O seu nome provém de enormes depósitos de sal que, na forma de lagoas ou "olhos", surgem nos seus glaciares.[4]. Uma outra versão é a de que um olho de água nos Andes é um manancial, uma nascente. . Assim ali seriam as nascentes do Rio Salado. Depois verificou-se que este rio nasce das geleiras do Walter Penck.[5]
Acesso
Esse vulcão já matou 100 pessoas. O cume do Ojos del Salado foi atingido pela primeira vez em 26 de fevereiro de 1937, por Jan Alfred Szczepański e Justyn Wojsznis, ambos naturais da Polónia. Para chegar ao acampamento base da montanha, é necessário o uso de veículos com tração nas quatro rodas (4x4), pois o terreno é bastante irregular e não há infraestrutura na região.
A cidade mais próxima do Ojos del Salado é Copiapó, está a 280km da base do Vulcão, é conhecida como a ante-sala do deserto de Atacama. É nesta cidade que deve ser solicitada a autorização para escalada e feitas as últimas compras, depois não existe mais nenhum apoio.
O Acampamento Base é em Laguna Verde (4300 m) onde existe um refúgio de montanha chamado Claudio Lucero, acessível em veículos normais. Ali nas redondezas existem termas com águas com mais de 40ºC. O segundo Acampamento está a 5200 metros de altitude onde também existe outro refúgio, chamado de Atacama que no momento é o último local onde se pode chegar em veículo 4x4. O último acampamento é Tejos que está a 5750 m de altitude e dispõe de seis camas e pode ser usado por quem chegar lá, desde que exista vaga. Havia uma estrada até este refúgio, porém na atualidade ela se encontra intransitável para veículos.
A ascensão ao cume é bastante difícil, indicada a quem possui experiência prévia e equipamento especial; apesar da condição quente do deserto, desde o seu acampamento base em Laguna Verde, faz bastante frio e o ar é rarefeito, no terceiro e último acampamento, Tejos (5800m) é comum temperaturas de -15ºC a 20ºC em pleno verão.
Um fator que dificulta e que deve ser considerado por qualquer montanhista que pretenda escalar o Ojos del Salado, além da sua altitude, é o trecho final que é uma escalada de rocha que terá que ser feita com equipamentos de escalada em gelo, bota dupla e excesso de roupas.
Para uma escalada segura, deve-se contratar um guia para o dia de cume, trecho muito extenso em encostas íngremes da montanha com uma finalização ainda mais arriscada no trecho de escalada em rocha que fica logo após a cratera.
No final de 2008, um dinamarquês , após chegar o cume não conseguiu descer e jamais foi encontrado o seu corpo,[6] apesar das muitas expedições de busca, inclusive com helicóptero. Este triste acidente corrobora com a ideia da contratação de um guia local.
O Ojos del Salado está localizado no início do altiplano que se estende para a Bolívia, e nesta região tem ocorrência de neve em pleno inverno. Nos anos de maior ocorrência de neve, a escalada se torna mais perigosa, deixando alguns trechos com mais de um metro de neve, cobrindo toda a via, fato que já deixou diversos montanhistas em apuros.
Para a escalada do Ojos del Salado é necessário uma permissão que é emitida pela internet através do site da DIFROL, órgão governamental chilena que cuida dos limites e fronteiras daquele país.
Geografia e geomorfologia
O Ojos del Salado localiza-se no limite sul da Puna do Atacama, ficando na província de Catamarca[7] na Argentina, a oeste da cidade de Fiambalá e na província de Copiapó no Chile, a leste da cidade de Copiapó. Apesar de ser uma região remota, com acesso a vários locais apenas por estradas de terra e caminhos para veículos 4x4, há uma estrada internacional atravessando o Passo de São Francisco (Rota 31 Chile e Rota 60 na Argentina) que fica a 20km aproximadamente a norte do Ojos del Salado, facilitando o acesso. O Ojos del Salado não forma um único cone no pico[8], sendo um maciço complexo formado por vários vulcões menores superpostos[9].
Faz parte da Zona Vulcanica Central do Cinturão Vulcânico dos Andes[10], e apesar de a última erupção ser estimada como tendo ocorrido 1300 anos atrás[11], a atividade atual reduz-se a fumarolas próximas ao cume e a existência de fontes termais de água que criam a lagoa mais alta do mundo[12], na forma do lago da cratera, a 6.480m, que cobre uma área de 6000m2 e tem fontes que atingem 40ºC de temperatura. Também existem dois lagos mais baixos, a cerca de 5900m de altitude.
Clima
Fazendo parte ainda da Puna do Atacama, o clima é extremamente árido, com precipitações na forma de neve e granizo abaixo de 500mm por ano[13]. Apesar de existirem pequenas geleiras, não há registro de movimento nas mesmas[14]. Há formação de grandes campos de penitentes, que são pequenas torres de gelo causadas pela sublimação da água em altas altitudes. Acima de 4600m a vida restringe-se a fungos e liquens[15], além de bactérias resistentes a ácidos e sais encontradas nos lagos superiores[12].
Presença humana
Há uma falta de registros de presença humana no Ojos del Salado, causados pela sua localização remota. Não há locais arqueológicos encontrados[16], que indiquem presença pré-colombiana. Após a colonização, também não há registros pelas expedições de Diego de Almagro, no século 16, que passou pelo local e nem mesmo, no século XX nas passagens de Walter Penck[17].