O Jardim dos Suplícios
O Jardim dos suplícios (em francês, Le jardin des supplices) é um romance do escritor francês Octave Mirbeau, publicado em 1899, durante o Caso Dreyfus. Octave Mirbeau : "Aos Padres, aos Soldados, aos Juízes, aos Homens, que educam, dirigem, governam os homens, dedico estas páginas de Matança e de Sangue." A novelaEsta novela, constituída de um patchwork de textos anteriores, concebidos independentemente um do outro e tendo tonalidades extremamente diferentes, é um clássico da ficção decadente. Divide-se em duas partes muito distintas. A primeira parte é uma caricatura do sistema político da Terceira República e uma crítica mordaz e direta a sociedade francesa da "Belle Époque", época abundante em corrupção. A segunda parte decorre na China, num contexto de selvajaria : o Jardim dos Suplícios da penitenciária de Cantão. A descrição das torturas, obras de arte executadas ao ar livre, no meio dum bosque e à vista dos turistas, contrasta com a beleza das flores que crescem no jardim : "Aqui é no meio das flores que se erguemos instrumentos de tortura e morte." Aquilo que inicialmente parece ser um paraíso terrestre, é, na verdade, o inferno. O inferno das sociedades opressivas e sanguinárias. O inferno da condição humana submissa à "lei do homicídio". ComentáriosO passeio pelo jardim dos suplícios serve de pretexto para Octave Mirbeau atacar a hipocrisia e a crueldade da "civilização". A novela é uma denúncia em frente às sociedades opresivas que se apoiam todas sobre o assassinato e, mais precisamente, ao colonialismo, francês e inglês, que transforma continentos inteiros em verdadeiros jardins dos suplicios. Este livro muito especial, onde se misturam as descrições de flores e de suplicios, o sexo e o sangue, é considerado uma das melhores obras da literatura decadente. Citações
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