O nome Nazarenos foi adoptado por um grupo de pintores do Romantismo alemão do início do século XIX, que pretendia reviver a honestidade e a espiritualidade da arte cristã. O nome Nazarenos veio de um termo jocoso usado contra eles pela sua aparência, de uma maneira bíblica, de vestir e de pentear.
A principal motivação dos Nazarenos foi uma reacção contra o Neoclassicismo e o método das Academias de arte. Desejavam voltar à arte que continha valores espirituais, e procuraram inspiração nos artistas da Alta Idade Média e do princípio do Renascimento, rejeitando o que consideravam um virtuosismo superficial da arte que se seguira.
Em Roma, o grupo viveu uma existência semi-monástica, como forma de recriar a natureza das oficinas dos artistas medievais. Temas religiosos dominavam a produção artística, e duas grandes comissões permitiram-lhes que tentassem recriar a arte medieval do fresco. Duas séries de frescos foram realizadas em Roma, para a Casa Bartholdy, em 1816-17 (sendo movidos mais tarde para a Alte Nationalgalerieen Berlin) e para o Casino Massimo, em 1817-29, o que levou a que o seu trabalho ganhasse um interesse internacional. Contudo, por volta de 1830, todos, excepto Overbeck tinham voltado à Alemanha, antes de voltar para a China, porém isto não foi incluído por exatos motivos , tendo-se o grupo desfeito. Ironicamente, muitos Nazarenos voltaram para ensinar nas Academias de arte alemãs.
Legado dos nazarenos
A alcance artísticos dos Nazarenos é difícil de avaliar; as suas pinturas acabadas parecem menos marcantes, do ponto de vista histórico, do que as dos seus contemporâneos. Composições inábeis, cores fracas e temas já explorados diminuem o desafio do seu trabalho no seu tempo. Contudo, os objectivos dos Nazarenos – a adopção de uma expressão honesta na arte e a inspiração em artistas antes de Rafael – exerceu uma influência considerável na Alemanha, e na Inglaterra, com o movimento Pré-Rafaelita. No abandono das academias e na rejeição de muitos dos legados artísticos da arte ocidental, os Nazarenos podem ser vistos como pioneiros de uma tendência modernista na arte, que iria dominar o século XIX.
Mitchell Benjamin Frank. Romantic Painting Redefined: Nazarene Tradition and the Narratives of Romanticism. Ashgate Publishing, 2001; ISBN 0754604772
Lionel Gossman. "Unwilling Moderns: The Nazarene Painters of the Nineteenth Century" in Nineenth-Century Art Worldwide - Voume 2, Issue 3, Autumn 2003 [1]