São Roque é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
O turismo “bate volta” é muito importante na cidade. Pessoas de toda a região no raio aproximado de 100 km visitam a cidade semanalmente onde usufruem de belos passeios, restaurantes variados e dos vinhos, licores, destilados, alcachofra e doces produzidos na cidade.
História
Fundada na segunda metade do século XVII pelo bandeirante Pedro Vaz de Barros - mais conhecido como Vaz-Guaçu - a cidade surgiu de uma enorme fazenda e uma capela por ele erigida no local. A capela - então localizada onde hoje é a Praça da Matriz - foi levantada em devoção a São Roque por ventura com o intuito de não ser perseguido ou investigado por pratica de judaísmo.
Pedro Vaz de Barros e filho de Jerônimo Pedroso e Joana Vaz de Barros Cristãos Novos nascidos em Lisboa Portugal. A fazenda tinha por objeto o cultivo de vinhedos e de trigais, utilizando-se mão-de-obra indígena e mais tarde, de escravos africanos. Pouco depois da criação dessa fazenda, o irmão de Pedro Vaz - Fernão Paes de Barros, também veio a se instalar em São Roque, nos mesmos moldes que seu irmão, fundando uma fazenda e uma capela, contudo em louvor a Santo Antônio.[8]
A capela original a São Roque, bem como as igrejas barrocas que a sucederam no Largo da Matriz foram derrubadas e sucessivamente "modernizadas", assim como todo o entorno paisagístico do Largo da Matriz. Ao que consta, até a década de 1940, o Largo da Matriz era formado por um conjunto arquitetônico barroco, tendo a sua volta casarões.
Antes de ter sido elevado à condição de vila em 1832, o povoado foi declarado freguesia de Santana de Parnaíba, no ano de 1764. Em 1864, é elevado à categoria de município. Entre 1872 e 1875, é inaugurada a Santa Casa de Misericórdia e a estação da Estrada de Ferro Sorocabana. No final do século XIX, tem sua economia impulsionada pela chegada de imigrantes italianos.[8]
Em 8 de abril de 1834, é criado o I Cartório de Protesto de Notas e Títulos. O fórum judicial é criado em 15.04.1873, com a instalação de dois ofícios judiciais. Um ano depois, é criado o 1º Cartório de Registro de Imóveis. Em 01.01.1889, é instalado o Primeiro Ofício do Registro Civil das Pessoas Naturais. Em 1893, é instalado o 2º Cartório de Protesto de Notas e Títulos.[9]
Ao que consta, essas melhorias foram levadas a cabo em função da influência político do Sr. Antônio Joaquim da Rosa, o Barão de Piratininga, importante personalidade são-roquense, e ao que consta, amigo pessoal do Imperador D. Pedro II.[10] O Barão de Piratininga chegou, inclusive, a ser nomeado presidente da província de São Paulo no ano de 1869.[11]
Em 1890, o industrial italiano Enrico Dell'Acqua funda a BRASITAL, uma das primeiras indústrias têxteis do Brasil, a qual funcionou até meados dos anos 1970. Hoje, faz parte do patrimônio público municipal, abrigando um centro cultural e educativo, bem como a biblioteca municipal.[12]
A primeira tipografia da cidade é criada pelos irmãos Boccato, que passam a editar um semanário chamado "O Democrata". O jornal foi fundado em 1 de maio de 1917.[13] O primeiro ginásio da cidade, a escola "Horácio Manley Lane" foi fundada em 1947.[14]
Geografia
Topografia
O município de São Roque localiza-se numa região de morfologia bastante acidentada, atingindo 1200 metros de altitude em alguns locais, e caindo para 600 metros em outros. Pontos destacados de maior altitude podem ser citados, como:
Alto da Serra - Estrada da Aeronáutica: 1.100 metros de altitude;
Morro do Saboó: cerca de 1.000 metros de altitude (visível de áreas de municípios vizinhos);
Morro do Sky Mountain Park: cerca de 1.200 metros de altitude.[15]
Clima
O clima de São Roque é o subtropical Cwa, segundo a classificação climática de Köppen, com média no mês mais quente, fevereiro, de 30 °C e média no mês mais frio, julho, de 15,5 °C e a média de precipitação anual é de 1352mm, geadas ocorrem em praticamente todos os invernos. Em 17 de julho de 2000, São Roque registrou uma temperatura de -3 °C, segundo o governo do estado de São Paulo.
A Jundiá Transportadora Turística[16][17][18][19][20] é a empresa que opera as linhas de ônibus no município. Todas as rotas municipais saem no terminal urbano localizado aos fundos da Estação Rodoviária, e atendem toda a zona urbana e os bairros rurais, além de Mailasqui, São João Novo, Canguera e ao Catarina Fashion Outlet.
A cidade também conta com vários pontos de táxis localizados na área central e na Estação Rodoviária.
Já o transporte intermunicipal é operado por duas empresas: Rápido Luxo Campinas[21] (para Sorocaba, Mairinque, Alumínio, Ibiúna e Araçariguama[22], pela EMTU) e Viação Danúbio Azul[23] (para Itapevi, Pirapora do Bom Jesus, Vargem Grande Paulista, Cotia e Araçariguama, todas incluindo a última pela ARTESP, devido ser uma linha de viagem parcial -VP- entre São Roque e Pirapora do Bom Jesus). Todas as linhas operam em um terminal suburbano localizado ao lado da Estação Rodoviária. A Viação Cometa opera linhas rodoviárias (para São Paulo, Sorocaba, Itapetininga, Santos, São Vicente, Praia Grande e Mongaguá). Assim, por meio de transporte coletivo, somente é possível chegar à cidade por meio de ônibus, o qual é operado por duas linhas, uma via Castelo Branco passando por Araçariguama, que leva uma hora e vinte minutos e outra via Raposo Tavares passando por Cotia e Vargem Grande Paulista, que leva duas horas, dependendo da fluência do trânsito nas Marginais Tietê e Pinheiros.
O município é ligado à capital do estado por meio de duas rodovias, a Raposo Tavares SP-270 e a Castelo Branco SP-280. A primeira também liga São Roque a Sorocaba, o centro econômico regional mais importante da região. Existe uma ferrovia ligando São Roque a São Paulo e a Sorocaba: trata-se da Linha Tronco da antiga Estrada de Ferro Sorocabana. [24] A ferrovia, contudo, hoje em dia, está desativada na região, já que o transporte de passageiros foi extinto no ano de 1999, após a privatização da companhia proprietária da linha férrea, a companhia estadual FEPASA.[25]
Comunicações
No setor de telefonia a cidade foi atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) até 1973, quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que inaugurou a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi vendida para a Telefônica, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações[26][27].
Turismo
São Roque é conhecida como a Terra do Vinho, pois possui em seu território diversas vinícolas, que produzem os mais variados tipos de vinho. Pode-se fazer gratuitamente o famoso Roteiro do Vinho, com degustação dos vinhos e produtos da região[28]. Um dos principais eventos é a vindima, época de colheita e pisa da uva, em que as vinícolas de São Roque promovem festas e eventos gastronômicos. A vindima acontece uma vez ao ano, entre janeiro e feveiro.
Antigamente, anualmente, no mês de outubro, a cidade promovia a "Expo São Roque", exposição que reúne produtores de vinhos, uvas e alcachofras, com o objetivo de vender os seus produtos diretamente para o consumidor final[29] (desde a pandemia de Covid, o evento ainda não voltou a acontecer).
Digna de ser visitada é a reserva ecológica conhecida localmente como "Mata da Câmara", um parque municipal no qual se pode admirar a vegetação natural da Mata Atlântica, com suas típicas orquídeas, bromélias, etc. A área faz parte do chamado "cinturão verde da Mata Atlântica", reconhecido como patrimônio natural da humanidade pela UNESCO[30].
São Roque também abriga a "Casa e a Capela do Sítio Santo Antonio", um bem cultural de relevância nacional, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional IPHAN no ano de 1941. A casa-grande foi edificada no século XVII, no ano de 1681, pelo bandeirante Fernão Paes de Barros. Trata-se de conjunto arquitetônico de natureza singular, formado por uma casa-grande e uma capela feitas em taipas de pilão, sendo a mais antiga da região. Um dos primeiros a reconhecer seu valor arquitetônico e histórico foi o escritor modernista Mário de Andrade- cuja família doou o imóvel ao Patrimônio Histórico Nacional após sua morte, conforme desejo do escritor.[31]
↑IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010
↑ ab«Estimativa populacional 2020 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2020. Consultado em 4 de setembro de 2020
↑Relatorio com que s. exc. o sr. senador barão de Itauna passou a administração da provincia ao exm. sr. commendador Antônio Joaquim da Rosa, 3.o vice-presidente. São Paulo, Typ. Americana, 1869.:http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/1009/000002.html. Última visita em 08.08.2008.