é primo então há pelo menos um número primo a mais que não está listado.
Se q não é primo, então algum fator primop divide q. Esse fator p não está na nossa lista L: se estivesse, ele dividiria P (pois P é o produto de todos os número na lista); mas como sabemos, p divide P + 1 = q. Então, para não deixar resto, p teria que dividir a diferença entre os dois números, que é (P + 1) − P ou seja, 1. Mas não existe número primo que divida 1, assim haveria uma contradição, logo, p não pode estar na lista. Isso significa que pelo menos mais um número primo existe além dos que estão na lista.
Isso prova que para qualquer lista finita de números primos, há um número primo que não está na lista. Portanto, existem infinitos números primos.
É muitas vezes erroneamente relatado que Euclides provou esse resultado por contradição, iniciando pela suposição de que o conjunto inicialmente considerado contém todos os números primos, ou que contém precisamente os n menores primos, ao invés de qualquer conjunto finito arbitrário de números primos.[2]
Demonstração por contradição
Suponhamos que o conjunto dos números primos seja finito:
Assim, tomemos o número tal que:
Note que não é divisível por nenhum elemento de pois o resto da divisão é sempre 1.
Assim, é outro número primo ou é um número composto cujos fatores são números primos que não estão na lista.
Logo, nossa suposição inicial não tem lugar.
Assim, o conjunto dos números primos não é finito. O que prova o Teorema.
Exemplos
Se o conjunto que aparece na demonstração do teorema for constituído dos primeiros números primos, então as fatorações de para alguns valores de são as seguintes:
A primeira igualdade é dada pela fórmula para a série geométrica em cada termo do produto. Para mostrar a segunda igualdade, distribua o produto sobre a soma:
No resultado, todo o produto de primos aparece exatamente uma vez e pelo teorema fundamental da aritmética essa soma é igual a soma de todos os inteiros.
A soma na direita é a série harmônica, que diverge. Portanto o produto na esquerda deve divergir também. Como todos os termos do produto são finitos, o número de termos tem de ser infinito; então, existem infinitos números primos.