Silves foi, durante diversos séculos, a capital do actual Algarve, nomeadamente durante o domínio muçulmano, assim como no período da expansão marítima portuguesa.[5] Pertence à rede das Cidades Cittaslow.[6]
Nos últimos anos o número de turistas que visitam o município tem vindo a aumentar de forma substancial, destacando-se nomeadamente como destino de turismo de cultura.[7] Silves é uma das cidades mais antigas de Portugal.[8][9][10]
O povoamento da região data desde o Paleolítico, sendo esta uma área de assentamento de povos, como os Cónios e os Célticos. Posteriormente, durante o domínio romano, chamar-se-ia Cilpes, nome que surge em algumas moedas romanas cunhadas nesse local no século I a.C.. Um dos espécimes encontrados apresenta no obverso o nome CILPES entre duas espigas deitadas e no reverso um cavalo a galope, para a esquerda. Os vestígios romanos estão presentes um pouco por todo o município silvense.[1]
Com a queda do Império Romano, e as invasões dos povos germânicos, Silves foi integrada no reino dos Visigodos, no século V. As primeiras fortificações erguidas no Castelo de Silves podem ter tido origem no período romano, sobre um castro lusitano ou mais tarde pelos Visigodos.
O aspeto de Xelb por volta de 1230 foi notavelmente reconstituído pelo artista plásticoVictor Borges num conjunto de painéis.
A primeira tentativa da reconquista de Silves, por parte de D. Sancho I, teve início nos começos de 1189, com o auxílio de uma frota de cruzados nórdicos,[5] principalmente dinamarqueses, e de frísios, dos Países Baixos. Posteriormente, o rei português interceptou uma nova frota de cruzados que ia caminho da Terra Santa. Logrou firmar um acordo com estes: a troco da ajuda prestada, poderiam saquear a cidade. Esta nova vaga de soldados era composta por ingleses, alemães e flamengos.[5] A esquadra, constituída por trinta e seis navios de alto bordo e por aproximadamente três mil e quinhentos soldados fortemente armados, partiu do Tejo a 16 de Julho, chegando a Silves quatro dias depois. Sancho I intentou a conquista de Silves, à qual impôs um duro sítio que durou até 3 de Setembro. O rei português prestou-se a grandes esforços que visavam impedir que os guerreiros estrangeiros se entregassem a grandes matanças. Não obstante, o resultado do cerco e dos ataques provou-se desastroso; uma considerável porção da população foi morta e a cidade fortemente pilhada e destruída.[5] Alguns dos sobreviventes partiram rumo a Sevilha, onde encontraram refúgio.[5] Dois anos depois, o miramolim de Marrocos retomou-a, passando-a novamente para as mãos dos mouros que por mais meio século voltariam a controlá-la.[5] Em 1242, D. Paio Peres Correia reconquistou-a definitivamente para os portugueses, no reinado de D. Afonso III.[2]
Em 1266, D. Afonso III concede o foral Afonsino a Silves. Nos séculos seguintes a cidade teve uma relevância acentuada na expansão marítima, tendo o Infante D. Henrique sido recebido como alcaide-mor da cidade em 1457, na qual viveu antes de se ter mudado para Lagos e depois para Sagres.[12]
Em 1495, D. João II morreu inesperadamente em Alvor, próximo a Silves, e seu corpo foi provisoriamente sepultado na capela-mor da Sé. Em 1499, com a presença de D. Manuel em Silves, os restos de D. João II foram exumados e transladados ao Mosteiro da Batalha, onde foram sepultados definitivamente. Esse evento é recordado por uma lápide com inscrições góticas localizada na capela-mor da Sé e possivelmente pela construção da Cruz de Portugal, situada já fora do centro da cidade.[13] O sismo de 1755,[14] a reanimação dos portos de Lagos e Tavira, assim como as actividades norte-africanas, afectaram enormemente a cidade de Silves,[5] que só no século XIX começou a recuperar a sua importância, graças principalmente ao desenvolvimento industrial. No final deste século e principalmente no século XX, devido à construção do caminho de ferro e à abertura de importantes estradas, Silves inicia a sua recuperação e ascensão, tornando-se nessa altura numa importante zona agrícola e um centro de produção de frutos secos e de indústria corticeira.[15][16] Silves foi, em séculos passados, capital do Algarve, perdendo esse estatuto em parte devido ao assoreamento do rio Arade, acontecimento esse que diminuiu alguma da sua importância portuária e, por conseguinte, económica.[5] Segundo José Hermano Saraiva, Silves foi, durante o domínio muçulmano, uma colónia de iemenitas.[5] A cidade de Silves tem cinco monumentos nacionais.[3][4]
Freguesias
O município de Silves está dividido em 6 freguesias:
De acordo com os dados do INE o distrito de Faro registou em 2021 um acréscimo populacional na ordem dos 3.7% relativamente aos resultados do censo de 2011. No concelho de Silves esse acréscimo rondou os 1.8%.
Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram:
★★ De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente
Economia
Em Silves, e de uma forma geral todo o município silvense e no restante Algarve, domina essencialmente o sector terciário, onde o comércio é complemento do turismo.[5] A cidade de Silves historicamente sempre teve um sector secundário dinâmico, caracterizado pela indústria corticeira (possuiu fábricas de cortiça existentes na sua malha urbana), indústria de grande relevo na região algarvia.
Em 2011 (censos), Silves, a par de Albufeira, Portimão, Aljezur, Lagoa e São Brás de Alportel, eram os municípios com maiores taxas de atracção da região do Algarve, com valores superiores a 12%.[6]
A cidade de Silves possui escolas do ensino básico primário e secundário - Escola EB 2,3 Doutor Garcia Domingues, Escola Secundária de Silves (considerada uma das melhores do Algarve[18][19]) e jardins de infância.
Possui também uma instituição de ensino superior - Escola Superior de Saúde Jean Piaget, que ministra cursos de licenciatura, mestrado e pós-graduação no âmbito do Ensino Superior Politécnico, em áreas como Enfermagem, Fisioterapia, Osteopatia, e Serviço Familiar e Comunitário, entre outras.[7]
Outros Equipamentos:
- Fissul (Pavilhão de Feiras e Exposições de Silves).
Silves sempre foi uma cidade bastante ligada ao desporto. Sobretudo ao maior clube desportivo da cidade e do município - o Silves Futebol Clube (fundado em 1919).[9] O município ainda possui outros clubes desportivos como o Clube de Futebol "Os Armacenenses" (localizado em Armação de Pêra) e, em São Bartolomeu de Messines, a União Desportiva Messinense.
Outros desportos também têm alguma relevância, como a natação, que se desenvolveu bastante com a construção das Piscinas Municipais de Silves - uma instalação desportiva de referência no município, não só pela dimensão e qualidade do edifício em si, mas sobretudo pela quantidade de utilizadores que movimenta diariamente em torno de um conjunto de actividades orientadas ao dispor da população e que se dividem nas seguintes áreas:
Escola Municipal de Natação;
Ginásio;
Sala de Fitness;
GAF – Gabinete de Avaliação do Perfil de Saúde e da Atividade Física.[10]
José Diogo de Mascarenhas Neto (1753-1824), natural de Alcantarilha, então freguesia do concelho de Silves, foi um notável magistrado, funcionário público e político. Superintendente Geral das Calçadas e Estradas, foi responsável pela construção da primeira estrada Lisboa-Porto e deve-se-lhe a organização dos primeiros serviços postais modernos (posta-restante, etc.) e a identificação dos números das casas em cada rua (números de polícia).
Bernardo Loureiro Marques (Silves, 21 de Novembro de 1898 — Lisboa, 28 de Setembro de 1962) foi um distinto pintor, ilustrador e artista gráfico.
José da Ponte (1954 - 2015) - baixista, compositor e produtor musical português.
Corina Freire (1897- 1986) - foi uma cantora lírica soprano, atriz, professora de canto, compositora de marchas populares e empresária teatral portuguesa.