Do topo esquerdo: O lago Polífito e a parada da associação cultural de Sérvia. A prefeitura de Sérvia. A ponte Polífito. A igreja bizantina de São Demétrio. A garganta de Sérvia. O interior da Igreja dos Santos Anárgiros, a igreja-caverna dos Santos Teodoros e a Montanha Canvúnia.
Sérvia foi fundada na Antiguidade com o nome de Fílacas. Foi rebatizada com seu nome atual pelos romanos em data desconhecida. Foi utilizada por romanos e bizantinos por séculos como forte de passagem entre a Macedônia e Tessália. Apesar de permanecer sob controle bizantino até o século XIV, foi intercaladamente conquistada pelos poderes beligerantes dos Bálcãs, notadamente búlgaros, sérvios e finalmente otomanos. Os últimos, por sua vez, mantiveram controle sobre Sérvia até 1913, quando foi cedida junto da Macedônia para o Reino da Grécia segundo o Tratado de Bucareste.
Próximo ao sítio da vila da Sérvia, ao lado da antiga ponto que atravessou rio Haliácmo, Alan John Bayard Wace descobriu um sítio arqueológico que recebeu seu nome e seria escavado por Walter Heurtley em 1930.[3] Entre 1971 e 1973, em decorrência dos projetos de criação do Lago Polífito, Aikaterina Rhomiopoulou e Cressida Ridley realizaram escavações de salvamento no sítio. Nele foram escavados artefatos que remontam do Neolítico Médio (5 000 a.C.) ao Neolítico Tardio e então a Idade do Bronze Antiga, embora tenha sido identificado um lapso temporal de aproximados 1000 anos entre a última e penúltima fases devido ao abandono do sítio.[4][5]
O sítio é um monte baixo criado por detritos de fases sucessivas de ocupação humana, começando no Neolítico Médio antes de 5 000 a.C.. Os edifícios quadrados e retangulares, de um ou dois andares, foram enquadrados com massivos postes de carvalho e os muros foram criados com pau a pique. A clássica cerâmica vermelho em creme dessa fase[6] está intimamente relacionada com aquela encontradas nos sítios de Sesclo e Aquileu.[4]
Durante a Antiguidade, o sítio de Sérvia serviu como forte de passagem entre a Macedônia e Tessália e, por isso, receberia seu nome atual. O nome de Sérvia deriva do verbo latino servo, que significa "vigiar" e foi dado pelos romanos, provavelmente substituindo o antigo nome grego de Fílacas (em grego: Φυλακαί; romaniz.: Phylakaí; em latim: Phylacae).[7] O nome Fílacas é mencionado pelo historiador Plínio, o Velho e o geógrafo Ptolemeu.[8]
A cidade de Sérvia permaneceu sob controle bizantino até 1204, quando o Império Bizantino foi dividido pelos cavaleiros da Quarta Cruzada. Em 1256, o imperador de NiceiaTeodoro II Láscaris(r. 1254–1258) conseguiu reconquistá-la, que foi mantida pelo império até sua conquista pelo imperador sérvioEstêvão Uresis IV(r. 1331–1355). O imperador bizantino João VI Cantacuzeno(r. 1347–1354), em sua tentativa de retomar as província da Macedônia e Tessália, foi confrontado pelos 500 soldados sob Gregório Prealimpo que estavam aquartelados em Sérvia.[16][17] O Império Sérvio foi capaz de manter controle de Sérvia por algumas décadas, porém a perdeu em 1073 para o bizantino Aleixo Ângelo Filantropeno(r. 1373–1390). O sucessor e irmão de Aleixo, Manuel(r. 1090–1093), enfrentou as investidas do Império Otomano[18] e perdeu Sérvia em 1390 para Bajazeto I(r. 1389–1402).[7]
Período otomano e moderno
Durante o período otomano, Sérvia foi rebatizada em turco otomano como Serfiçe[19] ou Serfidze.[10] Os otomanos mantiveram controle sobre a cidade por vários séculos. Desde pelo menos o século IX, ainda durante o período bizantino, ela havia se tornado sede do bispo de Sérvia e Cozani, função que manteve até 1745, quando a sede do bispado foi transferida para Cozani.[20] Em 1864, com a criação de novas províncias imperiais nos Bálcãs, Sérvia tornar-se-ia sede de um sanjaco.[21] O exército grego entrou em Sérvia em 10 de outubro de 1912, durante a Primeira Guerra Balcânica(1912–1913), após sua vitória contra o exército otomano na batalha de Sarantáporo.[22]
No mesmo dia, 117 cidadãos proeminentes de Sérvia foram capturados e executados pelos otomanos, que estavam deixando a cidade; tal fato teria originado o nome "117 mártires nacionais" (em grego: 117 Εθνομαρτύρων; romaniz.: 117 ethomartyron) que fora dado a via que leva à prefeitura da cidade.[23] Sob o Tratado de Bucareste de 1913, a Macedônia foi incorporada ao Reino da Grécia.[24] Durante a Segunda Guerra Mundial, em 6 de março de 1943, tropas italianas atearam fogo em resposta a forte resistência enfrentada na região. Tal destruição encerrou o papel proeminente da cidade na prefeitura de Cozani.[7] Em 1998, sob comando da Associação Educacional de Sérvia, a vila recebeu o chamado Museu Folclórico de Sérvia.[25]
Clayer, Nathalie (2007). Aux origines du nationalisme albanais: la naissance d'une nation majoritairement musulmane en Europe. [S.l.]: Karthala Editions. ISBN2845868162
Curta, Florin (2006). Southeastern Europe in the Middle Ages, 500-1250 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN0521815398
Haldon, John (1999). «Fighting for Peace: Attitudes to Warfare in Byzantium». Warfare, State and Society in the Byzantine World, 565–1204. [S.l.]: Routledge. ISBN1-85728-495-X
Hammond, Nicholas Geoffrey Lemprière; Griffith, Guy Thompson; Walbank, Frank William (1972). A History of Macedonia: Historical geography and prehistory. [S.l.]: Clarendon PressA referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Heurtley, W. A. (1939). Prehistoric Macedonia. Cambridge: Cambridge University Press
Kaphetzopoulos, Ioannis; Flokas, Charalambos; Dima-Dimitriou, Angeliki (2000). The struggle for Northern Epirus. [S.l.]: Pessoal General do Exército Helênico; Diretorado da História do Exército. ISBN9607897404A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Potz, Richard; Wieshaider, Wolfgang (2004). Islam and the European Union. [S.l.]: Peeters Publishers. ISBN9042914459A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Ridley, C.; Wardle, K. A. (1979). «Rescue Excavations at Servia 1971-73: a preliminary report». Londres. Anuário da Escola Britânica de Atenas. 74A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
Savvides, Alexis G. K. (1994). «Προσωπογραφικό σημείωμα για τον Βυζαντινό στρατηλάτη Νικηφόρο Ξιφία». Βυζαντινή προσωπογραφία, τοπική ιστορία και βυζαντινοτουρκικές σχέσεις (em grego). Atenas: Κριτική Ιστορική Βιβλιοθήκη. ISBN960-218-089-7
Stojčev, Vanče (2004). Military history of Macedonia. 1. [S.l.]: Military Academy "General Mihailo Apostolski". ISBN9989134057
Soulis, George Christos (1984). The Serbs and Byzantium during the reign of Tsar Stephen Dušan (1331–1355) and his successors (em inglês). [S.l.]: Dumbarton Oaks. ISBN0-88402-137-8
Vakalopoulos, Apostolos Euangelou (1973). History of Macedonia, 1354-1833. [S.l.]: Institute for Balkan Studies
Vasilyevskiy, V. G (1909). History of the years 976-986 (em russo). [S.l.: s.n.]
Zlatarski, V. (1971). «Part II. From the Slavinization of the country to the fall of the First Empire (852—1018). VI. Struggle for independence». History of the Bulgarian state during the Middle Ages. History of the First Bulgarian Empire. 1. Sófia: Nauka i izkustvo. OCLC67080314