Parque Amazônico da Guiana (em francês: Parc amazonien de Guyane) é o maior parque nacional da França. Visa proteger parte da floresta amazônica localizada na Guiana Francesa, que abrange 41% da região. É o maior parque da França, bem como o maior parque da União Europeia[1] e um dos maiores parques nacionais do mundo. O parque não pode ser acessado a partir da praia ou por qualquer outro meio que não seja avião ou piroga.
A área protegida abrange cerca de 20 300 km² para a área central (onde a proteção total é aplicada) e 13 600 km² para a área secundária. Assim, a área protegida total representa cerca de 33 900 km² de floresta pluvial.[2] O parque foi construído em territórios pertencentes às comunas de Camopi, Maripasoula, Papaïchton, Saint-Élie e Saül.
Um primeiro projeto foi proposto no final de 1995, mas foi rejeitado em dezembro de 1997.
Em 21 de junho de 1998, o acordo Twenké levou ao reconhecimento dos direitos dos indígenas ameríndios e dos bsinengue (maroons) que vivem dentro dos limites do futuro parque.
O projeto final foi apresentado no início de 2006. Em 6 de março de 2006, foi publicado no Diário Oficial da República Francesa o decreto relativo ao projeto do parque nacional em consideração.[3] Dentro dele, o nome do parque nacional foi mudado para Parque Amazônico da Guiana.
A criação do parque foi efetivada por decreto em 28 de fevereiro de 2007, apesar da relutância de vários protagonistas envolvidos (conselho geral e regional da Guiana Francesa). O corpo diretivo do parque se reuniu pela primeira vez em 7 de junho de 2007.[4]
Organização
O parque é um établissement public à caractère administratif (EPA), uma entidade jurídica de direito público cujo órgão central é o conselho de administração, apoiado por um conselho científico e um comitê de vida local.
Dentro da área central de 20 300 km², a proteção máxima é aplicada e a mineração de ouro é estritamente proibida. No entanto, as terras das tribos Aluku, Uaianas, Oiampis e Teko em Camopi, Maripasoula e Papaïchton não pertencem a esta área central, apesar do pedido feito por estes ameríndios antes da criação efetiva do parque. Os Teko consideraram isto uma restrição de seu livre movimento[5] e os Aluku se opuseram às restrições às suas áreas sagradas.[6]
Junto ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (que tem uma superfície semelhante à da Suíça, cobrindo cerca de 38 800 km² quadrados no Brasil), o Parque Amazônico da Guiana representa a maior área protegida de floresta pluvial do mundo.[7]
Missões
Além das missões geralmente atribuídas aos parques nacionais, o parque nacional da Guiana deve "contribuir para o desenvolvimento das comunidades de habitantes que tradicionalmente vivem da floresta, levando em conta seu modo de vida tradicional, e participar de uma série de conquistas e melhorias de ordem social, econômica e cultural no âmbito do projeto de desenvolvimento sustentável definido pela carta do parque nacional".[8]
A ação do estabelecimento público e de seus parceiros é realizada no âmbito de uma carta, um documento estratégico, aprovado por decreto de 28 de outubro de 2013.
O parque faz parte do projeto RENFORESAP (Renforcer le réseau des aires protégées du plateau des Guyanes), em associação com a Comissão de Áreas Protegidas da Guiana e os Ministérios de Desenvolvimento Regional e de Gestão de Recursos Terrestres e Florestais do Suriname, com o objetivo de alcançar uma melhor proteção da área e de sua biodiversidade até 2020 através de intercâmbios e um melhor diálogo entre estas organizações.
Espécies presentes
O parque tem 1 200 espécies de árvores (de um total de 1 700 na Guiana), sendo as mais numerosas as Lecythidaceae, Sapotaceae, Fabaceae, Burseraceae, Chrysobalanaceae e Lauraceae. Ela cobre uma grande área e inclui vários tipos de floresta com espécies diferentes, de modo que as áreas mais secas no sul contêm lianas e bambus, bem como membros da família Burseraceae, enquanto outras áreas mais úmidas contêm principalmente palmeiras de sub-bosque.[9]