A grã-duquesa era atraente, culta e inteligente, sendo considerada uma das princesas mais elegíveis da Europa. Falava várias línguas e gostava de música e de pintura.
Planos de casamento
[1] Atraente, educada, poliglota, apaixonada por tocar piano e pintar, Olga foi considerada como uma das melhores noivas da Europa. Após o casamento da sua irmã Maria, que casou com um príncipe abaixo da sua posição, os pais de Olga quiseram encontrar-lhe um esposo promissor. No entanto, havia muitos concorrentes para a sua mão, em 1838, durante a sua estadia com os seus pais em Berlim, a princesa de dezasseis anos atraiu a atenção do Príncipe Herdeiro Maximiliano da Baviera. Mas nem ela nem a sua família gostavam dele. Um ano mais tarde, o Arquiduque Estêvão tomou posse dos seus pensamentos, era filho de José da Hungria (viúvo da falecida Grã-Duquesa Alexandra Pavlovna) de seu segundo casamento. Mas esta união foi impedida pela madrasta de Estêvão, que não queria que uma princesa russa, por ciúmes da primeira esposa do Arquiduque José. Em 1840, Olga decidiu que não teria pressa em casar, disse que estava feliz por ficar em casa. O Imperador Nicolau I declarou que era livre e que podia escolher quem quisesse. A tia de Olga, a Grã-Duquesa Helena Pavlovna (esposa do Grão-Duque Miguel Pavlovich), fez um esforço para ela considerar seu irmão Príncipe Fredrico de Württemberg (1808-1870). Olga escreveu no seu diário:
"Contei tudo à minha mãe (Imperatriz Alexandra Feodorovna), horrorizada e ofegante por indignação. Ele tinha o dobro da minha idade. Ele costumava dançar com a mãe, tinha a idade dos meus pais. Tratei-o como um tio..."
Os pais começaram a procurar outro pretendente para a sua filha e interromperam no Duque Adolfo de Nassau. E isto quase levou a uma ruptura com a esposa de Miguel Pavlovich, Grã-Duquesa Helena Pavlovna, ela sonhava em casar a sua filha mais nova Isabel com ele. Nicolau I, zelando pela preservação da paz na casa imperial, decidiu que o príncipe era livre para fazer a sua própria escolha entre as primas. Mas a Grã-Duquesa Helena não tinha perdoado à sua sobrinha que tinha negligenciado o seu irmão, estava preocupada que Adolfo preferisse a sua sobrinha em detrimento da sua Isabel. Mas Adolfo, que tinha visitado à Rússia com o seu irmão Maurício, pediu a mão de Isabel Mikhailovna. O Imperador não tinha nada contra ela, mas ficou surpreendido, Maurício chamou atenção de Olga Nikolaevna. Ela escreveu:
"Era um rapaz bonito, bem construído, muito agradável na conversa, com um leve toque de sarcasmo. Rapidamente ganhou as nossas simpatias, e eu gostei dele pela sua generosidade e franqueza. ...o meu coração batia como um pássaro numa gaiola. Sempre que tentava voar para cima, caía com força."
Por vezes Olga pensava em casar com Maurício, mas recusou. Ela acreditava que a esposa devia seguir o marido, não o marido a entrar na terra natal da esposa. Ela parecia humilhada pela ideia de que Maurício fosse desempenhar o mesmo papel que o Príncipe Maximiliano de Leuchtenberg na família imperial.
Casamento
Olga conheceu o príncipe-herdeiro Carlos de Württemberg no início de 1846 em Palermo. Os seus pais queriam que ela contraísse um matrimónio dinástico, especialmente pelo facto de os seus irmãos Alexandre, Maria e Alexandra terem contraído uniões relativamente insignificantes (com Maria de Hesse e Reno, Maximiliano de Beauharnais e Frederico Guilherme de Hesse-Cassel, respetivamente). Já tinham ocorrido vários casamentos entre membros da família imperial russa e a família real de Württemberg (além do casamento entre os avós paternos de Olga): o futuro sogro de Olga, o rei Guilherme I de Württemberg, tinha-se casado com a sua tia, a grã-duquesa Catarina Pavlovna da Rússia e o seu tio paterno, o grão-duque Miguel Pavlovich da Rússia, casou-se com a sobrinha de Guilherme I, a princesa Carlota de Württemberg.
Olga aceitou a proposta de casamento de Carlos depois de poucos encontros, no dia 18 de janeiro de 1846. O casamento realizou-se com grande esplendor no dia 13 de julho desse ano em Peterhof, Rússia. O casal chegou a Württemberg no dia 23 de setembro. Viveram principalmente na Vila Berg, em Estugarda e no Kloster Hofen em Friedrichshafen.
O casal não teve filhos, provavelmente devido ao facto de Carlos ser homossexual. O marido de Olga tornou-se o centro de vários escândalos devido à sua proximidade com vários homens. O mais conhecido destes casos foi com o americano Charles Woodcock, um antigo presidente de câmara que Carlos elevou a barão Savage em 1888. Em 1863, Olga e Carlos adoptaram a sua sobrinha, a grã-duquesa Vera Constantinovna da Rússia, filha do irmão de Olga, o grão-duque Constantino.
Sem filhos seus, Olga dedicou a vida a causas sociais. Interessava-se principalmente pela educação de moças e também apoiava os veteranos incapacitados pela guerra. Em 1849, um hospital em Estugarda recebeu o nome de Olgahospital em sua honra. Também a ordem das freiras caritativas protestantes de Estugarda foi baptizadas de Olgaschwesternschaft, em 1872. Estas obras de caridade tornaram-na muito popular entre os seus súbditos, ao contrário do marido.
Olga interessava-se muito por ciências naturais e coleccionava minerais. A sua colecção foi doada ao Staatliche Museum für Naturkunde em Estugarda. O museu ainda expõe com orgulho alguns destes minerais de origem real. O seu nome também está ligado a uma formação geológica no Norte da Austrália. Em 1871, para marcar o seu 25º aniversário de casamento, Carlos e Olga elevaram o explorador australiano Ferdinand Mueller, nascido na Alemanha, a “Barão von Muller”. Ele retribuiu o elogio dando o nome da rainha a uma das suas descobertas geológicas.
Últimos anos e morte
Olga destacava-se pela sua dignidade e a sua conduta de rainha. Durante uma visita que o casal fez à Áustria em Julho de 1873, uma dama-de-companhia da imperatriz Isabel da Áustria reparou que "ele é extremamente insignificante. Ela tem um aspecto majestoso (...) a única que é rainha (...)".[2]
Em 1881, Olga escreveu um livro de memórias chamado Traum der Jugend goldener Stern (traduzido à letra, “O Sonho Dourado da Minha Juventude”), que descrevia a sua infância na corte russa, a sua dor ao perder a irmã Alexandra e a sua vida como jovem adulta, terminando com o seu casamento com Carlos. O livro foi dedicado às suas sobrinhas, as grã-duquesas Olga e Vera da Rússia.
Quando o seu marido morreu no dia 6 de outubro de 1891, Olga tornou-se na rainha-viúva de Würtemberg. Morreu um ano depois, no dia 30 de outubro de 1892 em Friedrichshafen, aos setenta anos de idade. Foi enterrada na cripta do Castelo Velho em Estugarda.
↑Marie Festetics, página do diário datada de 14 de Julho de 1873, citada em Brigitte Hamann, The Reluctant Empress, (Knopf, 1986, New York, p. 206.)
Bibliografia
“Traum der Jugend goldner Stern. Aus den Aufzeichnungen der Königin Olga von Württemberg.“ by Sophie Dorothee Podewils, Günther Neske Verlag, 1955.
“Königin Olga von Württemberg. Historischer Roman.“ by Jetta Sachs-Collignon, Stieglitz-Verlag, 1991.
“Die württembergischen Königinnen. Charlotte Mathilde, Katharina, Pauline, Olga, Charlotte – ihr Leben und Wirken.“ by Sabine Thomsen, Silberburg-Verlag, 2006.