A revista surgiu em 1997 seguindo a fórmula da Rock Brigade.[1] Em seu discurso, a revista tem por característica trabalhar com o processo de criação e preservação da identidade do jovem ante o grupo que é fã de heavy metal.[2] A revista tem Ricardo Batalha como seu redator-chefe.[3]
Roadie Crew organiza no Brasil o Metal Battle, que é um adendo do Wacken Festival, e cuja disputa vale um contrato com a Wacken Records. Em maio de 2010 a revista completou 13 anos, com 143 edições.[4] Na metade do ano seguinte, a revista chegou ao número 150 e fez uma edição comemorativa.[5]
A circulação mensal tem em média 45.000 exemplares.
História
O nome da Roadie Crew foi escolhido como uma homenagem aos roadies, e porque o Claudio Vicentin, na época, era o roadie do Ricardo Confessori, então baterista do Angra. Essa expressão não tem um significado específico, nem tradução, mas é uma adaptação do termo “road crew” sempre presente nos créditos dos álbuns gravados ao vivo por bandas de rock e a referência ao profissional que tem um papel importantíssimo nos shows. A ideia do nome havia partido de Cíntia Diniz, futura apresentadora do Stay Heavy.
No ano de 1994, quando da realização do primeiro festival “Philips Monsters Of Rock”, em São Paulo, foi publicada a primeira edição da Roadie Crew, ainda como fanzine, motivada pelo impulso que representava aquele evento para o movimento da música “underground” no Brasil. A publicação já trazia sua característica básica, que se mantém até os dias de hoje.
A partir de então seguiram-se seis edições que já contavam com a participação do palmeirense (e fanático pelo Judas Priest) Rodney “Camarão” Christófaro (sim, primo do batera Amílcar (N.R.: baterista do Torture Squad)), dos pioneiros colaboradores Sérgio Caffé (fotos) e Tony Iron (o Toninho Sepultura-e-Santos-Até-a-Morte!), e do são-paulino não tão fanático Ricardo Batalha, um dos maiores conhecedores do cenário em todas as vertentes do rock pesado. Aliás, o Batalha que, além de ícone no circuito da música, também entende de esportes e editou publicações especializadas em artes marciais, jogou basquete e tocou bateria.
No final de 1997 foi necessário o surgimento da Roadie Crew Editora Ltda., constituída para possibilitar a profissionalização da revista, coincidindo com o lançamento do site na Internet (www.roadiecrew.com).
A edição de nº 9, tendo na capa o Iron Maiden, foi a primeira a ter distribuição em todo o território nacional e abriu as portas ao mercado externo, passando a ser distribuída também em Portugal a partir da edição 11 (capa com Igor do Sepultura e Jason Newsted do Metallica). Foi então que na edição de nº 13, que registrava a volta do Bruce Dickinson ao Iron Maiden, juntou-se ao time um dos poucos headbangers que não tem muita atração pelo futebol, o sempre engraçado, ranzinza, beatlemaníaco e fã incondicional de Black Sabbath, Vitão Bonesso.
Desde a edição nº 15 (Metallica na capa), a Roadie Crew passou a ter todas as páginas coloridas. Foi como atingir a maioridade, principalmente porque, de uma só vez, estrearam duas estrelas da companhia:
- o então garoto Leandro de Oliveira (são-paulino também), dando uma nova vida ao conteúdo da revista com seu talento para a criação na arte gráfica;
- e um outro garoto com tendências políticas radicais, sindicalista que costumava arrepiar os banqueiros com suas charges e que, na época, era um ferrenho oposicionista ao governo, mas que, com o passar do tempo, sofreu uma transformação algo inimaginável, situação com a qual eu nunca conseguiria sequer sonhar, tornou-se um governista – o cartunista multimídia, multi-revista, multi-site, uma unanimidade na cena – Marcio Baraldi.
O Ricardo “Carioca” Campos (Fluminense de coração, mas mineiro de nascimento), esteve conosco na redação desde a edição 17 e já passou por momentos de intensa emoção, como quando conversou por telefone pela primeira vez seu grande ídolo Yngwie Malmsteen. Ele confessou que essa “primeira vez” foi emocionante, mas não amarelou. Depois disso, ter contato freqüente com gente como Alice Cooper, Jon Oliva, o próprio Yngwie novamente, e muitos outros astros do Metal, tornou-se a coisa mais natural do mundo para ele que além de tudo é um talentoso músico (guitarrista) e compositor.
O André Dellamanha esteve conosco por longos anos, começou na edição 18 e sempre foi um grande companheiro de maravilhosas jornadas, excelente companhia foi o escolhido para representar todos aqueles que por aqui passaram e que, de alguma forma, deixaram coisas inesquecíveis para nós da equipe da revista e, principalmente, aos leitores.
Entramos então no novo milênio antecipando a previsão que tínhamos para converter a frequência da revista para mensal, e foi a partir de 2001 que firmamos uma sólida parceria com a empresa alemã que organiza o maior festival de Metal do mundo – o Wacken Open Air – com base em bem sucedidas experiências de coberturas anteriores com o Dynamo Open Air (1999 e 2000) e o Gods Of Metal (2000).
Um dos ex-integrantes da equipe que pode muito bem representar o nosso grupo de amigos de fora do estado é o Thiago Sarkis, que assumiu a época novo papel na redação depois de atuar como colaborador. Ele já tinha desenvolvido trabalhos marcantes, como a matéria com Jane Schuldiner (mãe de Chuck do Death) na edição 49, e, mais recentemente, produziu a entrevista com Vinnie Paul na edição 91, que fez muito fã chorar de emoção.
Nesses anos de atividades a Roadie Crew sempre foi feita por amigos, por tantos amigos que seria impossível relacionar todos que dela participaram e com ela contribuíram, num texto que pretende ser um resumo da historia da revista, mas aqueles que não tiveram seus nomes aqui citados sabem da importância que tiveram.
Prêmios
A revista foi eleita pelos usuários do site Whiplash.net como a melhor revista de rock e metal de 2005,[6] 2006,[7] 2007,[8] 2008,[9] 2009[10] e 2010.[11]
Em 2009, a revista elaborou uma lista com os Melhores Álbuns de Hard Rock e Heavy Metal de todos os tempos. Essa lista se diferencia devido a uma particularidade muito interessante: cada músico entrevistado pela revista cita quais seriam os seus cinco discos preferidos de todos os tempos, e daí esses votos são computados, gerando um top#20 com os álbuns mais citados, que seriam aqueles mais importantes segundo os próprios músicos de hard rock e heavy metal.[13]
200 Verdadeiros Hinos do Heavy Metal e Classic Rock Que Você Tem Que Ouvir Antes de Morrer
Em Abril de 2011, a revista Roadie Crew, elaborou a lista com os 200 Verdadeiros Hinos do Heavy Metal e Classic Rock Que Você Tem Que Ouvir Antes de Morrer.[14]
Segundo a própria revista, "nosso interesse não foi compilar os maiores hits, ou as canções mais famosas, mas sim as verdadeiras pérolas; aquelas que os próprios compositores têm mais orgulho de terem concebido. Portanto são músicas que não necessariamente “emplacaram”".[15]
Em Setembro de 2015, a revista Roadie Crew, em comemoração à sua 200a edição, elaborou a lista com os 60 Pesos Pesados da Bateria, elegendo o Top 50 do Mundo, e o Top 11 do Brasil.[16]
↑«Rock em revista: o jornalismo de rock no Brasil. Monografia apresentada à banca examinadora na disciplina Projeto Experimental II da FACOM da UFJF» 🔗(PDF). Rafael Machado Saldanha. Consultado em 24 de julho de 2011[ligação inativa]