Enquanto rei, destacou-se por empreender reformas educacionais. Em 11 de agosto de 1806 estabeleceu a primeira casa para cegos da Prússia. No ano de 1809 conferiu poderes a Wilhelm von Humboldt para fundar a Universidade de Berlim, a qual veio a mudar seu nome para Universidade de Frederico Guilherme entre 1828–1949, e depois para Universidade Humboldt de Berlim.[1] Ele refundou a Universidade de Breslávia em 1811 sob o nome de Universidade Silésia de Frederico Guilherme.[2] Em seguida fundou em 18 de outubro de 1818 a Universidade Renana de Frederico Guilherme em Bonn, também conhecida como Universidade de Bonn.[3] Além disso, empreendeu uma reforma no ensino de segundo grau que até hoje gera reflexos no sistema de educação alemão. Por fim, o ensino técnico e profissional (voltado para profissões técnicas) foi igualmente melhorado, no sentido de provocar o desenvolvimento industrial germânico.
Início de vida
Frederico Guilherme nasceu em Potsdam em 3 de agosto de 1770. Era filho de Frederico Guilherme II da Prússia, com sua segunda esposa a condessa Frederica Luísa de Hesse-Darmstadt. Ele era considerado uma criança tímida e bem reservada, que se tornou perceptível em suas conversas particulares reticentes, distinguidas pela falta de pronomes pessoais. Essa maneira de falar posteriormente passou a ser considerada inteiramente apropriada para oficiais militares. O mesmo, foi negligenciado por seu pai durante boa parte de sua infância e sofria de um complexo de inferioridade durante toda a sua vida, mágoa que carregou até o último dia de sua vida.[4]
Quando criança, o pai de Frederico Guilherme (sobre forte influência de sua amante, Wilhelmine Enke, Condessa de Lichnetau) mandou entregar o garoto aos tutores, coisa que no período era normal de ser feito. Ele passou parte de seu tempo vivendo na cidade de Paretz, a propriedade do velho soldado conde Hans von Blumenthal, que era governador de seu irmão, príncipe Henrique. Ele cresceu em parte com o filho do conde, que o acompanhou em sua Grand Tour na década de 1780. Frederico Guilherme ficou contente em Paretz, e por essa razão, em 1795, comprou-o de seu amigo e transformou o local em um importante retiro real do país. Ele era um menino bem melancólico, mas cresceu um homem piedoso e honesto. Seus tutores lhe apresentaram o dramaturgo Johann Engel.
Como soldado, recebeu o treinamento habitual de um príncipe prussiano, obteve sua posição de tenente em 1784, tornou-se tenente-coronel em 1786, coronel em 1790 e participou de campanhas contra a França de 1792-1794. No dia 24 de dezembro de 1793, Frederico Guilherme casou-se com Luísa de Mecklemburgo-Strelitz, que lhe deu 10 filhos. No Kronprinzenpalais (Palácio do Príncipe) na cidade de Berlim, Frederico Guilherme viveu uma vida civil com um casamento livre de problemas e conturbações, que não mudou quando ele se tornou Rei da Prússia em 1797, sua esposa Luísa foi amada e popular pelo povo prussiano da época, que colaborou para impulsionar a popularidade da Casa de Hohenzollern, incluindo a reputação do novo rei.[5]
Reinado
Frederico Guilherme III ascendeu ao trono no dia 16 de novembro de 1797. Imediatamente, o novo rei mostrou que tinha boas intenções, diminuindo as despesas da casa real, dispensando e demitindo os ministros de seu pai e revogando as repressivas leis do reinado de seu pai.
Frustrado com a devassidão moral e da corte de seu pai (tanto em intrigas políticas e questões sexuais), o primeiro e mais bem sucedido empreendimento de Frederico Guilherme foi restaurar a legitimidade moral e integridade da casa real. A ânsia de restaurar a dignidade de sua família foi tamanha que levou o escultor Johann Gottfried Schadow a cancelar a construção do luxuoso e caríssimo Prinzessinnengruppe, encomendado pelo seu pai, Frederico Guilherme II. Ele foi citado dizendo as seguintes palavras, que demonstrou o seu senso de dever e maneira peculiar de discurso para a época.
Guerras Napoleônicas (1803-1815)
A princípio, Frederico Guilherme e seus conselheiros (ministros) tentaram seguir uma política de neutralidade durante as Guerras Napoleônicas. Apesar de terem conseguido manter-se de fora da Terceira Coligação em 1805, Frederico Guilherme foi influenciado por sua esposa (a rainha), que liderou o partido pró-guerra da Prússia, e entrou em guerra em outubro de 1806 na famosíssima Batalha de Jena-Auerstedt, os Franceses conseguiram arrasar a eficácia e a funcionalidade do Exército Prussiano liderado por Frederico Guilherme, e o exército prussiano desmoronou inteiramente diante do La Grande Armée de Napoleão Bonaparte. Logo após esse episódio de fracasso, a família real se retira para Memel, na Prússia Oriental. Próximo da Rússia de Alexandre I da Rússia.
Alexandre também sofreu a derrota na mão dos Franceses e, em Tilsit, na Niemen, A França fez as pazes com a Prússia e a Rússia. Napoleão lidou com a Prússia de uma forma bastante dura, apesar da entrevista pessoal da rainha grávida com o Imperador Francês, que acreditava que ia suavizar o golpe da dolorosa derrota. Em vez disso, Napoleão tomou muito menos misericórdia dos prussianos que o esperado. A Prússia perdeu muito de seus territórios poloneses e lituanos, assim com todo o território ao oeste do Elba, e teve que pagar uma grande indenização e pagar as tropas francesas para ocupar os principais pontos fortes do Reino.
Embora o próprio rei estivera sendo ineficaz parecesse resignado com o destino da Prússia, vários ministros reformistas, como o Barão Heinrich Friedrich Karl vom und Stein, o príncipe Von Hardenberg, Gerhard von Scharnhost e o conde August Gneisenau, começaram a reformar a administração e as forças armadas da Prússia, com o incentivo da rainha Luísa (que acabou falecendo) assim, o rei entrou em uma profunda tristeza e depressão em 1810.
Em 1813, após a derrota de Napoleão na Rússia, Frederico Guilherme voltou-se contra a França e imediatamente assinou uma aliança com a Rússia em Kalisz, embora tivesse fugido que fugir de Berlim, que ainda estava sendo ocupada pelos franceses. As tropas prussianas desempenharam um papel fundamental e importantíssimo na vitória dos aliados em 1813 e 1814, e o próprio rei viajou com o exército principal do príncipe Schwarzenberg, juntamente com Alexandre da Rússia e Francisco I da Aústria.
No Congresso de Viena, os ministros de Frederico Guilherme III conseguiram assegurar aumentos territoriais para a Prússia como uma forma de compensação pós-guerra, embora não tivessem conseguido obter a anexação de toda a Saxônia, como eles desejavam.
Seguindo a guerra, Frederico Guilherme III voltou-se para a reação política, abandonando de vez as promessas que fizeram em 1813 para dar a Prússia uma constituição.
União Prussiana de Igrejas
Frederico Guilherme III estava determinado a unificar as Igrejas Protestantes, a homogenizar sua liturgia, sua organização e até mesmo a sua arquitetura. O objetivo de longo prazo era centralizar totalmente o controle real de todas as igrejas protestantes na União Prussiana de Igrejas. Em uma série de proclamações ao longo de vários anos, a Igreja da União Prussiana foi formada, reunindo um grupo majoritários de luteranos e o grupo minoritário de Protestantes Reformados. O principal efeito foi que o governo da Prússia tinha o controle total dos assuntos das igrejas, como o próprio rei reconhecido como o principal bispo.[6]
Em 1824, Frederico Guilherme III contrai um casamento morganático com a condessa Auguste von Harrach, princesa de Liegnitz. Eles não tiveram nenhum filho juntos.
Em 1838, o rei distribuiu grande parte de suas terras agrícolas e terras cultiváveis em Erdmannsdorf, para 422 refugiados protestantes do Zillertal austríaco (próximo do Tirol) que construíram fazendas com estilo Tirolês na aldeia da Silésia.