Ana Pavlovna era a oitava filha do czar Paulo I da Rússia e da sua consorte, a imperatriz Maria Feodorovna (nascida duquesa Sofia Doroteia de Württemberg), e, assim, recebeu o título de Sua Alteza Imperial, a grã-duquesa Ana Pavlovna da Rússia. Devido às convenções de tradução em vigor nos Países Baixos durante o século XIX, a grã-duquesa é mais conhecida neste país como Anna Paulowna.
A certa altura, o imperador Napoleão I de França, pediu Ana em casamento, mas foi rejeitado.
Biografia
No dia 21 de fevereiro de 1816, Ana casou-se na capela do Palácio de Inverno, em São Petersburgo, com o príncipe de Orange, que, mais tarde, se tornaria o rei Guilherme II dos Países Baixos. O casamento tinha sido sugerido pelo irmão da grã-duquesa, o czar Alexandre I da Rússia, em 1815, como símbolo da aliança criada entre os dois países após o Congresso de Viena. Como tinha sido decidido que nenhum membro da família Romanov devia ser forçado a casar contra a sua vontade, Guilherme foi convidado a visitar a Rússia antes do casamento, para que Ana o pudesse conhecer e aceitasse a união, o que acabou por acontecer. Ana manteve a sua fé ortodoxa russa depois do casamento. O casal permaneceu na Rússia durante um ano.
Ana ficou chocada com as diferenças que existiam entre a Rússia e o seu novo país, principalmente no que dizia respeito ao sistema de classes e a sua separação, que era muito menos severa nos Países Baixos, onde a distância entre a realeza e o público não era tão grande como na Rússia, e a grã-duquesa teve grande dificuldade para se adaptar a esta nova realidade. O casal viveu em Bruxelas até ao rebentar da Revolução Belga, vendo-se forçados a abandonar a cidade em 1830. Ana gostava muito mais de Bruxelas do que do norte, já que era mais parecida com o seu país-natal. Abriu uma escola onde mulheres e meninas pobres eram ensinadas a coser, e um hospital para soldados feridos devido à Revolução Belga.
O seu casamento foi agitado. Desde o início Ana considerava que tinha uma posição superior à de Guilherme. Em 1829, várias peças de joelharia da rainha foram roubadas e Ana desconfiou que tinha sido o seu marido o culpado, visto estar profundamente endividado e acompanhado de pessoas de quem Ana desconfiava. O adultério do rei também criou conflitos entre o casal. Viveram separadamente até 1843. Apesar de tudo, Ana foi uma mediadora entre o marido e o sogro e tentou acalmar as tensões que existiam entre eles durante conflitos políticos. De outras formas, Ana não se envolvia na política, apesar de ter convicções políticas fortes. Como pessoa, foi descrita como inteligente, sensível, leal à família e com um temperamento violento.
A 7 de Outubro de 1840, após a abdicação do seu sogro, Ana tornou-se rainha-consorte dos Países Baixos. Foi a 34.ª dama da Real Ordem da Rainha Maria Luísa em 1 de Fevereiro de 1842.
Como rainha, Ana foi digna, arrogante e distante para com o seu público. Apesar de ter aprendido a falar o idioma holandês melhor do que o marido (que tinha como língua materna o francês), a rainha seguia uma etiqueta muito severa e nunca foi muito popular. Gostava de pompa, etiqueta e de cerimónias e rituais formais. Mantinha correspondência com a mãe e com os irmãos na Rússia e estimava muito a memória do seu país natal. Criou o coro de meninos russos, onde os membros tinham de se vestir com o traje tradicional russo e diz-se que sempre permaneceu mais uma grã-duquesa russa do que a rainha consorte dos Países Baixos.
Quando ficou viúva, Ana deixou o palácio real e retirou-se dos eventos públicos, passando a ser mais discreta. Não se dava bem com a sua nora; e em 1855, tinha fortes planos para regressar à Rússia depois de entrar em conflito com o seu filho, o rei Guilherme III dos Países Baixos, mas, no fim, acabou por ficar nos Países Baixos.
Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Anna Pavlovna of Russia», especificamente desta versão.